Quantas vezes você abriu um jornal ou uma revista no último ano? E quantas ouviu o famoso “boa noite” do William Bonner? Abriu algum site gringo ou mesmo brasileiro de vídeos e reportagens interativas? Quantas notícias você viu no feed, leu, se indignou e fez textão no facebook? Se você fez alguma dessas coisas esse ano, pode ficar feliz, pois elas vão te ajudar a fazer a prova do Enem.
Os assuntos de atualidades estão cada vez mais presentes nas provas de vestibular. No Enem, a interdisciplinaridade das questões de Ciências Humanas e suas Tecnologias abrem ainda mais espaço para esses temas em relação aos vestibulares tradicionais. Por isso, saber atualidades para o Enem tornou-se fundamental. E para ajudar você a se preparar para a prova, a gente dá dicas de como as grandes temáticas atuais podem cair no Enem e quais os assuntos mais quentes, para você ficar ligado.
Como as atualidades caem na Enem
Os assuntos de atualidades podem aparecer na prova de duas maneiras:
1 – nas questões de Ciências Humanas e suas tecnologias
2 – na redação
Segundo o editor de atualidades, história e geografia do Guia do Estudante, Fábio Sasaki, “uma das características do Enem é elaborar questões que exijam do aluno a capacidade de relacionar assuntos específicos com grandes temas transversais”. Dificilmente a prova vai cobrar informações muito específicas, como datas exatas ou nome e número de pessoas envolvidas em cada acontecimento. A questão vai partir do evento pontual para analisar sua conjuntura. Sendo assim, é importantíssimo saber o contexto e os desdobramentos de cada tema.
Na redação, essa capacidade de entendimento e raciocínio do todo é ainda mais necessária. Os temas da redação exigem do aluno um posicionamento e o estudante só conseguirá desenvolver bem seus argumentos se tiver lido muito e formado um senso crítico em relação ao assunto.
Contextualizando os fatos das atualidades
O professor Rui Calaresi, do Cursinho da Poli, formulou um abecedário que ilustra o que é na prática o contexto dos fatos em atualidades:
a) as causas do conflito ou do acordo em jogo: são de ordem econômica, histórico- cultural, política.
b) quem são seus personagens principais (nações, blocos de nações, organizações terroristas).
c) os desdobramentos de ordem local e global destes eventos e seus impactos na ordenação de poder nestas escalas.
d) os aspectos éticos, morais, humanitários que envolvem estes temas.
Como estudar para o Enem
O professor Roberto Candelori dá aula de ética e cidadania do Colégio Móbile e deixa a dica: o segredo é acompanhar o noticiário durante todo o ano. Ele começa a trabalhar esses temas com seus alunos no início do ano letivo e cria com eles uma agenda.
Mas se você não fez isso, ainda há tempo. A sugestão do professor é ler dois ou três artigos mais consolidados sobre os temas.
Reportagens densas e que buscam analisar e explicar cada fenômeno são boas para fazer com que o aluno tenha contato com o grosso dos fatos e também com as conexões que podem sair deles.
Possíveis temas para a prova
Com a ajuda dos professores e do nosso editor de atualidades, montamos uma lista com os temas mais prováveis para estarem no Enem desse ano:
Meio ambiente
O uso das novas tecnologias na exploração dos recursos naturais para geração de energia e agropecuária, e seus impactos ambientais, sociais e territoriais. O lixo também pode ser abordado na prova, sob a ótica do consumo, desperdício e reciclagem.
Direitos Humanos
No campo da luta por direitos destacam-se os movimentos sociais ligados às questões étnico-raciais, gênero, LGBT, trabalho análogo à escravidão e direitos da criança.
Globalização
Diversos fenômenos atuais podem ser abordados sob o guarda-chuvinha da globalização, como a migração, o modo produção chinês e sua influência mundial, o tráfico internacional de drogas e a crise econômica.
Geopolítica
Outra temática de atualidades se refere aos conflitos de ordem geopolítica e geoeconômica e seus desdobramentos territoriais como as migrações e as guerras civis. Entre os assuntos que mais pipocaram esse ano, estão: a retomada de relações entre Cuba e EUA, a guerra civil na Síria, a crise de refugiados, a atuação do Estado Islâmico, o acordo nucelar e a crise grega.