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CRIANÇA PEQUENA TAMBÉM LÊ: EXPERIÊNCIA DE INCENTIVO À LEITURA NA ED. INFANTIL

Uma Criança que lê se torna um adulto que pensa !

Acredito que o gosto pela leitura se apreende, é lendo que as pessoas aprendem a gostar de ler, e já de pequenos podemos, ou não, criar o hábito de leitura. Já dizia Carlos Drummond de Andrade que “a leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede”.
Como estudante de pedagogia, me propus a pesquisar o tema da literatura infantil, sua historicidade, e tentar explicar se, e de que forma, o meio em que as crianças pequenas estão inseridas e o incentivo dado à leitura pelo adulto pode influenciar no gosto pela leitura das mesmas, ou seja, o quanto um ambiente propício e instigante à leitura, em conjunto com atividades que estimulem o contato com os livros, podem agir direta e positivamente no hábito de ler dos pequenos e os acompanhar no futuro.
Como professora de educação infantil, mais especificamente de crianças de dois anos de idade, escrevi – e apliquei no primeiro semestre do ano de 2009 – um projeto de literatura, intitulado “Formando pequenos leitores”, no qual, baseando-se na pesquisa anteriormente citada, procurei incitar o interesse na literatura desde a mais tenra idade das crianças, no desejo de que este interesse se torne persistente e duradouro também no processo de crescimento das mesmas. A infância é o momento em que as crianças estão mais propícias a desenvolver hábitos que serão seguidos futuramente, por isso, considero essencial estimular as crianças a gostarem de ler desde bem novas. É necessário mostrar a elas que o ato de ler, além de poder ser usado como obtenção de informações, pode ser muito prazeroso e lúdico.
Ler é muito importante
Essa pesquisa justifica-se já que o momento mais propício para o desenvolvimento de uma criança são seus primeiros anos de vida. Nessa idade é possível auxiliá-la a compreender sobre si mesma, seu corpo, seus gostos e estimular alguns hábitos que lhe serão importantes para o resto da vida, como é o caso do hábito de ler. Pode-se, então, inferir que o gosto pela leitura possa ser introduzido na vida das crianças desde sua tenra idade. Durante os primeiros anos – antes de ser alfabetizada – a criança ainda não poderá ler, mas poderá ouvir histórias, ver seus parceiros manuseando livros, ela pode folhear livros e ver as gravuras e é através desse contato com o mundo da leitura que o gosto pela mesma pode ser estimulado desde a educação infantil.
Esse projeto de pesquisa e intervenção pode afirmar, com resultados parciais a partir da discussão teórica e de um primeiro projeto planejado e executado com os pequeninos, que essas atividades são muito importantes não só para desenvolver o hábito e o interesse pela leitura, como também para proporcionar momentos lúdicos e fantásticos à turma, a união da mesma, o desenvolvimento da oralidade, da criatividade e a utilização de sequências lógicas.
Historicamente, o ato de ler no Brasil foi ganhando cada vez mais destaque e importância após a vinda da família real e a implementação da imprensa régia, tanto no meio acadêmico, quanto na cultura familiar. Surge então a necessidade de maior conhecimento e escolarização da massa burguesa que se formava, e campanhas de alfabetização são criadas por intelectuais, políticos e educadores da época visando os filhos da burguesia brasileira. Neste momento se nota a falta de literatura apropriada, principalmente brasileira, destinada às crianças e adolescentes, os poucos específicos para esta faixa etária se tratavam de traduções europeias. 
Cria-se então, em fins do século XIX, a necessidade de uma literatura mais específica, e a literatura infantil ganha papel de destaque neste processo, demonstrando a importância que ela possui para a aquisição de conhecimentos, recreação, informação e interação necessárias ao ato de ler. Daí em diante, publicações destinadas às crianças foram aparecendo, seguindo a cultura e os ideais das épocas específicas, mas sempre buscando o cunho pedagógico e o incentivo à leitura.

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