A importância da educação infantil |
Lembremos que a educação infantil como primeira etapa da educação básica, tem como fim o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, tanto em seu aspecto físico, como psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
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O conceito de infância é resultado de construção social, mas se percebe que sempre existiu a criança, porém nem sempre existira a infância. São diversos os tempos da infância, e se apresentam em realidades e representações variadas, porque a sociedade humana foi constituindo-se de forma gradativa e a criança passou a ganhar relevância e suas necessidades passaram a ser valorizadas, e enfocadas para seu melhor desenvolvimento, e para que tudo aconteça no seu verdadeiro tempo.
A infância precisa ser entendida como categoria social importante, arrogando-se a devida valorização e respeito o que nos traduz uma história diferenciada.
Na trajetória evolutiva da humanidade surgiram diferentes concepções de infância… a priori, a criança era vista como um adulto em miniatura, então seu trajar e comportamento era pautado no adultocentrismo, e seu cuidado e educação era realizado pela família e, especialmente pela mãe. Já existiam instituições alternativas que serviam para cuidar de crianças em situações desfavoráveis ou mesmo rejeitadas, em geral, órfãos ou portadores de necessidades especiais.
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De fato, registra-se a descoberta da infância no século XIII e sua evolução pode ser notada através da história da arte e também na iconografia típica dos séculos XV e XVI. Mas, os principais sinais de seu desenvolvimento, particularmente intelectual só surgiram a partir do século XVI e durante o século XVII.
É certo que antigamente o sentimento de infância era inexistente. E até mais ou menos por volta do século XVI, não existia a particularidade da consciência sobre o universo infantil.
A concepção de infância era marcada pelo abandono, pobre, favor e caridade. E, desta forma era oferecido um precário atendimento da infância. Registrava-se grandes índices de mortalidade infantil, principalmente pelo alto risco de morte pós-natal e ainda devido às péssimas condições de saúde e higiene de modo geral, e das crianças em particular.
Neste contexto, uma criança morta era logo substituída por outros sucessivos nascimentos, pois ainda não havia, o sentimento de cuidado ou mesmo de paparicação. Predominava a ideia de que a criança que morresse não faria falta e qualquer outra criança poderia ocupar-lhe o lugar.
A partir do século XIX e XX então a infância começa a tomar importância, sendo reconhecida como lugar fundamental para a família e também para a sociedade, e começamos a cogitar neste ser de parca idade, como alguém que necessita de lugar, tempo espaço e cuidados diferenciados. Delineando-se, o que mais tarde, veio a se traduzir ao que reconhecemos como infância.
Surgiram também nessa época as primeiras instituições devotadas ao atendimento específico para as crianças pequenas e destinados, inicialmente, para o cuidado e a assistência às órfãs, filhos da guerra ou rejeitados pelo abandono produzido pela pobreza, miséria e movimentos migratórios. As primeiras instituições de Educação infantil a primeira metade do século XIX em vários países da Europa, e no Brasil, a partir da década de 1870.
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Já ao longo do século passado, a educação infantil passou a ser produzida sob a influência de diferentes formas, pedagogias e educadores, a começar com Froebel conhecido pela criação dos chamados jardins de infância.
O referido pedagogo, criador dos kindergarten, enfatizou a relevância do jogo e do brinquedo no processo de desenvolvimento infantil, sendo por isso, reconhecido como o precursor da pedagogia diferenciada para a educação de crianças e dos mais velhos, agrupando-os em diferentes faixas etárias.
Em nosso país, a infância ganhou destaque em 1875, quando surgiram no Rio de Janeiro e São Paulo os primeiros jardins de infância inspirados na proposta de Froebel, os quais foram introduzidos no sistema educacional privado, visando atender as crianças oriundas da classe média industrial.
Já em 1930, o atendimento pré-escolar passou a contar com a participar direta do setor público, resultado de reformas educacionais. Porém, seu conteúdo visa tanto atender à crescente pressão por maiores direitos trabalhistas em decorrência das lutas sindicais da então emergente classe trabalhista brasileira, quanto atender à uma nova ordem legal da educação com feição pública, gratuita e, enfim, acessível a todos.
A conjuntura tecida por estes fatores ensejou movimento da sociedade civil e de órgãos governamentais no sentido de haver atendimento das crianças de zero a seis anos e que fosse amplamente reconhecido pela Constituição Cidadã, culminando no reconhecimento da educação infantil como um direito da criança e, não mais apenas da mãe ou do pai na qualidade de trabalhadores.
Assim, a Educação infantil em creches e pré-escolas passou a ser legal e constituir um dever do Estado, além de ser direito da criança. Com a LDB de 1996, a Educação infantil passou a ser legalmente concebida e reconhecida como importante etapa inicial da educação básica.
Assim as creches foram retiradas do contexto assistencialista em contraponto ao caráter educacional das pré-escolas, transformando-as em escolas infantis ou instituições para atendimento de crianças de zero aos seis anos, a diferença fundamental está na subdivisão por faixas etárias, pois a creche é destinada para criança de zero até três anos, enquanto que a pré-escolas atende às crianças de quatro até os seis anos.
A partir daí, passou-se a enxergar que tanto a creche como a pré-escola, devem cuidar e educar as crianças, dispensando-se atendimento específico para as necessidades de cada grupo etário, mas não havendo grande distinção entre o atendimento educacional em face do atendimento assistencial.
O que ficou cunhado de modo clássico pelo termo “lidando pobremente com a pobreza” realizado por Abrantes. E, tais mudanças atribuídas a esta lei permitiram a flexibilidade no funcionamento da creche e da pré-escola, permitindo, assim, a adoção de diferentes formas de organização e práticas pedagógicas ao atender a uma ampla gama de necessidades da criança.
Lembremos que a educação infantil como primeira etapa da educação básica, tem como fim o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, tanto em seu aspecto físico, como psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Portanto, o papel da escola é complementar a ação da família no desenvolvimento da criança em sua globalidade, potencializando o desenvolvimento integral da criança. Desta forma, cabe à educação infantil um entendimento acerca das propostas pedagógicas consistentes no sentido de fomentar a transformação dos conhecimentos intuitivos em científicos, capazes de promover um trabalho para que as crianças desenvolvam atividades em caráter interativo e cognitivo; capaz também de produzir discussões sobre o seu desenvolvimento intelectual no sentido de ampliar sua experiência sensorial e reflexiva sobre o mundo físico e social, considerando suas origens culturais, bem como seus conhecimentos prévios, estabelecendo-se a partir daí, os processos de subjetivação, de constituição ativa de sujeitos desde a mais tenra idade.
Percebe-se que as propostas de educação infantil se dividem entre as que reproduzem as referências e os modelos da escola elementar, com ênfase na alfabetização da linguagem escrita e na matemática (antecipação em miniatura das práticas de escolarização do ensino fundamental) e, as que parte do princípio de que a infância é um tempo de constituição do ser a partir da ampliação das referências com e no mundo.
É a partir da integralidade do desenvolvimento das diferentes formas de ser e estar no mundo e também através da brincadeira como princípio de conhecimento sobre o mundo circundante e sobre si mesmo, sobre as coisas e seres.
Portanto, as escolas para crianças menores que se constituírem como espaços em imitação do mundo dos adultos, ou de desenvolvimento de diferentes experiências entre pessoas, a partir de diferentes linguagens, indo muito além da mera linguagem escrita.
É indispensável conhecer o desenvolvimento da criança, respeitando suas necessidades caracterizadas pelo desenvolvimento intelectual, físico e emocional para não incorremos em equívocos de propostas impróprias e desrespeitosas com a infância e à criança.
É importante a infância, devendo ser priorizada na educação infantil as interações com os demais sujeitos, gerando experiências, de diversas ordens na relação com os mundos físicos, sociais, emocionais que são produzidos em diversas realidades socioeducativas.
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Artigo por: Gisele Leite – Retirado do Site: www.administradores.com.br
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