OFICINAS LÚDICAS |
Segundo Tsukumo e Carvalho (2013), linhas mais tradicionais de ensino têm tradicionalmente determinado uma distinção muito clara entre as brincadeiras e jogos e o trabalho. Dentro dessa visão, aprender é uma tarefa que requer muito trabalho. No entanto, Vygotsky, Piaget, Wallon Paulo Freire, entre outros, têm destacado a importância de jogos e brincadeiras no aprendizado. Essa relação faz ainda mais sentido quando vemos nossos jovens, cada vez mais estimulados pelos dinâmicos jogos online, onde uma gama enorme de saberes é mobilizada.
A psicologia tem tentado entender, descrever e definir as origens e os fundamentos do jogo. Existem muitas teorias sobre seus fundamentos biológicos, como vemos na citação a seguir:
“Segundo uma teoria, o jogo constitui uma preparação do jovem para as tarefas sérias que mais tarde a vida dele exigirá, segundo outra, trata-se de um exercício de autocontrole indispensável ao indivíduo. Outras veem o princípio do jogo como um impulso inato para exercer certa faculdade, ou como desejo de dominar ou competir. Teorias há, ainda, que o considera uma “ab-reação”, um escape para impulsos prejudiciais, um restaurador da energia dispendida por uma atividade unilateral, ou “realização do desejo”, ou uma ficção destinada a preservar o sentimento do valor pessoal.” (Huizinga, 2010, p. 5)
“Numa tentativa de resumir as características formais do jogo, poderíamos considerá-lo uma atividade livre, conscientemente tomada como “não-séria” e exterior à vida habitual, mas ao mesmo tempo capaz de absorver o jogador de maneira intensa e total. É uma atividade desligada de todo e qualquer interesse material, com a qual não se pode obter qualquer lucro, praticada dentro de limites espaciais e temporais próprios, segundo uma certa ordem e certas regras”. (Huizinga, 2010, p. 14)
No jogo, objetivos, meios e resultados são indissociáveis e possibilitam à criança aprender consigo mesma e com os objetos e pessoas envolvidas, envolta em um ambiente motivador e desafiador. Em meio ao jogo o indivíduo precisa lidar com conflitos e se organizar em meio a diálogos e argumentos.
Artigo por Laíse Lima do Prado