Ler é poder interpretar o mundo, imaginar e ter autonomia para viver em sociedade!
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Postagem por: Mara Mansani do Site NOVAESCOLA.
Planejar atividades variadas de leitura com alunos em processo de alfabetização não é uma tarefa simples! Como professora, muitas vezes me senti perdida e cansada de fazer sempre as mesmas propostas. Você já se sentiu assim?
Ao analisar minha prática pedagógica, notei que até tinha avançado em relação aos anos anteriores, pois tinha incluído a leitura como atividade permanente. Porém, percebi que o foco era na leitura por prazer, com a exploração de textos variados, porque eu não tinha clareza dos meus objetivos.
Agora, reflito muito sobre a escolha dos escritos que levo para sala, porque acredito que ler não é simplesmente decodificar palavras, é muito mais do que isso! Ler é poder interpretar o mundo, imaginar, e ter autonomia para viver em uma sociedade letrada.
Mas afinal, lemos para quê?
Segundo a autora espanhola Isabel Solé, no livro Estratégias de Leitura (Editora Artmed, 1998), lemos para “obter uma informação precisa ou de caráter geral, seguir instruções, aprender, revisar ou comunicar um texto, praticar a leitura em voz alta, verificar o que se compreendeu, e também por prazer”.
Hoje em dia, acredito que aprender a ler envolve o desenvolvimento de uma prática constante de leitura na escola, o trabalho com os diferentes objetivos, modalidades e com textos de verdade, da vida, pois ler é uma prática social. E proporcionar essa aprendizagem para os alunos é papel do professor. É ele que deve promover atividades significativas de leitura na rotina e analisar se está conseguindo desenvolver leitores na turma.
Para atender às amplas necessidades de leitura de meus alunos, tenho estudado bastante para transformar minha prática. Compartilho com vocês duas das atividades que gosto muito:
Duas Atividades permanentes de leitura
- Distribuo aos alunos um jogo de tabuleiro (trilha ou outro) e as instruções de uso. Agrupo alunos que estejam em diferentes fases da leitura e escrita(quem já lê com certa fluência se reúne com quem ainda não lê convencionalmente). Se for preciso, leio as regras para o grupo. Em seguida, eles jogam e se divertem!
- Pelo menos uma vez por semana, seleciono um poema de um autor brasileiro que os alunos saibam de memória (de Vinicius de Moraes, Cecília Meireles ou outros escritores). Distribuo uma cópia do texto para cada um e escrevo o poema em um cartaz ou na lousa. Lemos juntos, com o objetivo de que os alunos ajustem o falado ao escrito, ou seja, percebem e apontem no texto tudo o que está sendo dito. Depois, em grupos, apresentamos o texto em voz alta e em forma de jogral para outras turmas da escola. Todos adoram, e essa atividade é rica porque atende a todas as fases de aprendizagem.
Se vocês quiserem mais referências para pensar no trabalho com leitura com as turmas pelas quais são responsáveis, o MEC, em seu Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – Coletânea de Textos, dá ótimas orientações. O documento destaca, por exemplo, quais são as estratégias que devemos trabalhar com os alunos para que eles se tornem leitores fluentes, entre elas a seleção, ou priorização do que é importante no texto, e a inferência, ou a percepção do que está implícito.
E vocês? Quais atividades de leitura têm feito? Compartilhe conosco!