É uma poesia feita para o público infantil, que é toda configurada a partir da palavra “Mãe”, que por sua vez é seu tema.
A mãe é uma figura muito importante para seus filhos, independente se forem crianças ou não, mas na infância há uma dependência maior da mãe. A comparação da figura mãe com objetos e demais fenômenos da natureza ressalta o que “Mãe” significa, ou seja, uma mãe é a base para seus filhos, é quem aconselha, quem acompanha seus filhos e todas as demais ações de uma mãe para seus filhos. Outra interpretação para as comparações feitas na poesia, é que independente de como determinada mãe seja, ela sempre será mãe e a partir disso podemos dizer que é uma poesia que utiliza a figura maternal para tratar das diferenças sociais e ideológicas.
Se as coisas fossem Mães
Se a lua fosse mãe, seria mãe das estrelas,
o céu seria sua casa, casa das estrelas belas.
Se a sereia fosse mãe, seria mãe dos peixinhos,
o mar seria um jardim, os barcos seus caminhos.
Se a casa fosse mãe, seria a mãe das janelas,
conversaria com a lua sobre as crianças estrelas,
falaria de receitas, pastéis de vento, quindins,
emprestaria a cozinha pra lua fazer pudins!
Se a terra fosse mãe, seria a mãe das sementes,
pois mãe é tudo que abraça, acha graça e ama a agente.
Se uma fada fosse mãe, seria mãe da alegria,
toda mãe é um pouco fada… Nossa mãe fada seria.
Se uma bruxa fosse mãe,
seria mãe gozada:
seria a mãe das vassouras, da Família Vassourada!
Se a chaleira fosse mãe, seria a mãe da água fervida,
faria chá e remédio para as doenças da vida.
Se a mesa fosse mãe,
as filhas, sendo cadeiras,
sentariam comportadas,
teriam “boas maneiras”.
Cada mãe é diferente: mãe verdadeira, ou postiça,
mãe vovó e mãe titia, Maria, Filó, Francisca,
Gertrudes, Malvina, Alice,
Toda mãe é como eu disse.
Dona Mamãe ralha e beija,
erra, acerta, arruma a mesa,
cozinha, escreve, trabalha fora,
ri, esquece, lembra e chora,
traz remédio e sobremesa …
Tem pai que é “tipo mãe”…
Esse, então, é uma beleza!
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