Já dizia o Pequeno Príncipe: “Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas há os que não levam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso.”
A sabedoria do principezinho vem para nos mostrar que coincidências não existem. Cada pessoa que passou por nossa vida foi necessária. Das mais doces às mais azedas. Acredite, nada é por acaso.
Já percebeu, como existem pessoas que chegam do nada e transformam nossa vida?
Aquelas pessoas que têm uma energia, que falam com docilidade, que nos trazem as palavras certas no tempo necessário, que parecem ser verdadeiros mensageiros, trazendo ou sendo as respostas para as perguntas que só ousamos fazer a nós mesmos?
Pessoas de coração puro e sincero, que têm a sabedoria que por vezes nos falta. Pessoas que aprenderam que nessa vida não importa falar com eloquência, se não falar de coração. Pessoas que são, pelo simples fato de serem, elas mesmas e nada mais.
Mas como nessa vida nem tudo são flores, outras chegaram, fizeram bagunça, alegraram-nos e partiram. E foram justamente estas que levaram o colorido e fizeram nublar o que era um dia florido. Quando isso acontece, geralmente nos questionamos: por que isso foi acontecer comigo? Porque ele (a) fez isso comigo? Jogamos a responsabilidade da nossa dor sobre o outro. Seja o outro um familiar, um amigo, um chefe, colega de trabalho, um relacionamento.
Nós nos esquecemos que embora essa pessoa tenha entrado em nossa vida e quem sabe até em nosso coração, fomos nós quem entregamos as chaves para ela. Fomos nós quem permitimos que ela entrasse em nossa vida e lhe entregamos algum poder sobre nós mesmos.
A verdade é que colocamos a culpa de nossos corações partidos, de nossas mazelas, sobre o outro, porque assim não precisamos tomar as rédeas da nossa vida, ficamos na chamada zona de conforto, embora ela não seja assim tão confortável. Somos mestres em apontar o dedo para o outro, mas esquecemos de fazer o nosso exame de consciência, de dar ao outro a parcela que a ele cabe e a nós mesmos a nossa. Queremos uma vida sem sofrimento, mas, infelizmente – ou felizmente – ela não existe.
É justamente o sofrimento que nos torna mais humanos. Quando tiramos a culpa do outro e a transformamos em responsabilidade para nós mesmos, ressignificamos o papel do outro em nossa vida, ressignificamos nossa dor, nosso sofrimento, encontramos um sentido.
Não é um caminho fácil, pois temos que encarar realidades duras sobre nós mesmos, os fatos não vão mudar, mas podemos mudar nosso olhar sobre eles e assim transformar em aprendizado, em alegria, o que um dia foi dor.
Não tenha medo de olhar para dentro de você, de se perguntar: o que essa situação veio me ensinar?
Tenha gratidão por todas as pessoas que já passaram por você, pelas que ficaram, pelas que partiram, pelas que trouxeram dor, pelas que trouxeram alegrias.
Acredite, se elas não tivessem passado por você, você não seria quem é hoje.
Uma fração de segundos pode mudar tudo. Nossa vida é feita de pequenos pontos de impacto e cada um deles definem quem somos, têm o poder de mudar tudo; pequenas partículas colidindo umas com as outras, deixando algumas mais unidas e enviando outras para lugares para onde jamais imaginariam estar.
Não há como controlar esses impactos, mas você pode controlar o que fará quando cada um deles chegar até você.
Fonte: Osegredo
TAMIRIS DA ROSSI