A importância dos pais na educação escolar dos filhos: Artigo enviado pelo nosso parceiro “Professor Marcos L Souza – Pedagogo – Psicopedagogo – Educador musical – Historiador.
A importância dos pais na educação escolar dos filhos
O envolvimento dos pais na educação e trajetória escolar de seus filhos é de tal importância que sem este compromisso, não pode haver uma formação verdadeiramente sólida.
Quando a criança entra na escola, ela traz consigo experiências adquiridas no convívio familiar e social em que está inserida, experiência esta que lhe ajudará a formar uma determinada visão sobre si mesma. O convívio na escola significa para ela, uma ampliação em sua esfera de relações. Na escola a criança terá oportunidade de conhecer outras crianças com as quais compartilhará uma parte de sua vida, além de estabelecer laços com adultos que não pertencem ao seu círculo familiar.
Acompanhar o crescimento educacional dos filhos aumenta suas habilidades sociais e diminui em muito a chance de problemas comportamentais durante este processo. Quanto maior o envolvimento dos pais nas experiências escolares das crianças, mais facilidade de fazer amigos elas terão! Maior será a facilidade de adaptação. Sendo assim, quanto mais os pais conversam sobre a escola, visitam o local, se envolvem com as lições e os trabalhos e incentivam o progresso educacional dos filhos em casa, melhores serão suas habilidades sociais e emocionais. A participação familiar na vida escolar dos filhos leva-os, dentre outras coisas, à demonstração de um maior autocontrole, ao fortalecimento da confiança, da autonomia e à manifestação de um comportamento cooperativo.
Os pais precisam entender, no entanto, que acompanhar a vida escolar dos filhos não deve significar apenas cobrar responsabilidades. O acompanhamento pressupõe muito mais do que isso. É necessário estimular, motivar, valorizar, ensinar, conversar, prestigiar, discutir. Nessa parceria, a cobrança é a última ferramenta a ser utilizada. Quando a criança se sente ouvida, apoiada, prestigiada, se sente motivada, estimulada para aprender e aproveitar todas as oportunidades que a escola promove, o processo ganha a criança, a família e a escola. Neste processo somos todos vencedores!
Quando os pais participam ativamente da vida educacional de seus filhos e se engajam, a tendência é que os alunos se dediquem se sintam estimulados a se esforçarem mais, além é claro de se sentirem amados e apoiados. O pai que procura saber sobre a relação dos filhos com os professores, comportamento em sala de aula, notas e dificuldades nas matérias, sobre tudo relacionado ao rendimento escolar do filho, normalmente está disposto a dialogar e ajudar o professor a vencer os desafios em sala de aula, adotando medidas auxiliares e complementares em casa. Isso, inevitavelmente, promove uma melhora na performance do aluno.
Se os pais e professores interagem de forma contínua e buscam soluções adequadas para resolver os problemas imediatamente, considerando sempre às causas dos conflitos e dificuldades, certamente eles encontrarão juntos os melhores meios que favoreçam a família, os educadores, a instituição escolar e, principalmente, os alunos na contribuição de um modelo educacional que realmente seja eficiente.
Pais que enxergam os professores como aliados e professores que vêem os pais como potencializadores do rendimento escolar possuem maiores possibilidades de conversar abertamente sobre os problemas dos alunos, ouvi-los e identificar deficiências de aprendizagem e oferecer novos meios para o processo de ensino de maneira personalizada e eficaz. A comunicação ativa, frequente, sensata e sincera é muito importante quando se trata de educação.
Não basta somente dizer a um pai que o seu filho não está aprendendo, não está prestando atenção nas aulas e está tendo dificuldades NS. O pai precisa compreender e saber como pode intervir e o que deve ser feito para ajudar a solucionar o problema. Além disso, os direitos e deveres da família e da escola devem estar claramente definidos. Afinal, a professora nunca deve ocupar o papel dos pais na vida do aluno, cada qual tem suas funções na educação e essas funções se complementam.
A educação escolar não se faz sozinha, deve ser alicerçada pela família, escola e comunidade.
Família e Escola: Parceria e relacionamento com responsabilidade
Alguns estudos (MARQUES, 2002; SZYMANSKI, 2003; POLONIA; DESSEN, 2005; GASONATO, 2007) desenvolvidos enfatizam a necessidade de a escola se aproximar das famílias de seus alunos, buscando realizar um trabalho em parceria com elas. Essa aproximação pode permitir a quebra de preconceitos por parte da escola em relação às famílias e uma compreensão maior, por parte da família, do papel da escola e da sua forma de trabalhar. Não se trata de ensinar à família como se educa, mas de criar “[…] um espaço onde pais e educadores possam pensar e construir um contexto significativo que lhes permita ir compartilhando algumas decisões ao mesmo tempo” (SILVEIRA, 2003, p.130).
Quando há essa aproximação, mostram os resultados de pesquisas (MARQUES, 2002; POLONIA; DESSEN, 2005), as consequencias são bastante satisfatórias. Os pais sentem-se valorizados e tornam-se aliados dos professores que, por sua vez, passam a desenvolver formas de acompanhamento e auxílio sistemático aos alunos, permitindo que eles desenvolvam mais o seu potencial. Para Paro (2000), mesmo que a escola tenha como desafio que o próprio aluno queira aprender, “precisa ter presente a continuidade entre educação familiar e a escolar, buscando formas de conseguir a adesão da família para sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas e duradouras com relação ao aprender e ao estudar” (p. 16).
Além disso, acrescenta Caetano (2003), essa iniciativa de aproximação deve partir da escola e de seus educadores. Segundo Paro (2000) é por meio de uma postura positiva da instituição em relação aos seus usuários, oferecendo situações de diálogo e de convivência, que se proporcionará uma participação efetiva deles na vida escolar de seus filhos. Há pesquisas, no entanto, que revelam que as escolas, mesmo assumindo o discurso da importância da participação das famílias, adotam uma posição de assimetria (GASONATO, 2007; RIBEIRO, 2006; GARCIA, 2005; CAETANO, 2003) em relação a elas, pois exigem a sua presença apenas para corroborar seus próprios encaminhamentos (GOMES, 2007) ou demonstram falta de iniciativa e omissão de orientação nos espaços reservados para isso, como as reuniões de pais (PARO, 2000). Há poucos casos em que família e escola compartilham responsabilidades (GOMES, 2007).
Se, por um lado, a família, em suas novas configurações, não pode ser considerada como a única responsável pelo insucesso escolar de seus filhos, por outro lado é possível acreditar que sua aproximação com a escola só venha beneficiar e potencializar a aprendizagem acadêmica da criança. Polonia e Dessen (2005) no final do seu artigo, endossam essa crença, afirmando que:
“Faz-se mister, sobretudo, estimular as produções acadêmicas direcionadas ao estudo do envolvimento da família com a escola, transformando-as em fomento e em mecanismos que contribuam para o planejamento de políticas e de programas educacionais (p. 310)”.
As bases dessa parceria produtiva devem considerar, por um lado, a família como um fenômeno social, ou seja, afastar a concepção acrítica de que “basta tornar-se pai ou mãe para saber educar crianças e adolescentes” (SZYMANSKI, 2000, p.22), e, por outro, de que a responsabilidade da educação de crianças e jovens na nossa sociedade industrial, com pais e mães inseridos na tarefa da sustentação financeira, é da família e da escola igualmente. Seus papéis são paralelos, simétricos e, portanto, devem ser pautados (usando ideias e terminologias piagetianas) pela cooperação e pelo respeito mútuo, e não pela primazia de uma sobre a outra (CAETANO, 2003).
Pais e escolas devem fortalecer laços e vias de mão dupla. Por isso a instituição escolar precisa propor o diálogo e muitas vezes começá-lo, dar orientações, promover palestras, saber o que está acontecendo com a criança em casa, como ela está vivendo ou reagindo a muitos e inevitáveis problemas existentes em qualquer família (doença, separação, mudança de emprego, modos de organização da casa, problemas financeiros, relacionamento entre o casal, nascimento de outros filhos). A escola também precisa compartilhar com os pais aspectos da conduta de seu filho na escola (relacionamento com colegas, aproveitamento escolar, atitudes, valores, respeito às normas, qualidade na realização das tarefas). Por isso, a interdependência, ou seja, o esforço comum e recíproco para promover o desenvolvimento da criança (MACEDO, 2005, p. 12).
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois, a muita coisa mais que uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades […] (1999, p. 50). Piaget
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