Empatia: a arte de se colocar no lugar do outro.
Empatia
O Brasil e o mundo passam por momentos de muitos conflitos violentos. Rio de Janeiro, Síria, corridas armamentistas no Oriente e discursos de ódio, tanto aqui, quanto na maior potência do mundo, podem ser entendidas como partes de uma mesma questão. Trata-se de um complexo conjunto de ideias profundamente arraigadas: de que o outro é radicalmente diferente de mim, uma verdadeira ameaça; que o que faz é errado; e que só é possível modificar seu comportamento pela via do sofrimento ou mesmo de sua eliminação.
Tudo isso deflagra nossa dificuldade em enxergarmos um humano no diferente, de vestirmos sua pele, olharmos com seus olhos e nos esforçarmos para sentirmos como ele sente. Essa habilidade é chamada de empatia e consiste em nos colocarmos no quadro de referência interno da outra pessoa, em uma busca de apreender com sensibilidade as percepções, emoções, sentimentos, necessidades dela. Diferente de simpatia, a empatia nos torna mais humanos e mais capazes de olhar para outro e sentir o que ele está sentindo ou passando. Ser empático é conseguir enxergar de forma profunda as emoções do outro, é acolher e ouvir.
Portanto, essa habilidade é essencial para preservar a humanidade. Sem ela, nos tornamos cada vez mais insensíveis e cruéis, e podemos colocar em risco tanto a nossa sobrevivência coletiva quanto a das demais espécies. Tanto é que engana-se quem pensa que na natureza impera a “lei do mais forte”. Pelo contrário, estão fartamente documentados comportamentos empáticos em diversas espécies animais, que preservam o equilíbrio dos ecossistemas do planeta. Tais constatações podem ser vistas na obra “A era da empatia – Lições da natureza para uma sociedade mais gentil”, do primatólogo holandês Frans de Waal, que diz: “Se pudéssemos conseguir ver as pessoas de outros continentes como parte de nós, atraindo-as para nosso currículo de reciprocidade e empatia, estaríamos desenvolvendo nossa natureza em vez de ir contra ela”.
Dada a importância dessa habilidade para a vida, a Inteligência Relacional, organização de desenvolvimento humano, criou uma metodologia de Educação Emocional e Social que promove o desenvolvimento de competências socioemocionais, entre elas a empatia. Os materiais pedagógicos integram as mais relevantes pesquisas e práticas sobre o tema.
A partir de um conteúdo lúdico e envolvente, crianças, jovens e adultos têm a possibilidade de aprender essa habilidade tão essencial nos dias de hoje. Em 2017, o novo texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que permeia os currículos das escolas brasileiras, incluiu a empatia em uma das diretrizes vigentes a ser trabalhada em sala de aula.
Se pudermos estimular essa potencialidade natural, a de sentir o que o outro sente, desde cedo, nossos descendentes serão mais sábios e bondosos do que nós, construindo um mundo melhor do que o conhecemos hoje.
Fonte: Inteligência Relacional