Família e Escola: Parceria e relacionamento com responsabilidade.
Família e Escola
Alguns estudos (MARQUES, 2002; SZYMANSKI, 2003; POLONIA; DESSEN, 2005; GASONATO, 2007) desenvolvidos enfatizam a necessidade da escola se aproximar das famílias de seus alunos, buscando realizar um trabalho em parceria com elas. Essa aproximação pode permitir a quebra de preconceitos por parte da escola em relação às famílias e uma compreensão maior, por parte da família, do papel da escola e da sua forma de trabalhar. Não se trata de ensinar à família como se educa, mas de criar “[…] um espaço onde pais e educadores possam pensar e construir um contexto significativo que lhes permita ir compartilhando algumas decisões ao mesmo tempo” (SILVEIRA, 2003, p.130).
Quando há essa aproximação, mostram os resultados de pesquisas (MARQUES, 2002; POLONIA; DESSEN, 2005), as consequencias são bastante satisfatórias. Os pais sentem-se valorizados e tornam-se aliados dos professores que, por sua vez, passam a desenvolver formas de acompanhamento e auxílio sistemático aos alunos, permitindo que eles desenvolvam mais o seu potencial. Para Paro (2000), mesmo que a escola tenha como desafio que o próprio aluno queira aprender, “precisa ter presente a continuidade entre educação familiar e a escolar, buscando formas de conseguir a adesão da família para sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas e duradouras com relação ao aprender e ao estudar” (p. 16).
Além disso, acrescenta Caetano (2003), essa iniciativa de aproximação deve partir da escola e de seus educadores. Segundo Paro (2000) é por meio de uma postura positiva da instituição em relação aos seus usuários, oferecendo situações de diálogo e de convivência, que se proporcionará uma participação efetiva deles na vida escolar de seus filhos. Há pesquisas, no entanto, que revelam que as escolas, mesmo assumindo o discurso da importância da participação das famílias, adotam uma posição de assimetria (GASONATO, 2007; RIBEIRO, 2006; GARCIA, 2005; CAETANO, 2003) em relação a elas, pois exigem a sua presença apenas para corroborar seus próprios encaminhamentos (GOMES, 2007) ou demonstram falta de iniciativa e omissão de orientação nos espaços reservados para isso, como as reuniões de pais (PARO, 2000). Há poucos casos em que família e escola compartilham responsabilidades (GOMES, 2007).
Se, por um lado, a família, em suas novas configurações, não pode ser considerada como a única responsável pelo insucesso escolar de seus filhos, por outro lado é possível acreditar que sua aproximação com a escola só venha beneficiar e potencializar a aprendizagem acadêmica da criança. Polonia e Dessen (2005) no final do seu artigo, endossam essa crença, afirmando que:
“Faz-se mister, sobretudo, estimular as produções acadêmicas direcionadas ao estudo do envolvimento da família com a escola, transformando-as em fomento e em mecanismos que contribuam para o planejamento de políticas e de programas educacionais (p. 310)”.
As bases dessa parceria produtiva devem considerar, por um lado, a família como um fenômeno social, ou seja, afastar a concepção acrítica de que “basta tornar-se pai ou mãe para saber educar crianças e adolescentes” (SZYMANSKI, 2000, p.22), e, por outro, de que a responsabilidade da educação de crianças e jovens na nossa sociedade industrial, com pais e mães inseridos na tarefa da sustentação financeira, é da família e da escola igualmente. Seus papéis são paralelos, simétricos e, portanto, devem ser pautados (usando ideias e terminologias piagetianas) pela cooperação e pelo respeito mútuo, e não pela primazia de uma sobre a outra (CAETANO, 2003).
Pais e escolas devem fortalecer laços e vias de mão dupla. Por isso a instituição escolar precisa propor o diálogo e muitas vezes começá-lo, dar orientações, promover palestras, saber o que está acontecendo com a criança em casa, como ela está vivendo ou reagindo a muitos e inevitáveis problemas existentes em qualquer família (doença, separação, mudança de emprego, modos de organização da casa, problemas financeiros, relacionamento entre o casal, nascimento de outros filhos). A escola também precisa compartilhar com os pais aspectos da conduta de seu filho na escola (relacionamento com colegas, aproveitamento escolar, atitudes, valores, respeito às normas, qualidade na realização das tarefas). Por isso, a interdependência, ou seja, o esforço comum e recíproco para promover o desenvolvimento da criança (MACEDO, 2005, p. 12).
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois, a muita coisa mais que uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades […] (1999, p. 50). Piaget
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