Aprendendo os números com a turma da Mônica – O ser humano desde que nasce está em contato com o número, a começar pela própria idade, onde uma criança pequena sem saber quanto é, mostra com os dedos os anos que tem. Nesta situação, ela não está fazendo a conservação do número, pois ainda não associa número a quantidade, este processo, segundo Kamii (1997, p.26) não ocorre antes dos cinco anos. O trabalho com o número na maioria das escolas infantis baseia-se basicamente no reconhecimento dos algarismos e escritas do mesmo; muitos educadores esquecem da importância da exploração da variedade de ideias matemáticas existentes, referentes a classificação e seriação. Toda criança passa por descobertas, ela precisa mexer, experimentar, tocar para poder assim conhecer o novo. Necessita do concreto para poder organizar seus conhecimentos, o qual é adquirido naturalmente através do contato com outras pessoas, das interações com o grupo de amigos. Ou seja, é uma construção resultante das ações da criança com o mundo.
A criança da faixa etária entre 2 e 7 anos está construindo a conservação do número, e para isto necessita do contato com materiais concretos, precisa tocar, manipular e experimentar. Se dermos a uma criança pequena vários cubinhos de madeira, a primeira reação será pegar, virar de um lado para outro, bater um com o outro, e por fim atira-lo longe. Nesta situação, ela pode reconhecer o objeto, construiu um novo conhecimento, necessitou perceber a singularidade do objeto para agir sobre ele, organizando suas percepções e relações entre formas, peso, tamanho, espessuras. Uma criança um pouco maior, a qual já fez este tipo de relação parte para um novo conhecimento, o da classificação, a qual já é capaz de perceber semelhanças e diferenças. Um exemplo é o trabalho com os blocos lógicos, o importante é deixa-lo ao alcance da criança para que explore o material. Assim que manteve um bom contato, podemos lançar desafios para que formule hipóteses: – Dê uma peça como esta. – Dê mais uma como esta. – Agora separe os parecidos. – Existe outra maneira de separar os parecidos? – Podemos separar os parecidos de outra forma ainda? O importante é que a criança crie estratégias, ela deverá perceber que existem os grupos das cores, do tamanho, das formas, das espessuras.
A próxima etapa é a da seriação, a qual é explorado a construção de série. Exemplo de atividades: – formar fila por tamanho dos alunos (do maior ao menor); – propor atividades com diversos tamanhos de cabo de vassoura para ordená-lo; – ordenar brinquedos da sala de aula. O trabalho com a classificação, seriação e quantificação são decorrentes das relações que a criança faz entre os objetos. Estas atividades iniciais auxiliam a criança a construção do número, a relacionar o numeral à quantidade.
Através da atividade lúdica a criança constrói símbolos. Elas devem ter a oportunidade de inventar (construir) as relações matemáticas em vez de simplesmente entrar em contato com o pensamento pronto, formular suas hipóteses a partir de ensaio e erro, para confirmá-las ou refutá-las. Segundo Kamii “… embora a estrutura mental de número esteja bem formada em torno dos cinco para os seis anos, possibilitando à maioria das crianças a conservação do número elementar, ela não está suficientemente estruturada antes dos sete anos e meio de idade para permitir que a criança entenda que todos os números consecutivos estão conectados pela operação de “+ 1”. ( 1997, pág.28) A criança está se preparando para formar esta estrutura (relacionar quantidade a escrita do número) nos jogos e brincadeiras. Por isso a atividade lúdica, o contato com diferentes materiais é tão importante na Educação Infantil. As brincadeiras, construções e jogos que fazem espontaneamente com eles, levam as trocas, comparações, descobertas estratégicas. Através dos jogos construirão um pensamento produtivo e raciocínio lógico, bem como terão melhores condições para enfrentarem situações novas e envolver-se com aplicações matemáticas.
Com a criança pequena, devemos começar trabalhando com a quantidade, atividades que envolvam a noção do + 1. Só através do concreto ela poderá perceber que dentro do 3 tem o 2, que dentro do 2 tem o 1. Um exemplo para esta assimilação são os jogos de compra. Propomos ao grupo que façam uma rodinha, no centro colocamos vários pauzinhos de picolé e um dado com a quantidade 1, sugerimos a criança, cada uma respeitando a sua vez, que jogue o dado e compre a mesmo tanto de pauzinho que o dado indicou. Após a compra o professor explora com o grupo: – Quantos pauzinhos de picolé o João comprou? – E a Ana, quantos comprou? Bem explorada esta rodada, passa-se para próxima, onde irão jogar o dado e comprar mais um pauzinho de picolé. O professor lança novos questionamentos: – João comprou 1 pauzinho de picolé na outra rodada, agora ela comprou + 1, quantos pauzinhos ficou o João? – E a Ana, ela tinha 1 pauzinho, comprou + 1, quantos ela tem agora? Este tipo de exploração proporciona a criança perceber a existência do mais 1, que a quantidade 3 não é um único objeto, e sim 1 + 1 + 1. É uma tarefa difícil, mas se bem explorada a criança poderá construir a conservação de número de uma forma simples e prazerosa. Outro exemplo de jogo é o jogo do tapa certo, onde as crianças confeccionam uma mãozinha de cartolina com um pauzinho de churrasquinho, a mesma proposta, que façam uma rodinha, no centro várias frutas desenhadas. O professor após explorar bem as gravuras, cita uma fruta e a criança com a mãozinha bate sobre ela, aquela fruta fica reservada com ela e passa-se para uma próxima citação. Terminado o jogo, o professor irá lançar alguns questionamentos: – Quantas maças eu comprei? – Quantas laranjas? – Quantos limões eu comprei? – O que eu comprei mais maças ou laranjas? – O que eu comprei mais maças ou frutas? Questionamentos sobre a inclusão também auxiliam no processo da construção do número.
Assim que a quantidade estiver bem assimilada pela criança o professor poderá propor jogos intermediários, ou seja que trabalhem o número e a quantidade. Cito como proposta o jogo do bingo. Cada criança recebe uma cartela, onde o professor canta o número e com uma tampinha de garrafa o aluno marca o número ou a quantidade. O interessante que na cartela tenha a escrita de alguns números e a quantidade de outros. Aquele que acabar grita BINGO! Um outro jogo que desperta muito o interesse das crianças é o “Jogo do Troca”, onde ela irá relacionar a topologia do número com a sua quantidade. Os procedimentos do jogo consistem no seguinte, o grupo estará em rodinha e dividido por equipes, as quais receberão um tabuleiro; no centro estarão as fichas contento a escrita dos numerais de 1 a 6. Cada equipe, respeitando a sua vez de jogar, irá virar a ficha do centro, se esta for correspondente a cor do seu tabuleiro, deverá comprá-la e preencher o tabuleiro (caso não haja correspondência de cor o representante da equipe deverá desvirar a ficha e passar a vez para a próxima equipe); Se alguma equipe virar a ficha com a palavra TROCA TROCA, deverá trocar todo o seu tabuleiro com a equipe correspondente a cor mostrada na fichinha; Termina o jogo assim que completarem seus tabuleiros; O interessante deste jogo, é que quem estiver na frente não será necessariamente, o vencedor. Este tipo de atividade, entre outras, auxiliará a criança no processo de construção do número.
Texto adaptado de Constance Kamii
Aprendendo os números com a turma da Mônica
Vamos aprender os números de 1 a 10, com a turma da Mônica e colorir os desenhos que ilustram as fichas.
Aprendendo os números com a turma da Mônica em PDF
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