Defender a educação é defender a vida diz Miguel Arroyo – O professor Miguel Arroyo, da UFMG.
A defesa da educação como representação do direito dos cidadãos brasileiros à vida, à emancipação e a um país mais democrático e inclusivo marcou as falas de abertura do “IV Simpósio Nacional de Pesquisas em Filosofia e Educação – 20 anos de Pesquisa Emancipatória do Grupo PAIDEIA”, que teve início nesta sexta-feira (17) e prossegue até o sábado na Faculdade de Educação (FE) da Unicamp. O evento celebra os 20 anos de atividades do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia da Educação (PAIDEIA). “Estamos aqui para comemorar o que foi feito, mas também para nos prepararmos para enfrentar os novos desafios impostos pela realidade”, afirmou aos participantes o professor César Nunes, coordenador geral do PAIDEIA.
O primeiro conferencista do simpósio foi o professor Miguel Arroyo, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele fez uma defesa vigorosa da educação e convocou os presentes a vincular, cada vez mais, o direito à educação ao direito â vida. De acordo com o docente, a melhor resposta aos atuais ataques e tentativas de destruição da educação pública no Brasil é resistir e insistir. “O que nós vimos no último dia 15 de maio foi exatamente a resistência ganhando as ruas em todo o Brasil. A manifestação não foi apenas de estudantes e militantes, mas também de professores, de famílias e de mulheres que lutam pela educação para seus filhos”.
Arroyo disse acreditar que é exatamente porque o direito mais básico do ser humano, que é o direito à vida, está sendo atacado é que surge a necessidade da sociedade de defender a educação como garantidora de vidas. “Se fosse só para assegurar letramento na idade certa, a manifestação não mobilizaria tanta gente. O que está mobilizando o cidadão é uma visão de educação muito mais radicalizada. Nunca, como agora, a educação foi tão vinculada ao direito à vida”, considerou.
O professor César Nunes
Na mesma linha, César Nunes disse que viu nas manifestações do dia 15 de maio o despertar da sociedade, a repolitização do debate e a exposição do sonho novamente. “Penso que este é um movimento de retomada das nossas lutas, do esforço para fazermos da educação a condução de um projeto de direito de todas as pessoas. A educação tem a capacidade de despertar o Brasil de um sono letárgico. Já passou a fase de ficarmos somente na contabilidade do sofrimento. É hora de arregaçarmos as mangas e construirmos o mundo que queremos, um mundo onde caibam todos, sem distinção de gênero, etnia, religião ou condição social”.
O “IV Simpósio Nacional de Pesquisas em Filosofia e Educação – 20 anos de Pesquisa Emancipatória do Grupo PAIDEIA” terá continuidade neste sábado com uma série de atividades, entre elas uma conferência e duas mesas-redondas. Entre os temas que merecerão reflexão por parte de especialistas da Unicamp e de outras universidades estão Direitos Humanos, Trabalho e Educação, Educação Superior e Pesquisa em Direitos Humanos. A programação completa pode ser conferida neste link.
Fonte e texto: https://www.unicamp.br/