O estágio é um dos momentos mais importantes para a formação profissional. É nesse momento que o futuro profissional tem oportunidade de entrar em contato direto com a realidade profissional no qual será inserido, além de concretizar pressupostos teóricos adquiridos pela observação de determinadas práticas específicas e do diálogo com profissionais mais experientes.
Desenvolver uma formação baseada no contexto real de atuação possibilita a construção autônoma do conhecimento cientifico através da vivencia de exemplos práticos para discussões acadêmicas. No estágio, o profissional em formação tem a oportunidade de investigar, analisar e intervir na realidade profissional especifica, enredando-se com a realidade educacional, organização e o funcionamento da instituição educacional e da comunidade.
Para Guerra (1995) o Estágio Supervisionado consiste em teoria e prática tendo em vista uma busca constante da realidade para uma elaboração conjunta do programa de trabalho na formação do educador. Desta forma, “o estágio é o eixo central na formação de professores, pois é através dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos saberes do dia a dia” (PIMENTA E LIMA, 2004), tronando-se etapa imprescindível para o profissional estar apto a exercer sua função como educador.
O contato com os professores e alunos ofereceu subsídios para uma reflexão mais aprofundada visando o melhoramento da prática pedagógica realizada em sala de aula conforme garante a LDB. No entanto, nada é plenamente garantido diante de um cenário de calamidade escolar que foi presenciado pelos estagiários.
Segundo Franco (2002), “a docência é uma profissão com identidade e estatuto epistemológico próprios, e que em si, o ensino é uma das manifestações da práxis educativa” De acordo com o Titulo II (Referenciais Conceituais) da Resolução nº 4 de 13 de julho de 2010, especificamente nos artigos 4,5 e 6, que cabe ao Poder Publico, a sociedade, a família e a escola ser responsáveis por garantir uma educação de igualitária, acessível a todos, no entanto, o que reza essa Resolução está longe de ser o que acontece na prática principalmente no tocante a qualidade de ensino/aprendizagem, no educar e cuidar centralizado no desenvolvimento sócio cognitivo do educando através da ética da alteridade e do dialogo reflexivo.
Segundo o RCNEI, “Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades”, esse cuidado está relacionado à ética da alteridade quando assumimos o compromisso de educar e cuidar com responsabilidade. No entanto, longe está de ser vivenciada pelas crianças brasileiras, nordestinas, indígenas, pobres e carentes, menores de seis anos de idade, a plenitude do art. 30 da LDB. Após uma semana de observação concluiu-se que é gritante a diferença entre o discurso da lei (LDB) e o dia a dia de muitas escolas brasileiras que contemplam a educação infantil, como é o caso de nossa escola objeto de estágio. De acordo com o art. 30 da LDB, as crianças de 0 a 6 anos de idade é garantida a oferta de escolas que contemplam o cuidar e o brincar. Esse cuidar implica se vir no outro e assim entender e ajudá-lo a se desenvolver como ser humano. Acredito que em nosso país só teremos uma educação de qualidade quando todos nós assumirmos o nosso verdadeiro papel de sujeito autônomo e atuante na construção do caminho para essa educação que todos nós almejamos.
Referências
ANTUNES, Celso. Educação infantil: prioridade imprescindível. Petrópolis: Vozes, 2004.
BRASIL, LBD. Lei9394/96. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em< www.mec.gov.br>. Acessado em 23/10/2012
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil/ Ministério da Educação e do Desporto, Secretária de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/ SEF, 1998.
CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis E. Educação infantil: pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001.
FRANCO, M. L. B. Qualidade total na formação profissional: do texto ao contexto. Cadernos de Pesquisa. Fundação Carlos Chagas, São Paulo, 1995.
GUERRA, Miriam Darlete Seade. Reflexões sobre um processo vivido em estágio supervisionado: Dos limites às possibilidades, 1995.
LORENZATO, Sérgio. Para aprender matemática.Campinas, SP: Autores Associados, 2006. (Coleção Formação de Professores) PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
A importância do estágio na formação profissional
por ANA MARIA RODRIGUES DE SOUZA
Professora das séries iniciais na instituição EMEIF Luiz de Caldas desde 2007.Também trabalhou nas instituição Colégio Compacto ( 2010 a de 2012), Instituto Eliseu Freires Mariz (1999) e no IDEAL- Cantinho de Walt Disney (1998) Cursando 7º período de Pedagogia-UFPB