A psicologia infantil pode ser interpretada como o estudo do comportamento da criança, desde o seu nascimento até à fase da adolescência.
Esse ramo tem enfoque no seu desenvolvimento físico, motor, cognitivo, perceptivo, afetivo e social.
Os psicólogos infantis se utilizam dos mecanismos necessários para prever e resolver os problemas na saúde mental das crianças, sendo um espaço potencial para acolhimento das angústias, inseguranças e um momento de intervenções com os pais.
A psicologia infantil atende a duas variáveis que podem incidir no desenvolvimento da criança: o fator externo, como a influência dos seus pais ou dos seus amigos e colegas, e o fator biológico, determinado pela sua herança genética. No que diz respeito às suas principais teorias, a psicologia infantil baseia-se na descrição da personalidade e na percepção desenvolvida pelo Austríaco Sigmund Freud, e nos conceitos do saber cognitivo propostos pelo Suíço Jean Piaget.
Para a teoria freudiana, o desenvolvimento de uma personalidade sã é imprescindível para satisfazer as necessidades instintivas da criança.
Freud afirma que as três etapas estruturais da personalidade são o “id” (a fonte de todos os instintos), o superego (representa as regras sociais e morais) e o ego (a fase intermédia entre o “id” e o superego).
Piaget, por sua vez, concentra-se no conhecimento inato da criança, que aparece desde o nascimento e que permite a aprendizagem sem necessidade de recorrer a estímulos externos.
Os transtornos psicológicos mais comuns são aqueles que estão relacionados com o sono, os temores noturnos, os medos em geral, a alimentação, a atividade e a linguagem.
Os modelos teóricos de intervenção na psicologia infantil são variados, mas a base foca numa orientação desenvolvimentista, numa abordagem multidisciplinar e combina competência e humanismo.
Os objetivos da psicologia infantil variam de acordo com a profissionalização de cada psicólogo, mas o seu papel vai depender, sobretudo, das estruturas e expectativas das características do serviço em que se insere e das peculiaridades de cada paciente.
De maneira geral os seus propósitos fundamentais são os de colaborar na implementação de programas de prevenção e promoção da saúde, a compreensão dos problemas psicológicos numa perspectiva desenvolvimentista, planejar intervenções em crianças que estão em risco, colaborar no tratamento, apoio à criança doente e à sua família e, finalmente, participar na pesquisa aplicada dos fatores psicossociais associados aos diagnósticos.
Vemos, assim, que o trabalho do psicólogo infantil não consiste em intervir exclusivamente na criança doente e sua família, mas também na criança saudável em risco e, não se restringe a uma ação de avaliação e diagnóstico, mas cada vez mais busca a prevenção e a intervenção precoce na resolução de problemas de índole psicológica.
O texto (Este texto faz parte do E-book sobre Psicologia Infantil).
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