O TDAH não tem cura. Seu tratamento visa aliviar os sintomas e prevenir consequências de curto e longo prazo no desenvolvimento infantil. A escolha costuma variar levando em consideração a gravidade do transtorno e o tempo de evolução, bem como as condições psicossociais das crianças e seu nível maturacional. Porém, a maioria dos especialistas tende a optar por um tratamento multidisciplinar que inclui terapia psicológica combinada com o uso de alguns medicamentos e mudanças no estilo de vida.
1. Terapia psicológica
A terapia psicológica em crianças com TDAH visa oferecer um equilíbrio entre os aspectos comportamentais, emocionais e sociais que estão na base do transtorno, bem como fornecer aos pequenos instrumentos para que possam regular seu comportamento. O tratamento inclui um conjunto de técnicas, principalmente comportamentais, que buscam ensinar a criança a monitorar seu próprio comportamento e estabelecer padrões bem estruturados para regular sua impulsividade e hiperatividade. A terapia cognitiva às vezes também é usada para ajudar as crianças a ganhar autocontrole e melhorar sua capacidade de atenção, bem como o treinamento de habilidades sociais para ensiná-las a resolver problemas de forma assertiva. As técnicas de relaxamento costumam ser fundamentais para que as crianças adquiram autocontrole e melhorem sua atenção.
2. Tratamento farmacológico
O uso de medicamentos costuma ser bastante comum nos casos mais graves de TDAH ou nos quais a terapia psicológica não funciona por conta própria. Na verdade, sabe-se que cerca de 70% a 80% das crianças com TDAH que usam drogas respondem positivamente ao tratamento. Nestes casos, é comum o recurso a drogas estimulantes e não estimulantes do sistema nervoso central, que, embora geralmente tenham mecanismos de ação diferentes, fornecem resultados semelhantes que reduzem a impulsividade, hiperatividade e melhoram a capacidade de atenção. Os medicamentos de escolha geralmente são atomoxetina e metilfenidato., embora outros como clonidina, guanfacina e anfetamina de liberação prolongada também sejam usados. Em alguns casos, também são usados antidepressivos.
3. Intervenção socioeducativa
O tratamento socioeducativo constitui outro dos pilares fundamentais da atenção especializada à criança com TDAH. Nesse sentido, os especialistas recomendam que os pais definam bem os limites em casa e estabeleçam regras claras, bem como planejem detalhadamente as atividades diárias dos filhos. Sugere-se também estimular a prática de esportes ou apostar em atividades físicas na natureza para ajudá-los a liberar o excesso de energia, conforme constatou estudo conduzido na University of Vermont e na Michigan State University. Da mesma forma, sabe-se que entre o TDAH e a dieta há uma estreita relação, por isso é recomendável apostar em uma dieta reduzida em açúcares, corantes e aditivos e rica em vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais para reduzir os sintomas de hiperatividade e impulsividade nos mais pequenos.