Lula deu posse aos 37 ministros do novo governo no domingo. Ministro da Educação que encerrou gestão Bolsonaro, Victor Veiga, não participou da solenidade nesta segunda.
O novo ministro da Educação, Camilo Santana, assumiu o cargo em cerimônia na sede da pasta nesta segunda-feira (2).
No discurso (veja em detalhes abaixo), Camilo disse que o governo atuará para reverter os danos educacionais provocados pela pandemia – e que a alfabetização na idade certa é “prioridade absoluta” para o país.
“A última avaliação feita pelo Saeb mostra que apenas uma em cada três crianças é alfabetizada na idade certa neste país. Ou seja: a maioria é analfabeta dentro da própria escola, o que provoca graves repercussões na sequência da vida dessas crianças”, disse.
O Saeb é o Sistema de Avaliação da Educação Básica. A prova avalia conhecimentos de matemática, língua portuguesa, ciências humanas e ciências da natureza de alunos das escolas públicas e privadas.
Camilo e os outros 36 ministros do novo governo foram empossados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo (1º), durante a solenidade de posse presidencial.
O ex-ministro Victor Veiga, que comandava a pasta até este sábado, não compareceu ao evento para transmitir o cargo.
Outros ex-ministros, como Renato Janine Ribeiro e Cristovam Buarque, presenciaram a solenidade. O auditório do MEC estava lotado por governadores, parlamentares ligados à educação e outras autoridades.
Além de Camilo, a secretária-executiva da nova gestão do MEC, Izolda Cela, foi anunciada e aplaudida pelos presentes. Ela chegou a ser cotada para comandar o ministério mas, pelo arranjo final, será a “número 2” da pasta.
Em um gesto simbólico, o “pin” que é usado pelos ministros de Estado foi afixado ao terno do ministro pelas presidentes da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas, Jade Beatriz.
O discurso de Camilo
Segundo o novo ministro, a educação brasileira foi tratada como “subproduto” na gestão anterior – uma situação agravada pela pandemia de Covid.
“Vivemos recentemente tempos muito sombrios, onde o Brasil foi violentamente negligenciado nas suas mais importantes áreas. E a educação, sem dúvida, foi uma das mais atingidas”, disse Camilo ao tomar posse.
Camilo repetiu as prioridades que já vinham sendo anunciadas para a pasta, como a expansão do ensino integral, o combate à evasão escolar e a introdução de novas tecnologias nas salas de aula.
“Aproximadamente 28% dos alunos do ensino fundamental possuem acesso à internet. No Nordeste, o número é ainda menor, de 17%. Já no ensino médio, enquanto na região Sul 86% têm acesso à internet, na região Norte é metade disso. Nos dias atuais, não há como se pensar em educação sem o auxílio da internet”, disse.
O ministro afirmou ainda que buscará um “diálogo permanente” com as universidades e institutos federais para elaborar o novo Plano Nacional de Educação – o atual tem validade apenas até 2024.