Estratégia inusitada de Giovanna Fagundes da Silva, de 20 anos, surtiu efeito porque foi aliada a anos de estudos, preparação e prática. Estudante mora em Birigui (SP) e sonha em ser médica.
A jovem Giovanna Fagundes da Silva, de 20 anos, está mais perto de alcançar o sonho de cursar medicina. Ela obteve nota máxima (1.000 pontos) na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022.
Moradora de Birigui (SP), a estudante relevou que parou de ir ao cursinho no fim do ano passado para estudar sozinha, pois conhecia a maioria das aulas de cor.
“Sabia até as piadas que o professor ia fazer, então fazia exercícios enquanto isso”, disse a jovem, que prestou a prova pela sexta vez consecutiva.
A estratégia inusitada da estudante surtiu efeito porque foi aliada a anos de estudos, preparação e prática. Os mais de 90 post-it colados na parede também a ajudaram a alcançar a meta.
Em entrevista ao g1, Giovanna contou que fazia, em média, três redações por semana e aguardava ansiosamente pela correção.
“Treinei muito. Pensava em qualquer assunto e já posicionava uma causa, uma consequência e três repertórios. Isso me ajudou a ter estratégia para administrar o tempo. Sabia o momento que estaria cansada e não poderia escrever a redação, ou a hora de fazer questões e voltar para o texto”, explicou.
Apesar da rotina intensa de estudos, a jovem conseguia encontrar tempo para praticar exercícios físicos, o que a ajudou a espantar a ansiedade e a pressão.
“Acordava às 5h, me arrumava, tomava café da manhã e pegava o ônibus para Araçatuba (SP). Como chegava muito cedo, até a escola abrir, sempre lia alguma coisa. Almoçava na escola e voltava para as aulas da tarde. Quando acabavam, ainda ficava estudando um pouco. Chegava em casa umas 18h, 19h, dava uma revisada em alguma coisa que tivesse ficado para trás e aproveitava um momentinho para ir à academia”, contou.
Ao ser questionada sobre o que os estudantes devem fazer para se preparar para a prova, a estudante respondeu que treinar é a principal dica.
“Qualquer tema que receber, ver nas redes sociais, tem que pegar e treinar. Quando receber a devolutiva do texto do seu professor ou corretor, buscar onde pode melhorar. Repertório é algo importante”, afirmou.
Nervosismo
Ao g1, Giovanna também contou que chorou antes de entrar na sala para prestar a prova, principalmente porque se sentia pressionada. Ela só se acalmou quando viu que o tema da redação era os “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.
“Primeiro anotei tudo que vinha na minha cabeça sobre aquele assunto. Filósofo, livro e filme. Fui descansar, fazer questões, voltei para a redação e fui relacionando. Filosofia e sociologia me ajudaram muito, tanto que, no texto, todos os parágrafos têm algum filósofo, algum pensamento”, contou.
Todo o esforço rendeu à jovem a nota máxima na redação e a possibilidade de se matricular no curso de medicina.
“Não acreditava. Achei que fosse 100. Liguei para minha mãe, conferimos e deu certo. Fiquei muito feliz, muito mesmo, pois sempre sonhei em ser pediatra. Estou esperando algum resultado legal, não tão longe de casa, uma faculdade boa. E descansando, só aproveitando. Esse ano foi bem difícil, a ansiedade foi um fator que me prejudicou bastante, mas agora que passou, penso que ainda bem que não desisti”, afirmou.