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Brasil Gasta Anualmente US$ 3,6 Mil por Aluno da Rede Pública; Média de Países da OCDE Passa de US$ 11 Mil

O relatório “Education at a Glance 2024”, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), destaca a disparidade nos investimentos em educação entre o Brasil e os países da OCDE. Segundo o levantamento, o Brasil investe cerca de US$ 3.668 (cerca de R$ 20,5 mil) por aluno da rede pública, enquanto a média entre os países da OCDE ultrapassa os US$ 11.914 (R$ 66,5 mil).

Comparação Global de Gastos Educacionais

Luxemburgo, Suíça e Noruega estão no topo da lista dos maiores investidores em educação, com Luxemburgo destinando mais de US$ 25 mil (R$ 139,5 mil) por aluno.

Já o Brasil, em uma lista de 40 países, figura entre os que menos investem, superando apenas Romênia, Turquia, África do Sul, México e Peru.

💰 Redução dos Gastos com Educação no Brasil

Entre 2015 e 2021, durante os governos de Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro, o Brasil apresentou uma queda média anual de 2,5% nos investimentos em educação. No mesmo período, os países da OCDE aumentaram seus gastos em 2,1% ao ano, apesar dos desafios econômicos gerados pela pandemia.

🧒 Investimentos na Primeira Infância Crescem

Apesar do cenário geral de queda, houve um aumento significativo nos investimentos relacionados à educação da primeira infância. Entre 2015 e 2021, o Brasil registrou um crescimento de 29% no valor destinado por aluno de 0 a 3 anos, etapa considerada essencial para a redução das desigualdades sociais e econômicas.

💲 Percentual do PIB Investido em Educação

Os investimentos do Brasil em educação representam 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar similar ao de países como Suécia e Nova Zelândia. No entanto, é importante observar que o PIB sozinho não reflete a realidade educacional. Embora o Brasil destine um percentual significativo, a grande população do país faz com que os valores por aluno sejam diluídos e, consequentemente, menores.

🤷‍♀️ Geração ‘Nem-Nem’ Está Diminuindo

Entre os jovens brasileiros de 18 a 24 anos, a parcela dos que nem estudam nem trabalham caiu de 29,4% (em 2016) para 24% (em 2023). Esse fenômeno, conhecido como “geração nem-nem”, também apresentou queda entre os países da OCDE, passando de 15,8% para 13,8% no mesmo período.

🧑‍🎓 Formação Superior Faz Diferença no Mercado de Trabalho

No Brasil, os jovens que não possuem ensino superior enfrentam maiores dificuldades no mercado de trabalho. Entre os 25 a 34 anos, 36% dos brasileiros sem diploma técnico ou universitário estão desempregados, em comparação com 25% entre os países da OCDE.

Além disso, 59% dos brasileiros de 25 a 64 anos que não completaram o ensino médio recebem salários abaixo da média da população. Esses impactos são ainda mais evidentes entre as mulheres, com apenas 44% das brasileiras sem ensino básico empregadas, enquanto entre os homens esse número sobe para 80%.

📊 Conclusão

O relatório “Education at a Glance 2024” revela a necessidade urgente de aumentar os investimentos por aluno no Brasil para alcançar padrões educacionais mais elevados e garantir melhores oportunidades para todos. O desafio não está apenas no percentual do PIB dedicado à educação, mas em como os recursos são distribuídos para atingir efetivamente os estudantes em cada etapa de ensino.

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