Quem é: Sextus Empiricus na Filosofia

Quem é Sextus Empiricus na Filosofia?

Sextus Empiricus foi um filósofo grego que viveu entre os séculos II e III d.C. Ele é conhecido principalmente por ser um dos principais representantes do ceticismo pirrônico, uma corrente filosófica que questiona a possibilidade de se alcançar o conhecimento absoluto e defende a suspensão do juízo em relação a todas as questões.

O ceticismo pirrônico tem suas raízes no pensamento de Pirro de Élis, filósofo grego do século IV a.C. que acreditava que todas as opiniões são igualmente válidas e que não podemos afirmar nada com certeza. Sextus Empiricus foi um dos principais responsáveis por sistematizar e desenvolver as ideias de Pirro, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Uma das principais obras de Sextus Empiricus é “Esboços Pirrônicos”, uma coleção de textos que apresenta os argumentos e as posições do ceticismo pirrônico. Nessa obra, ele discute questões como a natureza do conhecimento, a possibilidade de se alcançar a verdade e a relação entre os sentidos e a realidade.

Para Sextus Empiricus, o conhecimento é algo relativo e subjetivo, dependente das percepções e das experiências individuais. Ele argumenta que não podemos confiar plenamente nos nossos sentidos, pois eles podem nos enganar e nos levar a conclusões equivocadas. Além disso, ele defende que não podemos confiar na razão, pois ela também é falível e suscetível a erros.

Diante dessa perspectiva, Sextus Empiricus propõe a suspensão do juízo como uma postura filosófica adequada. Ele argumenta que devemos nos abster de fazer afirmações definitivas sobre qualquer assunto, pois não temos acesso a uma verdade absoluta e incontestável. Em vez disso, devemos nos contentar em viver de acordo com as aparências, sem nos preocupar em descobrir a verdade última das coisas.

Essa postura cética tem consequências práticas na vida cotidiana. Sextus Empiricus defende que devemos nos abster de fazer julgamentos morais e éticos, pois não temos critérios objetivos para avaliar o que é certo ou errado. Além disso, ele argumenta que devemos evitar as disputas e as controvérsias, pois elas são baseadas em opiniões divergentes e não podem ser resolvidas de forma definitiva.

Apesar de sua postura cética, Sextus Empiricus não defende o niilismo ou a indiferença em relação ao mundo. Ele reconhece que, mesmo sem acesso à verdade absoluta, podemos viver de acordo com as aparências e buscar o bem-estar e a felicidade. Ele argumenta que devemos nos guiar pelos costumes e pelas convenções sociais, pois eles são úteis para a vida em sociedade.

Além disso, Sextus Empiricus destaca a importância da ataraxia, um estado de tranquilidade e serenidade que pode ser alcançado através da suspensão do juízo. Ele argumenta que, ao suspendermos o juízo e nos abstermos de fazer afirmações definitivas, podemos nos libertar das preocupações e das angústias que surgem da busca pela verdade absoluta.

Apesar de sua importância histórica e filosófica, Sextus Empiricus é um filósofo pouco conhecido e estudado atualmente. Suas ideias céticas foram criticadas por outros filósofos, que argumentaram que o ceticismo pirrônico leva ao relativismo e à negação da possibilidade de se alcançar o conhecimento.

No entanto, as ideias de Sextus Empiricus continuam a ser discutidas e debatidas até hoje. Seu ceticismo radical nos lembra da importância de questionar nossas certezas e de reconhecer os limites do conhecimento humano. Embora possamos não concordar com todas as suas posições, sua obra nos convida a refletir sobre a natureza do conhecimento e sobre os fundamentos das nossas crenças.

Em resumo, Sextus Empiricus foi um filósofo grego que viveu entre os séculos II e III d.C. Ele é conhecido principalmente por ser um dos principais representantes do ceticismo pirrônico, uma corrente filosófica que questiona a possibilidade de se alcançar o conhecimento absoluto e defende a suspensão do juízo em relação a todas as questões. Suas ideias continuam a ser discutidas e debatidas até hoje, nos convidando a refletir sobre a natureza do conhecimento e sobre os fundamentos das nossas crenças.