O que é: Neoescolástica na Filosofia

Introdução

A neoescolástica é uma corrente filosófica que surgiu no final do século XIX e início do século XX, como uma tentativa de revitalizar e adaptar os princípios da escolástica medieval aos desafios e questionamentos da modernidade. Neste artigo, exploraremos o que é a neoescolástica na filosofia, suas principais características e como ela se diferencia da escolástica tradicional.

Origens da neoescolástica

A neoescolástica teve suas origens no contexto da chamada “crise modernista”, que ocorreu no final do século XIX e início do século XX, quando a Igreja Católica enfrentou uma série de desafios intelectuais e culturais. Nesse período, muitos teólogos e filósofos católicos sentiram a necessidade de resgatar os princípios da escolástica medieval para enfrentar as críticas e questionamentos da modernidade.

Principais características da neoescolástica

A neoescolástica compartilha muitas características com a escolástica medieval, mas também apresenta algumas diferenças significativas. Uma das principais características da neoescolástica é a ênfase na filosofia tomista, baseada nas obras de Santo Tomás de Aquino. Os neoescolásticos consideravam a filosofia tomista como a forma mais adequada de abordar os problemas filosóficos e teológicos da época.

Rejeição do modernismo

Uma das principais motivações da neoescolástica era a rejeição do modernismo, uma corrente filosófica e teológica que questionava muitos dos princípios tradicionais da Igreja Católica. Os neoescolásticos viam o modernismo como uma ameaça à fé e à tradição, e buscavam fortalecer a posição da Igreja através da defesa dos princípios escolásticos.

Diálogo com a ciência moderna

Apesar de sua rejeição ao modernismo, os neoescolásticos reconheciam a importância da ciência moderna e buscavam estabelecer um diálogo entre a filosofia escolástica e as descobertas científicas. Eles acreditavam que a filosofia tomista poderia fornecer uma base sólida para a compreensão e interpretação dos avanços científicos, conciliando fé e razão.

Ênfase na metafísica

Outra característica marcante da neoescolástica é a ênfase na metafísica, ramo da filosofia que estuda a natureza da realidade e do ser. Os neoescolásticos consideravam a metafísica como a disciplina filosófica fundamental, capaz de fornecer respostas para as questões mais profundas e fundamentais da existência humana.

Críticas à neoescolástica

A neoescolástica também recebeu críticas de diversos filósofos e teólogos, que a consideravam como uma tentativa de retrocesso intelectual e uma recusa em enfrentar os desafios da modernidade. Alguns argumentavam que a neoescolástica era excessivamente dogmática e rígida, incapaz de se adaptar às mudanças e avanços do pensamento contemporâneo.

Declínio da neoescolástica

A neoescolástica teve seu auge no início do século XX, mas gradualmente entrou em declínio à medida que outras correntes filosóficas ganharam destaque. O surgimento da fenomenologia, do existencialismo e de outras correntes filosóficas influenciaram a filosofia católica e levaram a uma diminuição da influência da neoescolástica.

Legado da neoescolástica

Mesmo com seu declínio, a neoescolástica deixou um legado importante na filosofia católica. Muitos dos debates e questões levantados pelos neoescolásticos continuam sendo discutidos até hoje, e a filosofia tomista ainda exerce influência em diversos campos do conhecimento, como a ética, a filosofia da mente e a filosofia da religião.

Conclusão

A neoescolástica na filosofia foi uma tentativa de revitalizar os princípios da escolástica medieval em resposta aos desafios da modernidade. Com ênfase na filosofia tomista, a neoescolástica buscava fortalecer a posição da Igreja Católica e estabelecer um diálogo com a ciência moderna. Apesar de suas críticas e declínio, a neoescolástica deixou um legado importante na filosofia católica e continua sendo objeto de estudo e debate até os dias de hoje.