O que é: Neoplatonismo na Filosofia

O que é: Neoplatonismo na Filosofia

O neoplatonismo é uma corrente filosófica que se desenvolveu durante a antiguidade tardia, principalmente entre os séculos III e VI d.C. Essa corrente foi influenciada pelo pensamento de Platão, filósofo grego do século IV a.C., e teve um papel fundamental na filosofia ocidental, influenciando diversas áreas do conhecimento, como a teologia, a metafísica e a ética.

O neoplatonismo surgiu como uma tentativa de resgatar e reinterpretar os ensinamentos de Platão, que haviam sido influenciados pelo pensamento aristotélico e pelas correntes filosóficas helenísticas. Os neoplatônicos buscavam retornar às ideias originais de Platão, considerando-o como o filósofo supremo e a fonte de todo o conhecimento verdadeiro.

Um dos principais expoentes do neoplatonismo foi Plotino, filósofo romano do século III d.C. Ele desenvolveu uma filosofia complexa, baseada na ideia de que a realidade é composta por três níveis: o Uno, a Inteligência e a Alma. O Uno é a causa de tudo o que existe, sendo a fonte de todas as coisas. A Inteligência é o nível intermediário, onde estão as ideias e os princípios universais. E a Alma é o nível mais baixo, onde estão as almas individuais e os seres vivos.

Para Plotino, o objetivo da filosofia era a união mística com o Uno, ou seja, a busca pela transcendência e pela elevação da alma. Ele acreditava que essa união só poderia ser alcançada através da contemplação e da purificação da alma, afastando-se das distrações do mundo material e buscando a conexão com o divino.

Além de Plotino, outros filósofos neoplatônicos também contribuíram para o desenvolvimento dessa corrente filosófica. Por exemplo, Porfírio, discípulo de Plotino, escreveu uma série de obras que sistematizaram e expandiram as ideias do seu mestre. Já Jâmblico, outro importante filósofo neoplatônico, deu ênfase à religião e à magia, buscando uma síntese entre o neoplatonismo e as tradições religiosas da época.

O neoplatonismo teve uma influência significativa na filosofia medieval, especialmente na escolástica, que foi a corrente filosófica dominante na Europa durante a Idade Média. Os filósofos escolásticos, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, incorporaram muitos elementos do neoplatonismo em suas obras, adaptando-os à teologia cristã.

Além disso, o neoplatonismo também influenciou a filosofia islâmica e a filosofia judaica medieval. Filósofos como Avicena e Averróis, no mundo islâmico, e Maimônides, na tradição judaica, fizeram uma síntese entre o neoplatonismo e as tradições filosóficas e religiosas de suas respectivas culturas.

No Renascimento, o neoplatonismo ressurgiu com força, influenciando diversos artistas, como Rafael e Michelangelo, e filósofos, como Marsilio Ficino e Pico della Mirandola. Esses pensadores buscaram resgatar a filosofia de Platão e Plotino, combinando-a com elementos do pensamento cristão e da tradição hermética.

Atualmente, o neoplatonismo continua a ser estudado e debatido, principalmente no campo da filosofia da religião e da filosofia da mente. Muitos filósofos contemporâneos têm se interessado pelas ideias neoplatônicas, buscando uma síntese entre a filosofia clássica e as descobertas científicas da era moderna.

Em resumo, o neoplatonismo é uma corrente filosófica que se desenvolveu na antiguidade tardia, buscando resgatar e reinterpretar os ensinamentos de Platão. Essa corrente teve um papel fundamental na filosofia ocidental, influenciando diversas áreas do conhecimento. O neoplatonismo valoriza a busca pela transcendência e pela união mística com o divino, através da contemplação e da purificação da alma. Essa corrente filosófica teve uma influência significativa na filosofia medieval, no Renascimento e continua a ser estudada e debatida nos dias de hoje.