O que é: Quietism na Filosofia

O que é Quietismo na Filosofia

O quietismo é uma corrente filosófica que surgiu no século XVII, principalmente na França e na Itália. Essa corrente propõe uma abordagem contemplativa da vida, enfatizando a busca pela paz interior e a aceitação das circunstâncias da existência humana. O quietismo rejeita a ação e a intervenção no mundo, defendendo a ideia de que a verdadeira felicidade e a realização pessoal são alcançadas através do recolhimento e da quietude.

Origens e Principais Representantes

O quietismo teve suas origens no pensamento de filósofos como Miguel de Molinos, na Espanha, e François de La Mothe Le Vayer, na França. No entanto, foi com a obra de Jeanne-Marie Bouvier de La Motte-Guyon, conhecida como Madame Guyon, que o quietismo ganhou maior destaque. Madame Guyon defendia a ideia de que a união com Deus só poderia ser alcançada através do abandono completo da vontade própria e da entrega total à vontade divina.

Outro importante representante do quietismo foi Fénelon, arcebispo de Cambrai, que desenvolveu uma visão mais moderada da corrente. Fénelon acreditava que a busca pela paz interior e pela união com Deus poderia ser alcançada através da contemplação e da renúncia aos desejos mundanos. Ele também enfatizava a importância da humildade e da resignação diante das adversidades.

Principais Ideias e Conceitos

O quietismo propõe uma série de ideias e conceitos que são fundamentais para compreender essa corrente filosófica. Um dos principais conceitos é o de “quietude”, que se refere ao estado de tranquilidade e paz interior que é buscado pelos adeptos do quietismo. A quietude é considerada essencial para a contemplação e para a união com Deus.

Outro conceito importante é o de “abandono da vontade própria”. De acordo com o quietismo, a verdadeira felicidade e a realização pessoal só podem ser alcançadas quando o indivíduo renuncia à sua vontade e se entrega completamente à vontade divina. Esse abandono da vontade própria é visto como uma forma de desapego e de confiança em Deus.

Além disso, o quietismo também enfatiza a importância da “renúncia aos desejos mundanos”. Os adeptos dessa corrente acreditam que os desejos e as ambições materiais são obstáculos para a busca da paz interior e da união com Deus. Portanto, é necessário renunciar a esses desejos e buscar a satisfação espiritual.

Críticas e Controvérsias

O quietismo enfrentou diversas críticas e controvérsias ao longo da história. Uma das principais críticas é a de que essa corrente filosófica pode levar ao conformismo e à passividade diante das injustiças e dos problemas sociais. A ênfase na quietude e na aceitação das circunstâncias pode ser interpretada como uma forma de alienação e de falta de engajamento com o mundo.

Além disso, o quietismo também foi alvo de críticas por parte da Igreja Católica. A Santa Sé condenou algumas das ideias defendidas pelos quietistas, considerando-as heréticas. O papa Inocêncio XI emitiu uma bula papal em 1687 condenando o quietismo e proibindo a publicação das obras de Madame Guyon e de Fénelon.

Influências e Legado

Mesmo com as críticas e as controvérsias, o quietismo deixou um legado importante na filosofia e na espiritualidade. Essa corrente influenciou diversos pensadores e movimentos ao longo dos séculos, como o romantismo e o transcendentalismo. O foco na busca pela paz interior e na contemplação teve impacto significativo no desenvolvimento do pensamento filosófico e religioso.

Além disso, o quietismo também contribuiu para a valorização da espiritualidade individual e da experiência pessoal na busca pela verdade e pela felicidade. A ideia de que a união com Deus pode ser alcançada através do recolhimento e da quietude influenciou diversas correntes religiosas e espirituais, como o misticismo e o zen budismo.

Conclusão

O quietismo é uma corrente filosófica que propõe uma abordagem contemplativa da vida, enfatizando a busca pela paz interior e a aceitação das circunstâncias da existência humana. Através da quietude, do abandono da vontade própria e da renúncia aos desejos mundanos, os adeptos do quietismo buscam a união com Deus e a realização pessoal. Apesar das críticas e das controvérsias, o quietismo deixou um legado importante na filosofia e na espiritualidade, influenciando diversas correntes de pensamento ao longo dos séculos.