O que é: Scepticismo na Filosofia

O que é: Scepticismo na Filosofia

O scepticismo é uma corrente filosófica que questiona a possibilidade de alcançar um conhecimento absoluto e indubitável sobre o mundo. Surgiu na Grécia Antiga, por volta do século V a.C., e tem como principal representante Pirro de Élis. Ao longo dos séculos, o scepticismo passou por diversas transformações e influenciou outras correntes filosóficas, como o empirismo e o pragmatismo. Neste artigo, vamos explorar mais a fundo o conceito de scepticismo na filosofia e suas principais características.

Origens do Scepticismo

O scepticismo tem suas raízes na filosofia grega antiga, mais especificamente na escola de pensamento conhecida como Pirronismo. Seu fundador, Pirro de Élis, acreditava que o conhecimento humano era limitado e que não era possível alcançar a verdade absoluta sobre o mundo. Ele defendia que todas as crenças e opiniões eram igualmente válidas, e que não deveríamos nos apegar a nenhuma delas.

Para Pirro, o conhecimento era baseado em percepções sensoriais e, portanto, subjetivo. Ele argumentava que nossos sentidos podem nos enganar e que não podemos confiar plenamente neles. Além disso, ele afirmava que nossas crenças são influenciadas por nossas experiências pessoais e culturais, o que torna impossível alcançar uma verdade universal.

Principais Características do Scepticismo

O scepticismo possui algumas características fundamentais que o distinguem de outras correntes filosóficas. A primeira delas é a suspensão do juízo. Os scepticos acreditam que não devemos tomar posição sobre qualquer questão, pois não temos acesso a um conhecimento absoluto e indubitável. Em vez disso, devemos suspender nosso juízo e permanecer em um estado de dúvida constante.

Outra característica importante do scepticismo é a busca pela ataraxia, ou seja, a tranquilidade da alma. Os scepticos acreditam que a suspensão do juízo nos liberta das preocupações e ansiedades causadas pela busca da verdade. Ao não nos apegarmos a nenhuma crença ou opinião, alcançamos um estado de paz interior.

Além disso, o scepticismo valoriza a prática do epoché, que consiste em suspender nossos julgamentos e opiniões sobre o mundo. Ao praticar a epoché, somos capazes de nos libertar das influências externas e nos concentrar em nossa própria experiência subjetiva. Dessa forma, podemos nos afastar das opiniões alheias e buscar a verdade dentro de nós mesmos.

Tipos de Scepticismo

Ao longo dos séculos, o scepticismo se dividiu em diferentes correntes e abordagens. Um dos principais tipos de scepticismo é o scepticismo pirrônico, que se baseia nos ensinamentos de Pirro de Élis. Os pirrônicos acreditam que não podemos alcançar a verdade sobre o mundo e, portanto, devemos suspender nosso juízo em relação a todas as questões.

Outro tipo de scepticismo é o scepticismo acadêmico, que se desenvolveu na Academia de Platão. Os acadêmicos acreditavam que o conhecimento humano era limitado e que não podíamos ter certeza sobre nada. No entanto, eles não defendiam a suspensão completa do juízo, mas sim a adoção de opiniões prováveis com base nas evidências disponíveis.

Além disso, temos o scepticismo moderno, que surgiu durante a Renascença e o Iluminismo. Os filósofos modernos, como René Descartes e David Hume, questionaram a possibilidade de alcançar um conhecimento absoluto e indubitável. Eles argumentavam que nossas crenças são influenciadas por nossos sentidos e experiências, o que torna impossível alcançar uma verdade universal.

Influência do Scepticismo

O scepticismo teve uma grande influência no desenvolvimento da filosofia ocidental. Suas ideias foram incorporadas por outras correntes filosóficas, como o empirismo e o pragmatismo. O empirismo, por exemplo, defende que todo conhecimento deriva da experiência sensorial e que não podemos ter certeza sobre nada além do que nossos sentidos nos mostram.

Já o pragmatismo, desenvolvido por filósofos como Charles Sanders Peirce e William James, valoriza a utilidade prática das crenças e opiniões. Os pragmatistas argumentam que devemos adotar as crenças que funcionam melhor em nossa vida cotidiana, sem nos preocuparmos com sua veracidade absoluta.

Além disso, o scepticismo também influenciou a ciência moderna. Os cientistas, ao questionarem constantemente suas teorias e hipóteses, adotam uma postura sceptica em relação ao conhecimento científico. Eles reconhecem que suas teorias são provisórias e sujeitas a revisão e modificação com base em novas evidências.

Críticas ao Scepticismo

O scepticismo também recebeu críticas ao longo da história da filosofia. Alguns filósofos argumentam que a suspensão do juízo é impraticável e que é impossível viver sem crenças e opiniões. Eles defendem que precisamos tomar posição sobre questões práticas e morais, mesmo que não tenhamos acesso a um conhecimento absoluto.

Além disso, o scepticismo pode levar ao relativismo, ou seja, à ideia de que todas as opiniões são igualmente válidas. Isso pode levar a uma negação da existência de verdades objetivas e à relativização de valores morais e éticos. Alguns críticos argumentam que o scepticismo pode levar ao niilismo, negando qualquer forma de conhecimento ou valor.

Conclusão

O scepticismo é uma corrente filosófica que questiona a possibilidade de alcançar um conhecimento absoluto e indubitável sobre o mundo. Surgiu na Grécia Antiga, com Pirro de Élis, e influenciou outras correntes filosóficas ao longo dos séculos. O scepticismo valoriza a suspensão do juízo, a busca pela ataraxia e a prática da epoché. No entanto, também recebeu críticas, principalmente em relação à sua impraticabilidade e ao relativismo que pode gerar. Apesar das críticas, o scepticismo teve uma grande influência no desenvolvimento da filosofia ocidental e da ciência moderna.