O que é: Universais na Filosofia

O que são Universais na Filosofia

Na filosofia, o conceito de universais é um tema central que tem sido debatido e discutido ao longo dos séculos. Os universais são ideias ou conceitos que são considerados como sendo comuns a todos os indivíduos de uma determinada categoria ou classe. Eles são abstrações que representam características ou propriedades compartilhadas por várias entidades ou objetos.

A Origem do Debate sobre Universais

O debate sobre universais remonta à Grécia Antiga, com filósofos como Platão e Aristóteles. Platão acreditava que os universais existiam como entidades separadas e imutáveis, chamadas de Formas. Essas Formas eram consideradas como sendo a verdadeira realidade, enquanto os objetos físicos eram apenas cópias imperfeitas das Formas. Por outro lado, Aristóteles argumentava que os universais existiam apenas nas coisas individuais e não como entidades separadas.

Realismo e Nominalismo

O debate sobre universais continuou ao longo da Idade Média, com a discussão entre realistas e nominalistas. Os realistas acreditavam que os universais eram entidades reais e existiam independentemente das coisas individuais. Eles argumentavam que os universais eram necessários para explicar a semelhança entre os objetos. Por outro lado, os nominalistas negavam a existência dos universais e afirmavam que eles eram apenas nomes ou conceitos criados pela mente humana.

Conceitualismo e Moderado Realismo

No início da era moderna, filósofos como John Locke e George Berkeley propuseram visões intermediárias entre o realismo e o nominalismo. Locke defendia o conceitualismo, que afirmava que os universais eram apenas conceitos mentais que surgiam da experiência sensorial. Berkeley, por sua vez, argumentava que os universais eram ideias na mente de Deus e que não existiam independentemente das mentes humanas.

Platonismo Matemático

Na filosofia da matemática, o platonismo matemático é uma visão que defende a existência de universais matemáticos como entidades reais e independentes. Os platonistas matemáticos acreditam que os números, as formas geométricas e outros objetos matemáticos existem em um reino separado e imutável. Essa visão tem sido criticada por sua falta de fundamentação empírica e por sua dificuldade em explicar como os seres humanos têm acesso a essas entidades matemáticas.

Teorias Contemporâneas

Nas últimas décadas, filósofos têm proposto diferentes teorias para explicar a natureza dos universais. Uma dessas teorias é o nominalismo tropeísta, que defende que os universais são propriedades particulares que existem apenas em objetos individuais. Segundo essa visão, a semelhança entre os objetos ocorre porque eles compartilham as mesmas propriedades particulares. Outra teoria é o realismo tropeísta, que argumenta que os universais são entidades abstratas que existem independentemente dos objetos individuais.

Problemas e Desafios

O debate sobre universais enfrenta vários problemas e desafios. Um dos principais desafios é explicar como os universais podem ser conhecidos ou acessados pelos seres humanos. Além disso, há o problema da individuação, ou seja, como distinguir entre universais semelhantes. Por exemplo, como diferenciar a cor vermelha de uma maçã da cor vermelha de uma rosa?

Implicações Filosóficas

O debate sobre universais tem implicações filosóficas em várias áreas, como a metafísica, a epistemologia e a filosofia da linguagem. Na metafísica, a questão sobre a natureza dos universais está relacionada à questão sobre a natureza da realidade. Na epistemologia, o debate sobre universais está relacionado à questão sobre como adquirimos conhecimento sobre o mundo. E na filosofia da linguagem, a discussão sobre universais está relacionada à questão sobre como as palavras e os conceitos se referem aos objetos do mundo.

Conclusão

O debate sobre universais na filosofia é complexo e multifacetado. Ao longo da história, diferentes filósofos propuseram diferentes teorias para explicar a natureza dos universais. Essas teorias variam desde o realismo, que defende a existência de universais como entidades reais e independentes, até o nominalismo, que nega a existência dos universais. Apesar dos desafios e problemas enfrentados pelo debate, o estudo dos universais continua sendo um tópico importante e relevante na filosofia contemporânea.