Quem é: G.E.M. Anscombe na Filosofia

Quem é G.E.M. Anscombe na Filosofia?

G.E.M. Anscombe, cujo nome completo é Gertrude Elizabeth Margaret Anscombe, foi uma filósofa britânica nascida em 1919 e falecida em 2001. Ela é considerada uma das mais importantes filósofas do século XX, tendo contribuído significativamente para diversas áreas da filosofia, como a filosofia da mente, filosofia moral e filosofia da ação. Anscombe foi uma pensadora original e provocativa, cujas ideias ainda são objeto de estudo e debate até os dias de hoje.

Formação e Influências

G.E.M. Anscombe nasceu em Limerick, na Irlanda, e foi educada em casa por sua mãe. Ela estudou filosofia, política e economia na Universidade de Oxford, onde foi aluna de Ludwig Wittgenstein, um dos mais influentes filósofos do século XX. Wittgenstein teve uma grande influência sobre Anscombe, que se tornou uma das principais defensoras e intérpretes de suas ideias.

Além de Wittgenstein, Anscombe também foi influenciada por outros filósofos, como Aristóteles e Santo Tomás de Aquino. Ela combinou elementos da filosofia analítica, tradição na qual Wittgenstein estava inserido, com a tradição filosófica aristotélica e tomista, criando assim uma abordagem original e única.

Contribuições para a Filosofia da Mente

Uma das principais contribuições de G.E.M. Anscombe para a filosofia foi sua crítica à concepção tradicional da mente como uma entidade separada do corpo. Ela argumentava que a mente não pode ser entendida de forma isolada, mas sim em relação ao corpo e às ações que realizamos.

Anscombe também defendia a existência de uma forma especial de conhecimento chamada “conhecimento prático”, que é adquirido através da experiência e da prática. Esse tipo de conhecimento é fundamental para a compreensão da ação humana e da intenção por trás das nossas ações.

Filosofia Moral e Ética

Outra área em que Anscombe fez importantes contribuições foi a filosofia moral e ética. Ela criticava o utilitarismo, uma teoria ética que defende que devemos agir de forma a maximizar a felicidade geral, argumentando que essa abordagem não leva em consideração a importância da intenção moral e da responsabilidade individual.

Anscombe também defendia a existência de obrigações morais absolutas, ou seja, deveres que devemos cumprir independentemente das consequências. Ela argumentava que a moralidade não pode ser reduzida a meras preferências pessoais ou convenções sociais, mas sim que existem princípios morais objetivos e universais que devem ser seguidos.

Contribuições para a Filosofia da Ação

Na filosofia da ação, Anscombe desenvolveu uma teoria conhecida como “intencionalismo”, que busca explicar a relação entre a intenção e a ação. Segundo essa teoria, a intenção é um elemento fundamental para a compreensão da ação, pois é a intenção que dá significado e propósito à nossa conduta.

Anscombe também argumentava que a ação humana é caracterizada pela capacidade de tomar decisões livres e conscientes. Ela rejeitava a ideia de que somos meros produtos do determinismo ou do acaso, defendendo que somos agentes morais responsáveis por nossas escolhas e ações.

Legado e Influência

O trabalho de G.E.M. Anscombe continua a ser estudado e debatido por filósofos de todo o mundo. Suas ideias provocativas e originais desafiaram muitas das concepções tradicionais da filosofia e abriram novos caminhos para o pensamento filosófico.

Além disso, Anscombe também foi uma defensora ativa da ética cristã e da moralidade religiosa. Ela argumentava que a moralidade não pode ser separada da religião e que a fé desempenha um papel fundamental na nossa compreensão do que é certo e errado.

Conclusão

G.E.M. Anscombe foi uma filósofa brilhante e original, cujas contribuições para a filosofia são amplamente reconhecidas. Sua abordagem única e sua capacidade de combinar diferentes tradições filosóficas fizeram dela uma das vozes mais influentes do século XX.

Seu trabalho nas áreas da filosofia da mente, filosofia moral e filosofia da ação continua a ser objeto de estudo e debate até os dias de hoje. Anscombe desafiou muitas das concepções tradicionais da filosofia e abriu novos caminhos para o pensamento filosófico, deixando um legado duradouro para as gerações futuras de filósofos.