Quem é: Isabelle Stengers na Filosofia
Quem é Isabelle Stengers na Filosofia?
Isabelle Stengers é uma filósofa belga conhecida por suas contribuições no campo da filosofia da ciência e da filosofia política. Nascida em 1949, em Bruxelas, Stengers estudou filosofia na Universidade Livre de Bruxelas, onde se formou em 1971. Ela obteve seu doutorado em filosofia em 1979, com uma tese sobre a filosofia de Alfred North Whitehead.
Stengers é uma das principais expoentes da chamada “filosofia da ciência pós-moderna”, que busca questionar as noções tradicionais de objetividade e neutralidade na ciência. Ela argumenta que a ciência não é um empreendimento neutro, mas sim uma prática social e política, influenciada por interesses e valores específicos.
Uma das principais ideias de Stengers é a noção de “cosmopolítica”, que ela desenvolveu em colaboração com o filósofo francês Bruno Latour. A cosmopolítica é uma abordagem que busca repensar as relações entre humanos e não humanos, questionando a hierarquia tradicional que coloca os humanos no topo da cadeia evolutiva.
Stengers argumenta que devemos reconhecer a agência e a importância dos não humanos, como animais, plantas e até mesmo objetos inanimados, na construção do mundo. Ela critica a visão antropocêntrica que coloca os humanos como os únicos agentes significativos e defende uma abordagem mais inclusiva, que leve em consideração as múltiplas formas de vida e de existência.
Outro conceito importante na filosofia de Stengers é o de “ecologia de práticas”. Ela argumenta que a ciência não deve ser vista como uma atividade isolada, mas sim como parte de um conjunto de práticas sociais e culturais. A ecologia de práticas busca entender como diferentes formas de conhecimento e de ação se relacionam e se influenciam mutuamente.
Stengers também critica a visão tradicional da ciência como um empreendimento objetivo e universal. Ela argumenta que a ciência é sempre situada em um contexto específico e influenciada por interesses e valores particulares. Portanto, devemos estar atentos às implicações políticas e éticas das práticas científicas.
Além de suas contribuições para a filosofia da ciência, Stengers também se dedica à filosofia política. Ela critica a noção de soberania e defende uma abordagem mais descentralizada e participativa da política. Para Stengers, a política não deve ser vista como um exercício de poder e dominação, mas sim como uma prática de cuidado e responsabilidade.
Stengers também é conhecida por sua crítica ao capitalismo e ao consumismo. Ela argumenta que o sistema econômico dominante é insustentável e que precisamos repensar nossas relações com a natureza e com os outros seres vivos. Ela defende uma abordagem mais ecológica e solidária, que leve em consideração as necessidades de todos os seres vivos.
Em suas obras, Stengers utiliza uma linguagem acessível e busca dialogar com um público amplo. Ela procura tornar a filosofia relevante para questões urgentes do nosso tempo, como a crise ambiental e as desigualdades sociais. Sua abordagem interdisciplinar e sua crítica aos paradigmas dominantes têm influenciado muitos estudiosos e ativistas ao redor do mundo.
Em resumo, Isabelle Stengers é uma filósofa belga conhecida por suas contribuições no campo da filosofia da ciência e da filosofia política. Ela questiona as noções tradicionais de objetividade e neutralidade na ciência, defendendo uma abordagem mais inclusiva e situada. Sua crítica ao capitalismo e sua defesa de uma política de cuidado têm influenciado muitos estudiosos e ativistas ao redor do mundo.