Quem é: Julius Evola na Filosofia

Quem é Julius Evola na Filosofia

Julius Evola é um dos mais controversos e enigmáticos filósofos do século XX. Nascido em 1898, na Itália, Evola foi um pensador multifacetado, abrangendo áreas como filosofia política, espiritualidade, metafísica e tradição. Sua obra é marcada por uma visão crítica da modernidade e uma busca pela transcendência. Neste artigo, vamos explorar a vida e o pensamento de Julius Evola, analisando suas principais ideias e influências.

A vida de Julius Evola

Julius Evola nasceu em Roma, em uma família aristocrática. Desde cedo, demonstrou interesse pela filosofia e pelas tradições espirituais orientais. Durante a Primeira Guerra Mundial, Evola serviu como oficial de artilharia, experiência que o marcou profundamente e influenciou seu pensamento político. Após a guerra, ele se envolveu com grupos esotéricos e ocultistas, como a Sociedade Thule, na Alemanha, e a Ordem Hermética do Amanhecer Dourado, na Itália.

Na década de 1920, Evola começou a publicar seus primeiros escritos, nos quais já se destacava sua visão crítica da modernidade e sua defesa de uma tradição espiritual e metafísica. Ele se opunha ao materialismo e ao igualitarismo da sociedade moderna, defendendo a existência de uma elite espiritual que deveria governar sobre as massas. Essas ideias o aproximaram do fascismo italiano, e Evola se tornou um dos principais intelectuais do movimento.

O pensamento de Julius Evola

O pensamento de Julius Evola é complexo e abrangente, abordando temas como política, religião, espiritualidade e metafísica. Uma das principais influências em seu pensamento foi a tradição esotérica e espiritual do Oriente, especialmente o hinduísmo e o budismo. Evola via nessas tradições uma fonte de sabedoria e uma alternativa à decadência da civilização ocidental.

Evola também foi influenciado pelo pensamento de Friedrich Nietzsche, especialmente sua crítica à moralidade e à cultura ocidental. Para Evola, a modernidade havia perdido o contato com as forças primordiais da vida e se afastado da verdadeira natureza humana. Ele defendia a necessidade de uma revolta contra os valores modernos e a busca por uma transcendência espiritual.

Uma das principais ideias de Evola é a existência de uma “tradição primordial”, uma sabedoria ancestral que teria sido preservada por algumas sociedades secretas e tradições espirituais. Essa tradição primordial seria a chave para a compreensão da realidade e a superação das limitações da modernidade. Evola acreditava que apenas uma elite espiritual, composta por indivíduos excepcionais, seria capaz de acessar essa tradição e liderar a humanidade em direção à transcendência.

A crítica de Julius Evola à modernidade

Julius Evola foi um crítico ferrenho da modernidade e de suas instituições. Para ele, a sociedade moderna estava dominada pelo materialismo, pelo igualitarismo e pelo niilismo. Ele via a democracia como uma forma de governo decadente, que promovia a mediocridade e a igualdade destrutiva. Evola defendia a necessidade de uma hierarquia espiritual, na qual os indivíduos superiores governassem sobre as massas.

Além disso, Evola criticava a ciência moderna e a tecnologia, que, segundo ele, haviam se tornado instrumentos de dominação e controle. Ele via a tecnologia como uma extensão do materialismo e da racionalidade instrumental, que afastavam o homem de sua verdadeira natureza espiritual. Evola defendia a necessidade de uma volta às tradições espirituais e metafísicas, como forma de resgatar a humanidade da decadência da modernidade.

A influência de Julius Evola

A obra de Julius Evola teve uma influência significativa em diversos movimentos políticos e espirituais do século XX. Seu pensamento foi adotado por grupos de extrema-direita na Europa, como o Movimento Social Italiano e a Nova Ordem, na França. Além disso, suas ideias também influenciaram o movimento da Nova Direita, que surgiu na década de 1960 e buscava uma alternativa conservadora à esquerda política.

Apesar de suas influências políticas, Evola também teve um impacto no campo espiritual e filosófico. Sua defesa da tradição espiritual e sua crítica à modernidade encontraram eco em diversos pensadores e grupos esotéricos. Evola foi um dos principais expoentes do tradicionalismo, uma corrente filosófica que busca resgatar as tradições espirituais e metafísicas em oposição à modernidade.

O legado de Julius Evola

O legado de Julius Evola é complexo e controverso. Sua obra continua a ser estudada e debatida por filósofos, historiadores e estudiosos das tradições espirituais. Alguns o veem como um pensador reacionário e perigoso, devido às suas ligações com o fascismo e suas ideias elitistas. Outros o consideram um crítico perspicaz da modernidade e um defensor da transcendência espiritual.

Independentemente das opiniões sobre Julius Evola, é inegável que sua obra teve um impacto significativo no pensamento do século XX. Sua crítica à modernidade e sua busca pela transcendência continuam a desafiar as concepções dominantes e a inspirar novas formas de pensamento. A figura enigmática de Julius Evola permanece como um convite à reflexão e ao questionamento das estruturas estabelecidas.