Quem é: Searle, John na Filosofia

Quem é: Searle, John na Filosofia

John Searle é um renomado filósofo americano, nascido em 1932, conhecido por suas contribuições em diversas áreas da filosofia, como filosofia da mente, filosofia da linguagem e filosofia da sociedade. Searle é considerado um dos principais representantes do realismo direto, uma posição filosófica que defende que a experiência perceptual nos dá acesso direto ao mundo externo, sem a necessidade de intermediários ou representações mentais.

Searle nasceu em Denver, Colorado, e estudou na Universidade de Wisconsin-Madison, onde obteve seu doutorado em filosofia. Ele lecionou em várias universidades, incluindo a Universidade da Califórnia, Berkeley, onde é professor emérito desde 2002.

Uma das principais contribuições de Searle para a filosofia é sua teoria dos atos de fala. Segundo Searle, a linguagem não é apenas uma forma de expressar pensamentos e ideias, mas também uma forma de realizar ações no mundo. Ele identifica diferentes tipos de atos de fala, como prometer, pedir, afirmar e perguntar, e argumenta que esses atos têm uma estrutura subjacente que pode ser analisada filosoficamente.

Outra área em que Searle fez importantes contribuições é a filosofia da mente. Ele é conhecido por sua crítica ao funcionalismo, uma teoria que defende que a mente pode ser entendida em termos de funções computacionais. Searle argumenta que o funcionalismo não leva em consideração a experiência subjetiva da consciência e, portanto, não é capaz de explicar completamente a natureza da mente.

Uma das principais obras de Searle é o livro “Mentes, Cérebros e Ciência”, publicado em 1984. Neste livro, ele critica fortemente a visão reducionista da mente, que busca explicar a mente em termos puramente físicos e neurocientíficos. Searle argumenta que a mente não pode ser reduzida a processos cerebrais, pois a experiência subjetiva da consciência não pode ser explicada apenas em termos de atividade neural.

Além de suas contribuições para a filosofia da mente e da linguagem, Searle também fez importantes reflexões sobre a natureza da sociedade e da realidade social. Ele desenvolveu a teoria dos atos institucionais, que busca explicar como as instituições sociais, como o casamento e o dinheiro, são criadas e mantidas por meio de atos de fala coletivos. Searle argumenta que esses atos têm o poder de criar realidades sociais objetivas, que existem independentemente das crenças individuais.

Outro conceito importante desenvolvido por Searle é o de “intencionalidade coletiva”. Ele argumenta que ações coletivas, como uma manifestação política ou uma partida de futebol, só são possíveis porque os participantes compartilham uma intenção coletiva de realizar a ação. A intencionalidade coletiva é, portanto, um fenômeno social fundamental que permite a coordenação e a cooperação entre os indivíduos.

Apesar de suas contribuições significativas para a filosofia, Searle também tem sido objeto de controvérsias e críticas. Uma das críticas mais conhecidas é a do filósofo chinês-americano Daniel Dennett, que argumenta que a teoria dos atos de fala de Searle é insuficiente para explicar a complexidade da linguagem e da comunicação humana.

Apesar das críticas, o trabalho de John Searle continua a ser influente e relevante para a filosofia contemporânea. Suas reflexões sobre a natureza da mente, da linguagem e da sociedade têm estimulado debates e pesquisas em diversas áreas do conhecimento. Searle é reconhecido como um dos principais filósofos vivos e seu trabalho continua a inspirar e desafiar estudiosos em todo o mundo.

Em resumo, John Searle é um filósofo americano conhecido por suas contribuições em áreas como filosofia da mente, filosofia da linguagem e filosofia da sociedade. Suas teorias sobre atos de fala, mente e intencionalidade coletiva têm sido influentes e estimulam debates e pesquisas em diversas áreas do conhecimento. Apesar das críticas, Searle é reconhecido como um dos principais filósofos vivos e seu trabalho continua a ser relevante e inspirador para a filosofia contemporânea.