Quem é: Voloshinov, Valentin na Filosofia
Quem é: Voloshinov, Valentin na Filosofia
Valentin Nikolaevich Voloshinov foi um filósofo e linguista russo, nascido em 1895 e falecido em 1936. Ele é conhecido por suas contribuições para a teoria da linguagem e para a filosofia marxista. Voloshinov foi um dos principais representantes do Círculo de Bakhtin, um grupo de intelectuais russos que se dedicaram ao estudo da linguagem e da cultura.
A formação de Voloshinov
Valentin Voloshinov nasceu em São Petersburgo, na Rússia, em uma família de classe média. Ele estudou na Universidade de São Petersburgo, onde se formou em Filologia. Durante seus estudos, ele se interessou pela teoria da linguagem e pela filosofia marxista, influenciado pelas ideias de Karl Marx e Friedrich Engels.
As principais obras de Voloshinov
Uma das principais obras de Voloshinov é “Marxismo e Filosofia da Linguagem”, publicada em 1929. Nesse livro, ele discute a relação entre a linguagem e a sociedade, argumentando que a linguagem é um fenômeno social e que seu significado é determinado pelo contexto histórico e social em que é utilizada.
Outra obra importante de Voloshinov é “Freudismo: Um Esboço Crítico”, publicada em 1927. Nesse livro, ele critica a teoria psicanalítica de Sigmund Freud, argumentando que ela não leva em consideração as condições sociais e históricas que influenciam o comportamento humano.
A teoria da enunciação de Voloshinov
Uma das principais contribuições de Voloshinov para a teoria da linguagem é a sua concepção de enunciação. Ele argumenta que a enunciação é um ato social, no qual um sujeito se posiciona em relação a um objeto e se dirige a um interlocutor. A enunciação é, portanto, um ato de comunicação que ocorre em um contexto social específico.
Segundo Voloshinov, a enunciação é sempre marcada por uma ideologia, ou seja, por um conjunto de valores e crenças que influenciam a forma como o sujeito se expressa. Ele argumenta que a linguagem é um campo de luta ideológica, onde diferentes grupos sociais disputam o poder de impor seus discursos e suas visões de mundo.
A crítica de Voloshinov à linguística estruturalista
Voloshinov também critica a linguística estruturalista, que dominava o cenário acadêmico na época em que ele escreveu suas obras. Ele argumenta que a linguística estruturalista não leva em consideração o aspecto social da linguagem, focando apenas nas estruturas formais e abstratas da língua.
Para Voloshinov, a linguagem é um fenômeno vivo e dinâmico, que está em constante transformação. Ele argumenta que a linguagem só pode ser compreendida em seu contexto social e histórico, e que a análise linguística deve levar em consideração as relações de poder e as lutas ideológicas que ocorrem na sociedade.
A influência de Voloshinov na teoria da linguagem
As ideias de Voloshinov tiveram uma grande influência no desenvolvimento da teoria da linguagem. Sua concepção de enunciação e sua crítica à linguística estruturalista abriram caminho para novas abordagens no estudo da linguagem, que levam em consideração o aspecto social e histórico da linguagem.
Além disso, as ideias de Voloshinov também influenciaram a teoria literária e os estudos culturais. Seu conceito de luta ideológica na linguagem foi retomado por teóricos como Mikhail Bakhtin, que desenvolveu a noção de dialogismo, e por estudiosos da cultura, que analisam as representações simbólicas presentes na sociedade.
O legado de Voloshinov
O legado de Valentin Voloshinov na filosofia e na teoria da linguagem é indiscutível. Suas ideias revolucionaram o campo, abrindo novas perspectivas de análise e questionando concepções tradicionais. Sua crítica à linguística estruturalista e sua concepção de enunciação como um ato social influenciaram gerações de estudiosos e continuam sendo discutidas e desenvolvidas até os dias de hoje.
Apesar de sua morte prematura, aos 41 anos, Valentin Voloshinov deixou um legado intelectual significativo, que continua a inspirar e influenciar estudiosos em todo o mundo. Sua obra é um convite para refletir sobre a relação entre linguagem, sociedade e poder, e para questionar as estruturas e as ideologias que moldam nossa forma de pensar e de se comunicar.
