OS PROCESSOS DE LEITURA E LETRAMENTO
OS PROCESSOS DE LEITURA E LETRAMENTO |
Olá amigos e amigas do SOESCOLA.COM. Hoje trago para vocês um artigo sobre LEITURA e LETRAMENTO.
RESUMO
A presente monografia apresenta aspectos relevantes para o entendimento do processo de leitura. A leitura não é apenas decodificar símbolos lingüísticos, mas sim, interpretar e compreender o sentido do texto. Nesse processo de compreensão e interpretação de leitura dos textos escritos estão envolvidos vários fatores como: processo neurofisiológico que seria: ao ler um texto os olhos apreendem os signos por pacotes sendo normal pular algumas palavras sem que perca o sentido, tem o processo cognitivo que é o conhecimento prévio que o leitor já possui ao ler determinados textos, o processo afetivo que está relacionado com o sentido emocional, sentido racional e o sentido sensorial do leitor assim como, o processo simbólico e o processo argumentativo. A leitura também possui objetivos que seria o que o leitor deseja alcançar com aquela leitura? É uma leitura por mero prazer? Por busca de diversão? Para obter informações ou para desenvolver o intelecto? A leitura pode proporcionar ao leitor um mundo de conhecimentos assim como, ele também deve estabelecer estratégias para uma completa compreensão do texto. Mas antes de se observar esses processos e até mesmo as estratégias de leitura se faz necessário saber de onde e por que surgiu o conceito de leitura para os primeiros leitores da sociedade.
Palavras chave: leitura, processo de leitura, objetivos, estratégias de leitura
Pensar na história da leitura é antes de tudo saber como tudo começou.
De acordo com os estudos de FISHER (2006), a história da leitura descreve o ato de diversas manifestações humanas, tais como: em pedras, ossos, cascas de árvores, muros, monumentos – tabuletas, rolos de papiro, códices, entre outros.
Apesar da leitura e a escrita estarem inteiramente relacionadas, ela é na verdade a antítese da escrita. Na realidade cada uma atua em pontos distintos do cérebro. A escrita é uma habilidade; já a leitura é uma aptidão natural. A escrita originou-se de uma elaboração; a leitura desenvolveu-se com a compreensão da humanidade e dos recursos da palavra escrita.
De acordo com os estudos de FISHER (2006), a história da leitura descreve o ato de diversas manifestações humanas, tais como: em pedras, ossos, cascas de árvores, muros, monumentos – tabuletas, rolos de papiro, códices, entre outros.
Apesar da leitura e a escrita estarem inteiramente relacionadas, ela é na verdade a antítese da escrita. Na realidade cada uma atua em pontos distintos do cérebro. A escrita é uma habilidade; já a leitura é uma aptidão natural. A escrita originou-se de uma elaboração; a leitura desenvolveu-se com a compreensão da humanidade e dos recursos da palavra escrita.
Em cerca de 1300 aC, entendia-se que “Ler” significava declamar. Durante a maior parte do tempo da história da escrita, ler denotava falar. As pessoas já haviam percebido que instruções, cálculos, acordos verbais podiam ser adulterados com facilidade. Foi então que tornou-se necessário criar ou inventar algo que pudesse ser consultado sempre que houvesse a necessidade de confirmar fatos oralmente e acabar com as contendas, desse modo, criou-se uma “ Testemunha Imortal”. Assim, nasceu a escrita transformando em seus primórdios a palavra humana em pedra.
No desenvolvimento deste trabalho serão abordadas questões sobre a leitura e, qual foi a necessidade de se iniciar essa prática na sociedade assim como, a diferenciação entre níveis de leitura e letramento. A metodologia que foi utilizada foi qualitativa descritiva e de cunho bibliográfico.
O intuito desse trabalho é mostrar qual a visão que temos a respeito da leitura e seus objetivos na sociedade.
O segundo capítulo aborda os primeiros leitores na sociedade, quem eram e como eles se comunicavam, explicitando também a concepção que os filósofos Aristóteles, Platão e Sócrates tinham à respeito da leitura.
O segundo capítulo aborda os primeiros leitores na sociedade, quem eram e como eles se comunicavam, explicitando também a concepção que os filósofos Aristóteles, Platão e Sócrates tinham à respeito da leitura.
No terceiro capítulo o que se entende por leitura e quais os processos que estão envolvidos no ato de ler. O quarto capítulo fala sobre os objetivos que devem ser estabelecido para que se tenha uma boa leitura.
O quinto capítulo trata da questão de letramento como sendo uma prática social. Será abordado sobre a questão de níveis de letramento de um leitor.
O quinto capítulo trata da questão de letramento como sendo uma prática social. Será abordado sobre a questão de níveis de letramento de um leitor.
2 CAPÍTULO I – METODOLOGIA
A metodologia utilizada na respectiva pesquisa tem como base um referencial bibliográfico e a análise qualitativa dos dados apresentados.
O método qualitativo diz respeito ao nível da avaliação da relevância e da significação dos problemas abordados.
O método qualitativo é utilizado para descrever, relatar, compreender e classificar minuciosamente o que os autores ou especialistas escrevem sobre determinado assunto. Contudo, estabelece uma série de correlações para finalizar dando um ponto de vista conclusivo. (OLIVEIRA, 2001)
O método qualitativo é utilizado para descrever, relatar, compreender e classificar minuciosamente o que os autores ou especialistas escrevem sobre determinado assunto. Contudo, estabelece uma série de correlações para finalizar dando um ponto de vista conclusivo. (OLIVEIRA, 2001)
Já para Minayo (1999), “o processo qualitativo deve ter como preocupação a compreensão da lógica e a prática que se dá na realidade permitindo entender os múltiplos aspectos”.
A abordagem qualitativa faz uma aproximação essencial e de intimidade entre sujeito e objeto, partilhando sentimentos e emoções envolvendo os projetos dos autores, a partir dos quais as ações, as estruturas se tornem significativas, tendo por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social fazendo um procedimento de interpretação do nosso dia-a-dia. Assim, ambos tendo a natureza dos dados que o pesquisador emprega em sua pesquisa.
Para Creswell (2007), “a pesquisa qualitativa se dá em um cenário natural no qual o participante conduz a pesquisa permitindo que o pesquisador desenvolva um nível de detalhes sobre a pessoa envolvida nas experiências reais”.
A pesquisa exploratória estabelece uma observação não estruturada ou assistemática: consiste em recolher e registrar fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas exploratórias. Tem como finalidade básica de se desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias para abordagens posteriores, proporcionando uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo.
A análise de dados se baseou na seleção de livros e foi utilizado como palavra chave estratégia de leitura. As estratégias na leitura são utilizadas por meio do processamento do texto em diferentes níveis de conhecimento do leitor.
Segundo COLL (1990), a leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto a partir de seus objetivos, conhecimento sobre o assunto, quem é o autor do texto e todo seu conhecimento de linguagem.
Segundo COLL (1990), a leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto a partir de seus objetivos, conhecimento sobre o assunto, quem é o autor do texto e todo seu conhecimento de linguagem.
Para poder compreender o que se lê existe diferentes técnicas ou procedimentos tais como:
- Esclarecimento do propósito da leitura;
- Identificação dos aspectos importantes de uma mensagem;
- Focalização da atenção nos conteúdos mais importantes que triviais;
- Monitoramento contínuo;
- Verificar se os objetivos estão sendo atingidos e;
- Tomada de ações corretivas quando ocorre falha na compreensão.
“Para ele “estas técnicas” são entendidas como ajuda proporcionada aos alunos para construírem seus aprendizados”.
O modelo para o ensino através de leitura silenciosa proposto por Collins e Smith (1980), “afirma que como em qualquer conteúdo acadêmico, o domínio das estratégias de compreensão leitora requer progressivamente menor controle por parte do professor e maior controle do aluno”.
O modelo para o ensino através de leitura silenciosa proposto por Collins e Smith (1980), “afirma que como em qualquer conteúdo acadêmico, o domínio das estratégias de compreensão leitora requer progressivamente menor controle por parte do professor e maior controle do aluno”.
A partir daquilo que se entende como processo de leitura mediante o ensino deve-se observar se os alunos se transformaram em leitores ativos e autônomos para que aprendam de forma significativa as estratégias responsáveis por uma leitura eficaz e capaz de utilizá-las independente em diversos contextos comunicativos.
O modelo de ensino proposto por Collins, Brown e Newman (1989 aput 1990), trata-se de ensinar:
- Os procedimentos estratégicos que podem capacitar os alunos a lerem de forma autônoma e produtiva;
- Reinterpretar utilizando distintas propostas que convenientemente adequadas, ajudarão a conseguir os propósitos do ensino;
- Ajudar os alunos a aprender a estabelecer o maior número possível de relações entre o que já sabem e o que lhes é oferecido como novo e;
- A organização social da sala de aula aproveitando todas as possibilidades que ela oferece.
Assim, torna-se claro a diversificação dos tipos escritos quando se aprende a ler e a escrever, são utilizados como meios de aprendizagens e fazem com que os alunos alcancem os objetivos propostos pelo professor.
É fundamental que todos os educadores, estejam atentos a idéia de que conhecer a natureza do processo de leitura, assim como o processo pelo qual os sentidos de um texto são construídos se faz indispensável para uma aprendizagem efetiva dos seus educandos.
3 CAPÍTULO II – O que é Leitura
A leitura não é só um processo de decodificação de simbolos linguísticos, mas também de fato, interpretar e compreender o que se lê e é também um processo interativo.
Há tempos pensou-se que leitura fosse uma decodificação de símbolos. Para o processo de aprendizagem de leitura, não basta apenas reconhecer as palavras e juntá-las, dando significado à palavra.
Para que se consiga uma leitura sólida e prazerosa, é importante que a criança compreenda a função da leitura e, especialmente, o porquê de ela querer aprender.
Segundo Kleiman (2002), “muitos fatores envolvidos na dificuldade que um principiante encontra para chegar a ler é que os textos são muitas vezes difíceis para eles”.
O que torna a leitura muitas vezes difícil é a falta de compreensão do léxico, o texto que pode não ter sido bem elaborado ou até mesmo a falta de conhecimento prévio do assunto o qual está lendo.
4 CAPÍTULO III – Os Primeiros Leitores
FISHER (2006), em seu livro “História da Leitura” aborda questões referentes aos primeiros leitores, quem foram, como era realizada leitura e o que os filósofos Aristóteles, Sócrates e Platão via a leitura em sua época.
A leitura e a escrita não existiam como propriedade autônoma. Eram meros complementos ao discurso.
A decodificação da mnemônia (auxílio à memória) e de imagens (figuras pictóricas) também podem ser chamadas de leitura, ainda que no sentido primitivo.
A decodificação da mnemônia (auxílio à memória) e de imagens (figuras pictóricas) também podem ser chamadas de leitura, ainda que no sentido primitivo.
O homem Neandertal e os primeiros Homo Sapiens Sapiens liam entalhes em ossos sinalizando algo que lhes fossem significativos – pontuação de jogos ou
marcações de dias ou ciclos lunares. Havia também outras formas de se transmitir mensagens assim como, as tribos primitivas liam em cascas de árvores ou em couros que eram ricas em detalhe.
A sinalização dessas mensagens podia ser lida simbolicamente de longe: bandeiras, fumaça, fogo, reflexos em metais polidos entre outros.
Toda “leitura” antiga envolve um reconhecimento simples de códigos e estavam firmemente centralizadas da execução de tarefas.
3.1 Concepção de leitura
De acordo com os estudos de FISHER (2006), ele pode perceber que Sócrates acreditava que os livros, os objetos em si, não o seu conteúdo – eram na verdade, uma barreira à aprendizagem. Para ele havia apenas uma interpretação “apropriada” de um texto, no qual essa interpretação só poderia ser feita por pessoas treinadas no âmbito intelectual. Ele exigia do texto um caráter unidimensional da oralidade, que nas gerações seguintes viria a ser transformado em multidimensional pelo leitor interativo. Ao invés de reconhecer essa evolução na leitura Sócrates repudiou a escrita como um todo.
Essa atitude não era uma acusação da leitura, nem uma defesa da sociedade oral. Ela foi uma crítica à inadequação da escrita grega da época.
Sócrates estava certo, as práticas primitivas da escrita de sua época davam margem a ambigüidade o que prejudicava a comunicação. Ele queria que a clareza autoral da oralidade fosse mantida.
Platão discípulo e biógrafo de Sócrates acreditava na teoria de seu mestre, assim rejeitando a escrita apenas para lutar por sua causa que era o uso “adequado” da escrita. Suas diversas obras comprovam um meio para modelar o próprio pensamento.
A leitura privada de livros (rolos de papiro) parece ter-se tornado “comum” apenas no século IV aC. Ao contrário de Sócrates, Aristóteles tornou-se um leitor costumaz chegando a reunir uma biblioteca particular.
A passagem do século V ao IV aC. marcou a transição da tradição oral para a escrita. Aristóteles acreditava que a leitura poderia ser feita através de figuras distintas e objeto. Ao desenhar a figura do corpo de um menino como: a cabeça isolada, pernas caídas – tudo isso era uma forma isolada de leitura.
Quando ele juntava essas partes do corpo humano podia perceber que a imagem não seria uma parte estática, ou seja, corpo sem locomoção e sim que a figura poderia se movimentar e a cada mudança de posicionamento traduzir-se-ia um certo tipo de leitura, dessa forma, poderia ser um garoto correndo, fingindo estar parado em algum lugar ou até mesmo jogando, cada visão da imagem traduziria exatamente o que era desconhecido para ele.
3.2 A Leitura na Idade Média
FISHER (2006), a cultura grega passou por uma transformação quando Constantino I mudou a capital da Roma “pagã” para Bizâncio cristã renomeando-a posteriormente Constantinopla, em 330 d.C.
Durante muitos séculos, Constantinopla representou a vanguarda da ciência e das humanidades no mundo ocidental. Sua produção literária inspirou os eruditos e cientistas árabes, cujos ensinamentos mulçumanos foram difundidos para Espanha mulçumana e para outros centros de educação.
Depois do século VI, os antigos centros literários de Roma – na Itália, Alemanha, França, Grã – Bretanha e Norte da África haviam se rendido aos copistas e a uma uniformidade de assuntos: quase todos os volumes eram de cunho religioso. A leitura se difundia no início por meio do Império Romano e, apenas no segundo momento por meio do Cristianismo.
A expansão da nova religião trouxe uma nova prática de leitura, elevando de modo significativo seu uso na sociedade romana. O cristianismo medieval era a religião do livro uma herança da veneração judaica à palavra escrita. Os ensinamentos cristãos eram divulgados pela leitura por meio de escolas administradas pela igreja que se aprendia a ler.
Muitos povos incorporaram a escrita em grego ou latim para produzir sua própria escrita, em diferentes línguas, introduzindo modificações locais a fim de sanar uma fonologia contraditória
5 CAPÍTULO IV – Os Processos de Leitura
Para KLEIMAN (2002), o processo de leitura torna-se cada vez mais simples quando o leitor passa a ler continuamente, pois, assim ele passará a conhecer o léxico e a semântica do texto.
Já para Jouve (2002), “na leitura alguns processos são ativados tais como: processo neurofisiológico, processo cognitivo, afetivo, argumentativo e simbólico”.
4.1 Processo Neurofisiológico
A leitura é um ato concreto que recorre a faculdades definidas do ser humano. Nenhuma leitura é possível sem um funcionamento do aparelho visual e das diversas funcionalidades que o cérebro possui.
Ler é antes de qualquer coisa uma percepção de identificação e de memorização dos signos.
Diferentes estudos de Richaudeau (1969) “tentaram descrever com detalhes essas atividades. Mostraram que os olhos não apreendem os signos individualmente e sim por pacotes, dessa maneira, é normal pular certas palavras”.
A visão possui uma seqüência periférica, ou seja, a visão gravaria seis a sete signos mesmo que pulando alguns não perderiam o sentido da frase.
O leitor decifra os signos quando no texto apresenta palavras breves, antigas, simples e polissêmicas. Por outro lado a memória imediata oscila entre oito e dezesseis palavras. As frases mais adaptadas são as curtas e as estruturadas.
Após o armazenamento de cinco a nove elementos a memória deverá dar espaço para que outros elementos sejam apreendidos, assim o primeiro elemento que foi gravado sairia da memória para que um novo armazenamento fosse feito. (KLEIMAN, 2004)
Segundo Richaudeau (1969), “quando um autor não respeita esses grandes princípios de legibilidade, todos os deslizes semânticos tornam-se possíveis, assim, o texto „lido‟ já não é mais o texto „escrito‟”.
O ato de ler é subjetivo, ou seja, o leitor ler para si. Quando Richaudeau diz que o texto escrito já não é mais o texto lido significa que o cérebro e a memória imediata armazenaram um número significativo de signos. O texto que estava escrito passou a ser outro texto depois de lido devido ao número de armazenamentos das palavras.
4.2 Processo Cognitivo
A compreensão de um texto é o processo de conhecimento que o leitor adquire durante toda sua vida.
Esse conhecimento ocorre mediante a interação com vários níveis de conhecimento como o conhecimento lingüístico, textual e conhecimento de mundo. Esse conhecimento abarca o conhecimento que vamos acumulando em nossa memória ao longo de nossa vida e que é explorado no entendimento dos textos lidos.
Esse conhecimento ocorre mediante a interação com vários níveis de conhecimento como o conhecimento lingüístico, textual e conhecimento de mundo. Esse conhecimento abarca o conhecimento que vamos acumulando em nossa memória ao longo de nossa vida e que é explorado no entendimento dos textos lidos.
Segundo Kleiman (2002), “o conjunto de noções e conceitos sobre o texto que chamaremos de conhecimento textual, faz parte do conhecimento prévio e desempenha um papel importante na compreensão do texto”.
Conhecimento textual é um conjunto de conceitos a respeito de diversos tipos de textos que exercem uma função de compreensão.
Nesse momento se faz importante a abordagem sobre conhecimento prévio. Como nos diz Garcez (2004), “o processo de compreensão expande-se, extrapola-lhe as possibilidades e prolonga-lhe o funcionamento do contato com o texto propriamente dito”.
Para se compreender um texto há procedimentos específicos de seleção e de informação.
- Observar títulos e subtítulos;
- Analisar ilustrações;
- Reconhecer os elementos importantes do texto;
- Reconhecer e sublinhar palavras-chave;
- Fazer intertextualidade;
- Tomar notas se achar necessário;
- Inferir o sentido de uma palavra ou expressão;
- Estabelecer relação entre partes de um texto e;
- Localizar informações explícitas no texto.
Todos esses processos podem ser bem trabalhados nas séries iniciais. Além disso, o conhecimento prévio também é importante para a compreensão textual.
Conhecimento prévio é fazer inferências sobre o que você já sabe com o que está lendo.
4.3 Processo Afetivo
O papel das emoções na leitura está ligado aos três níveis básicos de leitura como: níveis sensorial, emocional e racional. Cada um dos três corresponde a uma forma de aproximação do texto.
Para Martins (1994), “esses níveis são interrelacionados, senão simultâneos, mesmo um ou outro sendo privilegiado, segundo as suas experiências e expectativas assim como, seus interesses”.
4.3.1 Sentido sensorial
A leitura sensorial começa cedo e acompanha durante toda a vida do leitor. Não importando o tipo de leitura se é minuciosa ou simultânea.
A leitura sensorial está ligada a visão, o tato, a audição, o olfato, podem também estarem ligados aos aspectos lúdicos como: o jogo de cores, imagens sons, cheiros e dos gostos incita o prazer, a busca que pode agradar ou trazer rejeições aos sentidos.
A leitura sensorial vai mostrando ao leitor o que lhe agrada ou não, mesmo sem as justificativas.
4.3.2 Sentido emocional
O sentido emocional, lida com o subjetivismo e, o leitor passa a ser envolvido pelo seu inconsciente.
Na leitura emocional emerge a empatia, ou seja, se colocar do outro lado e não pensar mais no que se sente ao ler e sim o que o texto provoca no leitor.
Quando uma criança ler um texto ela sente a curiosidade, é essa curiosidade que a motiva a ler cada vez mais, o fato do desconhecido passar a ser conhecido e assim, passando para o lado da empatia até mesmo de modo exagerado pois, a criança consegue captar as emoções mais profundamente que um adulto.
A maioria das vezes tem-se a semiconsciência de se estar lendo algo insignificante, sem originalidade, ou até mesmo fora da realidade. Esse pensamento define uma ligação mais forte com o inexplicável, por isso, muitas vezes o leitor sente-se inseguro e até mesmo chegando a incapacidade de explicar o porquê de se prender a leitura.
4.3.3 Sentido racional
A leitura racional relaciona-se com as leituras sensoriais e emocionais fazendo-se estabelecer uma ligação entre o leitor e o texto, trazendo uma reflexão e reordenação do mundo objetivo, possibilitando a própria individualidade como o universo das relações sociais.
A leitura racional é uma leitura intelectual, pois, permite o questionamento das informações na qual permite uma ampliação de conhecimentos. Ela também tende a ter uma visão mais longe.
A visão racional transforma um novo conhecimento ou em novas possibilidades acerca do texto lido.
4.4 Processo Simbólico
De acordo com os estudos de Ferdinand Saussure em seu livro Linguística Geral (1995), que estabeleceu a distinção entre “língua” e “fala” ( Langue e Parole) para que o indivíduo reconheça um signo e atribua seu significado correspondente.
Os signos no sentido saussuriano serão constituídos pela união do significante (imagem acústica) e do significado ( conceito do referente). Para tanto significado está relacionado com o significante não podendo estar separados. O significante é um mediador, a matéria lhe é necessária, mas de outro lado o significado também pode ser substituído por certa matéria: as palavras. Essa materialidade do significante obriga a distinguir matéria de substância
Pode-se dizer que o significante ( substância) seria os sons, imagens, objetos, já para o significado (matéria) pode ser definido como processo de significação.
Para alguns estudiosos do assunto reconhecem dois processos significativos no ato de ler: o processo sensorial ou fisiológico e o mental ou psicológico.
4.4.1 Processo sensorial
A leitura começa como processo sensorial. A sensação é a primeira fase de toda percepção.Os primeiros estudos sobre leitura foram realizados pelos cientistas Valentins, Javal, Ramare, Dodge e Muller no século passado que chegaram as seguintes conclusões:
- Os olhos movem-se ao longo da linha no sentido esquerdo para a direita;
- Os movimentos não são contínuos, mas de saltos e pausas.
4.4.2 Processo mental
Uma vez recebidos os estímulos, o leitor deve atribuir significados. O leitor não vê o objeto, seus olhos estão em contato com uma palavra, ou melhor, em contato com os raios luminosos que são refletidos pelas palavras lidas do modo impossível de enxergar o sentido. Contudo, a pessoa que lê é capaz de dar significado as palavras.
O leitor ao reconhecer o latido do cachorro, o troar do trovão, até mesmo o bater de uma porta, ele somente as reconhece devido às operações mentais. Essas reações aos termos gráficos são determinadas pelas experiências que teve com os fatos ocorridos que o símbolo representa.
Monroe descreve em seu livro Preparando para a Leitura que são quatro componentes que agem no processo interpretativo da leitura: percepção, compreensão, reação e integração.
4.4.3 A percepção
Sensação e percepção são processos que se completam na transformação de estímulos. A sensação pode ser definida como catação de um estímulo enquanto a percepção consiste na interpretação do estímulo captado.
4.4.4 A compreensão O reconhecimento da palavra deve acompanhar a compreensão de seu significado. A palavra ganha sentido, sentido este que não se encontra no papel mas sim, na mente do leitor que ao reconhecê-la atribui significado de acordo com a sua experiência.
4.4.5 A reação
Além de ser intelectual pode ser também emocional. Ler é reagir, não basta que se compreenda o sentido do trecho é necessário que o interprete, que o julgue, que o avalie.
4.4.6 A integração
A integração ocorre de duas formas: a integração total na experiência do leitor e das partes lidas de um trecho.
Se a primeira vez que você se encontra com o tema, formará opinião sobre o que leu, daí por diante parte de suas vivências, fenômeno de integração.
Se a primeira vez que você se encontra com o tema, formará opinião sobre o que leu, daí por diante parte de suas vivências, fenômeno de integração.
Esses quatro componentes do processo mental precedidos do processo sensorial representam um só ato – a leitura.
A leitura é mais que reconhecimento de símbolos gráficos, mas também o fato de interpretação e compreensão tudo isso deve ser um processo interativo.
A leitura é mais que reconhecimento de símbolos gráficos, mas também o fato de interpretação e compreensão tudo isso deve ser um processo interativo.
4.5 Processo Argumentativo
O processo argumentativo requer habilidade verbal muito concisa, além da capacidade de lidar com as lógicas verbais. Vale lembrar também que é possível argumentar falaciosamente, alcançando os objetivos estipulados.
Na verdade o que é argumentar? Argumentar está relacionado com as idéias, crenças, posturas diante da vida social. A linguagem verbal e escrita procura convencer o leitor através dos processos argumentativos. É sempre possível que o leitor ao analisar os textos aceitando ou não os argumentos desenvolvidos pelo autor. A aceitação ou não leva o leitor a construir um sentido que passa a fazer parte de seu universo cultural.
6 CAPÍTULO V – Objetivos na Leitura
A leitura uma hora ou outra acontece na vida desde que se queira realmente ler, caso contrário, uma leitura sem um propósito não é necessariamente uma leitura.
Quando se lê por imposição, o leitor apenas exerce uma atividade mecânica que pouco tem a ver com o significado e o sentido. Quando a leitura é desmotivada não conduz à aprendizagem e, assim a leitura que foi feita acaba sendo esquecida.
Quando se resolve ler algo, o leitor deve estabelecer um objetivo, ou seja, o que ele deseja saber sobre o assunto. Garcez (2004), fala que o objetivo da leitura é quem determina a forma de se ler.
- Por prazer em busca de diversão;
- Para obter informações gerais e esclarecimentos;
- Para obter informações precisas e exatas;
- Para desenvolver o intelecto;
- Seguir instruções;
- Para comunicar um texto a um auditório e;
- Revisão de textos.
Para JOUVE (2002), quando se lê um texto apenas por ler, empreende-se uma leitura do geral para o particular, ou seja, superficial e rápida, chama-se leitura descendente Quando se procura uma palavra que chame a atenção, dentro da leitura ela é dita como leitura ascendente, detalhada e esclarecida, que passa do particular para o geral.
Para Kleiman (2002), “os objetivos na leitura são importantes para outro aspecto o da formulação de hipóteses”.
As hipóteses fazem com que alguns aspectos desse processo se tornem possíveis: o reconhecimento global e instantâneo de palavras não percebidas durante a leitura.
O estabelecimento de objetivos e formulação e de hipóteses são de natureza metacognitivo, isto é, atividades de reflexão e controle sobre o próprio conhecimento.
Para tanto, a leitura é um ato importante em todos os níveis de aprendizagem que vai da inicialização da alfabetização e nos diferentes graus de sua vida.
5.1 A Importância da Leitura
De acordo com o artigo de Maria Tereza Fraga Rocco, que aborda a questão sobre a importância da leitura na Sociedade Contemporânea que diz que: Refletir sobre a leitura remete antes a duas questões: por que ler? O que a leitura proporciona?
Do ponto de vista individual a leitura pode ser vista como meio de informação, instrumento de pesquisa e estudo, como fonte de prazer estético o que é proporcionado pelos textos literários.
Do ponto de vista individual a leitura pode ser vista como meio de informação, instrumento de pesquisa e estudo, como fonte de prazer estético o que é proporcionado pelos textos literários.
Na leitura do texto literário o leitor, como sujeito, participa do processo de criação, constituindo-se, também em produtor do texto.
Os textos instigam a criatividade ativando seu imaginário.
Os textos instigam a criatividade ativando seu imaginário.
Embora o texto literário seja produto de imaginação, ele tem o poder de revelar a realidade social e até mesmo desmascarar mentiras de forma que a ficção possa ser mais real do que de fato o é.
A educação do leitor pressupõe, além de um acervo diversificado de textos, que os professores coloquem à disposição dos alunos obras de valor estético. A sala de aula deve ser transformada num espaço de leitura que estimule a exploração de vários sentidos dos textos de forma que faça a leitura prazerosa e significativa.
A sua prática deve ser de estímulo à responsabilidade social, mobilização para reconhecimento do potencial; apresentação como fonte de prazer; distribuição de livros com gêneros e estilos diversificados.
Ao se trabalhar com textos literários, os gêneros textuais devem ter objetivos diferenciados. O que se quer alcançar com aquele gênero? Qual a sua importância? Ao encontrar as respostas você terá atingido juntamente com sua turma o real significado da importância de ler.
Não é possível estimular a leitura e cativar novos leitores se não acreditar nas vantagens de se ler. Se a leitura não for vista como um ato permanente de enamoramento com o conhecimento, o prazer da convivência com ela, sem dúvida, será de uma sociedade não- leitora.
7 CAPÍTULO VI – O que é letramento
A palavra letramento surgiu pela primeira vez na década de 80 por Mary Kato em seu livro “No mundo da escrita”. Esta palavra ainda não foi dicionarizada, seu significado atual veio da versão inglesa da palavra “literacy” originária do latim “littera” ( letra) com o acréscimo do sufixo “cy” que denota qualidade, fato de ser, condição e estado.
Portanto, pode se inferir que letramento é o estado ou condição que o indivíduo passa a ter no momento que se envolve nas práticas sociais de leitura e escrita.
Segundo Tfouni (1988), letramento é definido como:
“… o confronto com a alfabetização e reafirma: enquanto a alfabetização ocupa-se da aquisição da escrita por um indivíduo, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade”.
Já Soares ( 2006), define letramento “como resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e escrever”.
Sendo assim, letramento são as conseqüências sociais e históricas da introdução da escrita em uma sociedade como resultado de aprender a ler e escrever.
Sendo assim, letramento são as conseqüências sociais e históricas da introdução da escrita em uma sociedade como resultado de aprender a ler e escrever.
6.1 Leitura x Letramento
Como já foi dito anteriormente, letramento está relacionado com as práticas sociais e de conhecimento sobre leitura e escrita.
Quando alguém sabe ler, mas, não compreende sequer textos curtos subentende-se que essa pessoa tem um nível baixo de letramento e pode ser apenas alfabetizada, à medida em que ele aprende a lidar com diferentes materiais de leitura e de escrita mais letrado ele se torna.
Quando alguém sabe ler, mas, não compreende sequer textos curtos subentende-se que essa pessoa tem um nível baixo de letramento e pode ser apenas alfabetizada, à medida em que ele aprende a lidar com diferentes materiais de leitura e de escrita mais letrado ele se torna.
Se o leitor é capaz de ler por exemplo: bula de remédio, rótulo de embalagens, ler tirinhas, produzir bilhetes então ele tem um nível de letramento suficiente para seu dia-a-dia. Os caixas eletrônicos possuem uma linguagem chamada de letramento digital e requer a compreensão, caso contrário a pessoa não conseguirá utilizá-lo.
As instituições também são responsáveis pelo aumento de letramento das pessoas é lá que o indivíduo deixa de ler e os textos do seu cotidiano e passa a ter contato com materiais mais elaborados e diversificados. Nas escolas ele apenas faz as dissertações já nas universidades são os resumos, resenhas e as apavorantes monografias.
É preciso que o educador planeje bem suas aulas e com novas práticas de ensino para que o nível de letramento dos alunos aumente e se tornem pessoas altamente capacitadas para lidar com as leituras complexas que ocorrerão em sua vida.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a seleção de materiais específicos para a elaboração desta monografia foi possível compreender que a leitura não significa decodificar símbolos e sim compreensão e interpretação do texto lido. Conclui-se, portanto, que a leitura está relacionada com seus diversos processos e estratégias assim como, a relação com os sentidos emocional, sensorial, racional e também com o processo sensorial e mental.
A leitura envolve o leitor numa relação de transmissão de conhecimentos e formulação de questionamentos. A leitura se faz presente no cotidiano de cada leitor podendo ela ser por mero prazer ou até mesmo para adquirir conhecimentos diversos.
9 REFERÊNCIAS
BACHA, Magdala Lisboa. Leitura na primeira série. 2.ed. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1975.
BARTHES, Roland. Elementos de semiologia / Tradução de Izídio Blikstein. 16. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.
CRESWELL, John W. Projeto de Pesquisa: métodos qualitativos, quantitativo e misto / Tradução Luciano de Oliveira da Rocha. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
FISHER, Steven R. História da Leitura. Tradução: Cláudia Freire. São Paulo: Editora UNESP, 2006.
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JOUVE, Vincent. A Leitura. Tradução: Brigitte Hervor. São Paulo: Editora UNESP, 2002.
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Publicado por: Mirthes Moraes dos Santos