Adjunto Adnominal e Predicativo
A diferença que demarca o predicativo e o adjunto adnominal é que este atua como termo integrante e aquele como termo essencial
Alguns fatos linguísticos apresentam aspectos semelhantes entre si. Dentre tantos exemplos de tal ocorrência estão o objeto indireto e o complemento nominal (dada a presença da preposição entre ambos os elementos) e o predicativo e o adjunto adnominal (visto que o elemento principal é representado pelo adjetivo).
Dada essa prerrogativa, sobretudo pelo fato de que precisamos estar aptos a exercer nossos conhecimentos sintáticos, o artigo em pauta tem por finalidade abordar os pontos que demarcam esses dois elementos que integram o campo dos estudos relacionados à sintaxe: o predicativo e o adjunto adnominal.
Dessa forma, a noção primeira que nos ocorre é a de que o predicativo representa um termo essencial ao enunciado linguístico, haja vista que sem ele o sentido estaria efetivamente comprometido. Portanto, observemos o seguinte exemplo:
O dia está lindo.
Temos que o termo em destaque atua como predicativo do sujeito “o dia”. Assim sendo, notamos que ele confere uma característica a tal termo – indispensável, portanto.
Ocupemo-nos em analisar este outro enunciado:
O dia ensolarado está lindo.
Chegamos à conclusão de que o termo em evidência atua apenas como parte do sujeito, ou seja, apresenta-se como uma dispensável qualificação do substantivo, que atua como núcleo da oração (dia). Afirmamos, portanto, que se trata de um adjunto adnominal.
Mediante tais postulados, resta-nos convir que a diferença entre o predicativo e o adjunto adnominal reside no fato de que este funciona como termo acessório da oração, parte de um termo essencial (no caso o sujeito) ou integrante dela. Aquele, por sua vez, atua como termo essencial, conferindo-lhe o sentido que lhe cabe. Eis a grande diferença!
O adjunto adnominal e o predicativo estão relacionados à morfossintaxe, cuja principal característica se define pelo fato de um mesmo termo, levando em conta sua classificação morfológica, desempenhar distintas funções, quando analisado sob a ótica da sintaxe (análise sintática).
Assim sendo, o artigo que ora se evidencia apresenta como “ator” desse cenário linguístico o bom, respeitado e admirado adjetivo. Estando ele inserido num dado contexto linguístico, ora faz as vezes de adjunto adnominal, ora de predicativo. Aprenda, portanto, a distinguir a diferença que há entre ambas as funções:
* Adjetivo na função predicativa:
O garoto é educado.
Notamos que “educado”, além de conferir uma qualidade ao substantivo “garoto”, apresenta-se como um termo essencial à oração, haja vista que sem ele o discurso se tornaria vago, sem sentido.
Dessa forma, mediante tais pressupostos, dizemos se tratar de um predicativo.
Dessa forma, mediante tais pressupostos, dizemos se tratar de um predicativo.
* Adjetivo na função de adjunto adnominal:
O garoto sorridente está atrasado.
Constatamos que o termo “sorridente” apenas confere uma informação a mais acerca do sujeito “garoto”, pois o discurso se tornaria compreensível se apenas disséssemos que o garoto está atrasado. Assim sendo, afirmamos que ele se classifica como adjunto adnominal – representando, por ora, apenas parte do sujeito, ou melhor, um acessório dela.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras