Para que uma oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos que são chamados de essenciais, indispensáveis, ou seja, que não podem faltar.
São eles: sujeito e predicado.
Sujeito
É o termo da oração sobre o qual se diz alguma coisa.
EX: Maria fez faculdade de Letras.
Maria é o sujeito da oração, pois é a respeito dela que se diz algo.
Núcleo do Sujeito
É a palavra mais importante do sujeito. No exemplo citado acima, Maria é o sujeito e núcleo do sujeito, também.
Porém, às vezes, o sujeito vem composto por várias palavras e conectivos.
Então, é preciso identificar qual destas palavras é a mais importante.
EX: O carro do meu pai é azul.
O sujeito é: O carro do meu pai.
Temos cinco termos. Destes, o mais importante é carro. Logo, carro é o núcleo do sujeito.
EX 2: Esta casa é bonita.
Sujeito: esta casa Núcleo: casa
Classificação do Sujeito
O sujeito pode ser:
– Simples – Composto – Oculto ou desinencial – Indeterminado – Oração sem sujeito.
Sujeito Simples
Possui apenas um núcleo.
Exemplo: As estrelas brilham no firmamento.
Sujeito: As estrelas Núcleo: estrelas
Sujeito Composto
Possui mais de um núcleo.
Exemplo: O menino e a menina vão à escola.
Sujeito: O menino e a menina Núcleo: menino/menina
Sujeito Oculto ou Desinencial
Não está presente na frase, mas é reconhecível pela terminação verbal.
EX: Concordamos com as suas idéias.
Sujeito: nós Núcleo: nós
EX 2: Não entendi a questão.
Sujeito: eu Núcleo: eu
Sujeito Indeterminado
O sujeito não está expresso na oração. Existem duas formas de indeterminar o sujeito.
1. Verbo na terceira pessoa do plural
– Mandaram os acidentados para o hospital. – Falaram bem de você. – Telefonaram para você.
2. Verbo na terceira pessoa do singular + partícula – se junto de qualquer verbo (exceto o verbo transitivo direto)
– Precisa-se de carpinteiros. (o verbo precisar é transitivo indireto) – Acredita-se em marcianos. (acreditar é transitivo indireto) – Trabalha-se demais aqui. (trabalhar é intransitivo)
Oração sem Sujeito
Ocorre oração sem sujeito nos seguintes casos.
1. Com o verbo haver no sentido de existir ou com referência à passagem de tempo.
– Há dois meses que não o vejo. – Há vários alunos na sala. – Há muitos anos que não o vejo. – Havia cinco alunos na biblioteca.
Nestes casos o verbo haver é impessoal. Porém, se nós substituirmos haver por existir, já não será mais um caso de oração sem sujeito.
EX: Existiam cinco alunos na sala.
Sujeito: cinco alunos.
O verbo existir possui sujeito, pois ele não é impessoal.
2. Com verbos e expressões que indicam fenômenos meteorológicos.
– Trovejou hoje. – Nevou no sul do Brasil.
3. Com verbos fazer, ser, estar indicando tempo ou clima.
– Faz dois anos que ele saiu. – É uma hora. – Está frio.
Observações Finais
Sujeito representado por um pronome indefinido.
– Alguém viu o cometa? – Ninguém estudou. – Todos viajaram. – Muitos ficaram felizes – Ninguém viu minha caneta? – Todos ficaram quietos.
O sujeito será o próprio pronome e será classificado como sujeito simples.
Observe os exemplos:
– Choveu papel picado. Sujeito: papel picado
– Eu amanheci com dor de cabeça. Sujeito: eu.
Não se trata de oração sem sujeito porque os verbos foram usados no sentido figurado. Logo, eles possuem sujeito.
O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou indeterminado. Existem ainda as orações sem sujeito.
1 – Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a partir da concordância verbal. Pode ser:
a) Simples
Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo.
Por Exemplo:
A rua estava deserta.
Observação: não se deve confundir sujeito simples com a noção de singular. Diz-se que o sujeito é simples quando o verbo da oração se refere a apenas um elemento, seja ele um substantivo (singular ou plural), um pronome, um numeral ou uma oração subjetiva.
Por Exemplo:
Os meninos estão gripados. Todos cantaram durante o passeio.
b) Composto
Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo.
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c) Implícito
Ocorre quando o sujeito não está explicitamente representado na oração, mas pode ser identificado.
2 – Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração:
a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:
O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum termo identificado anteriormente (nem em outra oração):
Por Exemplo:
Procuraram você por todos os lugares. Estão pedindo seu documento na entrada da festa.
b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se:
O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.
No caso a, o se é uma partícula apassivadora e o verbo está na voz passiva sintética, concordando com o sujeito. Observe a transformação das frases para a voz passiva analítica:
No caso b, se é índice de indeterminação do sujeito e o verbo está na voz ativa. Nessas construções, o sujeito é indeterminado e o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.
c) Com o verbo no infinitivo impessoal:
Por Exemplo:
Era penoso estudar todo aquele conteúdo. É triste assistir a estas cenas tão trágicas.
Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a elementos explícitos em orações anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado.
Por Exemplo:
Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras.
Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto.
3 – Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. Observe a estrutura destas orações:
Sujeito
Predicado
–
Havia formigas na casa.
–
Nevou muito este ano em Nova Iorque.
É possível constatar que essas orações não têm sujeito. Constituem a enunciação pura e absoluta de um fato, através do predicado. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser, a mensagem centra-se no processo verbal. Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem com:
a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza:
Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc.
Por Exemplo:
Choveu muito no inverno passado. Amanheceu antes do horário previsto.
Choviam crianças na distribuição de brindes. (crianças=sujeito) Já amanheci cansado. (eu=sujeito)
b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos meteorológicos:
Ser:
É noite. (Período do dia) Eram duas horas da manhã. (Hora)
Obs.: ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha. (É uma hora/ São nove horas)
Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)
Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra dia, ou então irá para o plural, concordando com o número de dias.
Estar:
Está tarde. (Tempo) Está muito quente.(Temperatura)
Fazer:
Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido) Fez 39° C ontem. (Temperatura)
Haver:
Não a vejo há anos. (Tempo decorrido) Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)
Atenção:Com exceção do verbo ser, os verbos impessoais devem ser usados SEMPRE NA TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR. Devemos ter cuidado com os verbos fazere haver usados impessoalmente: não é possível usá-los no plural.
Por Exemplo:
Fazmuitos anos que nos conhecemos. Deve fazer dias quentes na Bahia.
Veja outros exemplos:
Há muitas pessoas interessadas na reunião. Houve muitas pessoas interessadas na reunião. Havia muitas pessoas interessadas na reunião. Haverá muitas pessoas interessadas na reunião. Deve ter havido muitas pessoas interessadas na reunião. Pode ter havido muitas pessoas interessadas na reunião.