POEMAS DO LIVRO O CIRCO DE ROSEANA MURRAY
Leia abaixo os Poemas do livro O Circo de Roseana Murray.
São lindos poemas adequados para trabalhar em sala de aula com as crianças. A poesia não tem idade, portanto, esses poemas podem ser trabalhadas em qualquer idade, o que muda é o que cobrar a partir delas.
POEMAS DE ROSEANA MURRAY DO LIVRO O CIRCO
O CIRCO CHEGOU
De onde vem esse cheiro novo
esse cheiro de aventura?
E esse brilho, esse barulho
embrulhando a manhã?
Vem de onde, vem de onde
essa vontade de dançar?
Até as nuvens ansiosas,
fazem fila no céu
para ver o que que há;
Foi o circo que chegou
espalhando na cidade
um ar de felicidade.
esse cheiro de aventura?
E esse brilho, esse barulho
embrulhando a manhã?
Vem de onde, vem de onde
essa vontade de dançar?
Até as nuvens ansiosas,
fazem fila no céu
para ver o que que há;
Foi o circo que chegou
espalhando na cidade
um ar de felicidade.
OS OPERÁRIOS
Atrás dos sonhos
atrás das luzes
atrás da lona
os operários fabricam o circo;
batendo pregos
fincando estacas
costurando e remendando,
como a aranha fabrica a teia,
como a noite fabrica o dia.
atrás das luzes
atrás da lona
os operários fabricam o circo;
batendo pregos
fincando estacas
costurando e remendando,
como a aranha fabrica a teia,
como a noite fabrica o dia.
PROIBIDO OU PERMITIDO?
É proibido pular o muro
pular a cerca
furar a lona
furar o cerco
para ver o circo de graça.
Mas também é proibido
criança não ver o circo
só porque não tem dinheiro.
Por isso diz o poeta:
É permitido pular o muro
pular a cerca
furar a lona
furar o cerco
para roubar um pouco de sonho.
pular a cerca
furar a lona
furar o cerco
para ver o circo de graça.
Mas também é proibido
criança não ver o circo
só porque não tem dinheiro.
Por isso diz o poeta:
É permitido pular o muro
pular a cerca
furar a lona
furar o cerco
para roubar um pouco de sonho.
O MESTRE DE CERIMÔNIAS
Minhas senhoras e meus senhores,
este é o mestre de cerimônias.
Sem cerimônia nenhuma,
vai caminhando à vontade
entre sonhos e trapézios.
O circo é a sua casa
e a sua cidade.
Não sossega um instante;
com um novelo de luz
vai costurando o espetáculo
como se fosse alfaiate.
este é o mestre de cerimônias.
Sem cerimônia nenhuma,
vai caminhando à vontade
entre sonhos e trapézios.
O circo é a sua casa
e a sua cidade.
Não sossega um instante;
com um novelo de luz
vai costurando o espetáculo
como se fosse alfaiate.
A BAILARINA
Caminha na ponta dos pés
a bailarina
como se o circo fosse feito
de neblina;
Vai bailar a bailarina
vai voar a bailarina
e é tão fina, é tão fina…
Vira vento a bailarina,
vira nuvem, vira ilha,
e num último salto
ilumina o palco,
transformando o silêncio
em maravilha.
a bailarina
como se o circo fosse feito
de neblina;
Vai bailar a bailarina
vai voar a bailarina
e é tão fina, é tão fina…
Vira vento a bailarina,
vira nuvem, vira ilha,
e num último salto
ilumina o palco,
transformando o silêncio
em maravilha.
O MÁGICO
Na noite do circo, o mágico
desperta estrelas, descostura
os fios do impossível,
acende com cuidado uma surpresa a cada passo…
E logo um lenço vira lança,
um leque vira laço,
o circo todo vira magia,
vira dança.
desperta estrelas, descostura
os fios do impossível,
acende com cuidado uma surpresa a cada passo…
E logo um lenço vira lança,
um leque vira laço,
o circo todo vira magia,
vira dança.
O ELEFANTE
De que tamanho será
um sonho de elefante?
Deve ocupar três noites inteiras e mais a metade de um dia
De que tamanho será
um suspiro de elefante?
Deve ser ainda maior
do que o maior dos gigantes…
E um soluço de elefante
de que tamanho será?
Deve ser tão grande quanto as árvores
de sua floresta distante…
um sonho de elefante?
Deve ocupar três noites inteiras e mais a metade de um dia
De que tamanho será
um suspiro de elefante?
Deve ser ainda maior
do que o maior dos gigantes…
E um soluço de elefante
de que tamanho será?
Deve ser tão grande quanto as árvores
de sua floresta distante…
O COMEDOR DE FOGO
O comedor de fogo
tem uma fome estranha;
Não é fome de sonhos,
nem é fome de comida;
é uma fome de fogo.
Não é fome de céu,
nem é fome de algodão,
é uma fome esquisita:
uma fome de fogo.
Não é uma fome de flores,
nem é uma fome qualquer;
é uma fome aflita,
uma fome de fogo.
tem uma fome estranha;
Não é fome de sonhos,
nem é fome de comida;
é uma fome de fogo.
Não é fome de céu,
nem é fome de algodão,
é uma fome esquisita:
uma fome de fogo.
Não é uma fome de flores,
nem é uma fome qualquer;
é uma fome aflita,
uma fome de fogo.
O ANÃO
O anão equilibra uma risada
na palma de cada mão.
O seu trabalho é atrapalhar
o palhaço.
O anão tropeça a cada passo,
e o circo estremece
feito bolha de sabão.
na palma de cada mão.
O seu trabalho é atrapalhar
o palhaço.
O anão tropeça a cada passo,
e o circo estremece
feito bolha de sabão.
O TRAPEZISTA
Vai e vem o trapezista
se balançando no espaço.
Pula a cerca que separa
o circo do céu
e com a cauda de um cometa
faz um laço.
Vai e vem o trapezista
desarrumando as estrelas:
até a lua se assusta,
esconde o rosto no regaço.
Volta ao chão o trapezista
refazendo o mundo com seus passos.
se balançando no espaço.
Pula a cerca que separa
o circo do céu
e com a cauda de um cometa
faz um laço.
Vai e vem o trapezista
desarrumando as estrelas:
até a lua se assusta,
esconde o rosto no regaço.
Volta ao chão o trapezista
refazendo o mundo com seus passos.
O EQUILIBRISTA
Está tão alto o equilibrista
que minha alma tropeça
em suas pernas, dança louca
feito roupa no varal.
que minha alma tropeça
em suas pernas, dança louca
feito roupa no varal.
Está tão perto do céu o equilibrista
que seus dedos arranham o sol
e de medo eu não ouso respirar.
Ouço seus passos de seda
como se andar no ar fosse fácil.
que seus dedos arranham o sol
e de medo eu não ouso respirar.
Ouço seus passos de seda
como se andar no ar fosse fácil.
O MALABARISTA
Embaralha tudo o malabarista:
embaralha os dedos,
embaralha a vista.
As garrafas pulas
como se fossem peixes,
como se fossem pássaros,
como se fossem cacos
de chuva brincando no mar.
Os pratos pulam
como se fossem naves,
como se fossem neve,
como se fossem navios
dançando no ar.
Os copos pulam
como se fossem pingos,
como se fossem pontos,
como se fossem sinos
assanhando o céu.
Tem quantas mãos o malabarista?
embaralha os dedos,
embaralha a vista.
As garrafas pulas
como se fossem peixes,
como se fossem pássaros,
como se fossem cacos
de chuva brincando no mar.
Os pratos pulam
como se fossem naves,
como se fossem neve,
como se fossem navios
dançando no ar.
Os copos pulam
como se fossem pingos,
como se fossem pontos,
como se fossem sinos
assanhando o céu.
Tem quantas mãos o malabarista?
O ACROBATA
O acrobata desenha com o corpo
uma pirueta no céu:;
Pula e vira
salta e rola
dança e gira
solto no ar
como se fosse um balão.
uma pirueta no céu:;
Pula e vira
salta e rola
dança e gira
solto no ar
como se fosse um balão.
O LEÃO E O DOMADOR
Ao estalar do chicote,
o leão dá um pinote,
se encolhe no picadeiro.
Mas não é medo o que sente,
nem é susto;
é saudade, é tristeza…
Seu coração ficou perdido
para sempre na floresta.
O domador se orgulha,
estala a língua, o chicote.
se sente assim como se fosse
um rei todo poderoso.
Mas o que ele não adivinha
é que o leão de verdade
está longe, adormecido;
no palco, quem caminha
é a sombra do leão.
o leão dá um pinote,
se encolhe no picadeiro.
Mas não é medo o que sente,
nem é susto;
é saudade, é tristeza…
Seu coração ficou perdido
para sempre na floresta.
O domador se orgulha,
estala a língua, o chicote.
se sente assim como se fosse
um rei todo poderoso.
Mas o que ele não adivinha
é que o leão de verdade
está longe, adormecido;
no palco, quem caminha
é a sombra do leão.
O PALHAÇO
Que rosto será que se esconde
atrás do rosto do palhaço?
Será que não se cansa
de fazer tanta graça?
Onde será que arruma espaço
para guardar tanta dança?
Será que tem um armário
escondido bem no peito?
Será que leva a vida
sempre rindo desse jeito?
Ou será que às vezes também sente
uma tristeza danada?
atrás do rosto do palhaço?
Será que não se cansa
de fazer tanta graça?
Onde será que arruma espaço
para guardar tanta dança?
Será que tem um armário
escondido bem no peito?
Será que leva a vida
sempre rindo desse jeito?
Ou será que às vezes também sente
uma tristeza danada?
CANSAÇO
A bailarina guarda os bailados
debaixo do travesseiro.
Alua atravessa a noite,
o circo todo é silêncio.
O mago guarda as magias
numa gaveta empoeirada.
O circo todo adormece,
enquanto as estrelas tecem
o sono de cada um.
debaixo do travesseiro.
Alua atravessa a noite,
o circo todo é silêncio.
O mago guarda as magias
numa gaveta empoeirada.
O circo todo adormece,
enquanto as estrelas tecem
o sono de cada um.
O CIRCO VAI EMBORA
No meio da madrugada
o circo partiu em segredo.
Não convém fazer barulho
quando um sonho se acaba.
Virou saudade, virou lembrança,
virou poeira no pensamento.
o circo partiu em segredo.
Não convém fazer barulho
quando um sonho se acaba.
Virou saudade, virou lembrança,
virou poeira no pensamento.
ROSEANA MURRAY – Roseana Murray nasceu no Rio de Janeiro em 1950. Graduou-se em Literatura e Língua Francesa em 1973. Atualmente possui mais de 60 livros publicados. Tem dois livros traduzidos no México e alguns de seus poemas já foram traduzidos em seis línguas. Recebeu muitos prêmios ao longo de sua carreira e também participou de diversas iniciativas de incentivo à leitura, como a que implantou em Saquarema em 2003, junto com a Secretaria Municipal de Educação, o Projeto Saquarema, Uma Onda de Leitura.
SOBRE O LIVRO O CIRCO- O circo, quando chega à cidade, traz em sua bagagem muita alegria. Malabarista, palhaço, domador de leão e equilibrista são alguns dos personagens responsáveis por encantar não só os pequenos, mas também despertar emoções nos mais velhos. Apresentar às crianças os construtores desse mundo mágico é a proposta de Roseana Murray no livro O Circo.
Segundo a autora, a ideia de escrever a obra surgiu pela sua admiração à temática. “Sempre fui fascinada pelo circo, porque ele cria uma sensação de irrealidade, é quase uma miragem. Quero que, ao lerem o livro, as pessoas sintam alguma emoção, pois para mim isso é o principal, me estimula”, afirma. Com linguagem poética, a obra traduz o dia a dia do circo e descreve todos os participantes das apresentações, inclusive aqueles que não fazem parte do espetáculo, mas contribuem para a realização do evento, como os operários