ENCORAJAR AS ESCOLHAS DAS CRIANÇAS
Cada vez mais cedo as crianças ingressam nas instituições de ensino, devido ao fato de as mães necessitarem ajudar na renda familiar e também por uma questão de realização pessoal, o que é um direito delas. Esse momento é um tanto quanto delicado e muitas vezes até traumático para as crianças quando não conduzido de maneira correta. A criança precisa de um tempo para se adaptar a essa nova rotina, pois ela se encontra em um mundo novo com pessoas totalmente desconhecidas.
Existe sempre mais de um caminho |
Cabe ao professor fazer com que essa adaptação de fato aconteça por meio de um planejamento bem elaborado onde o mesmo elabore claramente seus objetivos sem distinção de cuidar e educar. Dessa forma ele conseguira transformar esse momento traumático em agradável e prazeroso. E com o passar dos dias as crianças não só se acostumam com essa situação, como já iniciam o processo de independência. O professor também pode com sua experiência e vivência ir cativando os pais através de diálogos para que os mesmos se tornem parceiros para com a escola neste processo.
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O cuidar e o educar na educação infantil estão intimamente ligados, um não acontece sem o outro e muitas vezes de forma lúdica o professor pode cuidar educando. Por exemplo: na hora do banho ou da escovação, cantando uma música, referente ao plano de aula do dia; explicando a importância de se ter hábitos de higiene; aproveitando todo e qualquer momento incluindo assim seus objetivos disciplinados a serem alcançados com a turma.
E são nesses momentos lúdicos que o professor aproveita para incentivar a autonomia das crianças e conseqüentemente suas escolhas, pois a criança deve ter voz ativa nas escolhas de quais brinquedos quer brincar, de que forma brincar e com qual colega brincar. Isso faz com que a criança se torne crítica e reflexiva, o que conseqüentemente fará dela um adulto também crítico e reflexivo, disposto a dar suas opiniões, lutar pelos seus direitos e cumprir seus deveres de forma ativa.
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A forma mais eficaz para que esse encorajamento aconteça é sim de forma lúdica, através dos jogos, brinquedos e brincadeiras, contação de histórias, roda de conversa, dentre outros. Assim as crianças se socializam e interagem umas com as outras, ocorrendo assim às escolhas.
A utilização do brincar como instrumento pedagógico vem sendo questão de debate no mundo todo, e se mostrando cada fez mais eficiente, pois as brincadeiras são auxílios no desenvolvimento infantil, valoriza a construção do conhecimento. Quando o professor utiliza as brincadeiras em sala de aula ele propicia as crianças condições de aprendizagem. O brincar é o descobrir. E o descobrir se expande de degrau em degrau para o mundo.
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Para Piaget a aprendizagem da criança será significativa e efetiva quando ela for um sujeito ativo. Isso acontecerá quando a criança receber informações relativas às atividades propostas e interagir sobre elas. Geralmente os professores falam muito mais não praticam essa teoria com as crianças alegando a falta de tempo. A criança necessita unir o abstrato ao concreto. Segundo Piaget esse tempo utilizado apenas para a verbalização do professor é um tempo perdido. Crianças precisam aprender fazendo, com seus próprios erros, seria assim um verdadeiro ganho. Um ganho para toda uma vida.
Aplica-se também a importância das ações voluntárias da criança. Muitas vezes o professor se mostra tão preocupado em cumprir o seu cronograma que não têm paciência suficiente para esperar que as crianças aprendam, ou que mostrem seus conhecimentos prévios sobre o assunto em destaque. Quase nunca aguardam as respostas das crianças, e perdem a oportunidade de acompanhar a estrutura de raciocínio espontânea de seus alunos. Com essa concepção pré-histórica de respostas “certas” o professor deixa de incentivar o aluno a encontrar através de pesquisas a resposta correta, ou através dos erros reformulando-o ao acerto, dessa forma as crianças ficam amarradas a um método de ensino tradicional, o que pode inibir suas escolhas, se por algum motivo a sua escolha não for a “certa” nesse modelo de ensino tradicional a criança pode se sentir desestimulada e desencorajada a escolher. Por isso Piaget fixa tanto essa idéia das ações voluntárias do aluno; não distorcendo sua interpretação, pois ações voluntárias por parte das crianças não significa uma aula sem planejamento, ao contrário, exige-se um planejamento bem elaborado por parte do professor para que ele possa ser assim um mediador eficaz dessa aprendizagem espontânea.
Contudo, é através das escolhas e da espontaneidade das crianças que as mesmas serão preparadas para a vida adulta de forma eficiente e significativa.
Artigo por Denise Rodrigues de Freitas