Como se forma a identidade nos bebês
Assim se forma a identidade
Nos primeiros anos da Educação Infantil, os bebês começam a se descobrir. Para você, que trabalha com eles, é um privilégio participar desse processo.
Como se forma a identidade nos bebês |
Escrito por: Paola Gentile – Retirado do site: NOVAESCOLA
Identificar os próprios gostos e preferências, conhecer habilidades e limites, reconhecer-se como um indivíduo único, no meio de tantos outros igualmente únicos. Esse processo de autoconhecimento, que tem início quando nascemos e só termina no final da vida, é influenciado pela cultura, pelas pessoas com as quais convivemos e pelo ambiente. A escola, assim, tem papel fundamental na construção da identidade e da autonomia de cada criança. Na creche (a faixa etária até 3 anos) isso é ainda mais importante.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a identidade “é um conceito do qual faz parte a idéia de distinção, de uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características físicas, do modo de agir e de pensar e da história pessoal”. Zilma Ramos de Oliveira, professora e pesquisadora de Psicologia do Desenvolvimento da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, diz que todo adulto que trabalha na creche exerce um papel marcante nesse processo, “pois ele torna-se um estimulador e facilitador nessa longa caminhada”.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a identidade “é um conceito do qual faz parte a idéia de distinção, de uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características físicas, do modo de agir e de pensar e da história pessoal”. Zilma Ramos de Oliveira, professora e pesquisadora de Psicologia do Desenvolvimento da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, diz que todo adulto que trabalha na creche exerce um papel marcante nesse processo, “pois ele torna-se um estimulador e facilitador nessa longa caminhada”.
Segundo os especialistas, o primeiro passo é eliminar a comparação de desempenho. Você deve evitar os estereótipos e nunca tomar a homogeneidade como parâmetro. Afinal, não existe uma pessoa igual a outra. “De nada adianta a escola preparar projetos especiais para trabalhar a identidade se em sala de aula não é respeitado o ritmo de cada um e, pior, se quem leva menos tempo na execução de uma atividade é elogiado”, exemplifica Zilma.
Como se forma a identidade nos bebês |
“O mais indicado é criar situações em que os pequenos descubram suas particularidades e proporcionar a eles momentos de interação com os colegas, sejam eles da mesma idade, mais novos ou mais velhos”, ressalta Cristina Rocha, psicanalista e consultora de programas de formação docente. Na opinião dela, não é exagero afirmar que praticamente todas as descobertas e brincadeiras feitas nos três primeiros anos de vida estão relacionadas à construção da identidade e à autonomia. “Nessa fase do desenvolvimento, todos os objetos manipulados são, para a criança, uma extensão de si mesma.” Nessa interação, meninos e meninas procuram entender o mundo que os rodeia. Os bebês querem saber o que é cada coisa e para isso usam todos os sentidos. “O brincar é sempre um momento de descoberta. Na escola, é o momento de propor desafios que ajudem a superar limites”, diz Cristina.
Conversa, foto, espelho…
A Escola Municipal Integral Maria Simoneti Thomé, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, tem 140 estudantes de Educação Infantil. Todas as auxiliares da instituição freqüentam há seis anos cursos de formação continuada oferecidos pela própria prefeitura e são consideradas educadoras. Elas se preocupam em conversar com os pequenos o tempo todo, narrando o que está acontecendo enquanto os alimentam ou trocam sua fralda.
Fotos dos meninos e das meninas foram ampliadas e colocadas no chão, protegidas com adesivo transparente. “Afinal, é para baixo que os bebês mais olham quando engatinham”, explica Neide Solidade Igual, educadora da Maria Simoneti. Em classe, todos são chamados pelo nome e os objetos pessoais são identificados. O pátio central oferece brinquedos para livre escolha no horário das atividades externas. Os espelhos são muito importantes nesse processo. Eles estão presentes tanto nesse espaço quanto em sala de aula. É comum ver bebês que passam e voltam, só para se ver ? Cristina Rocha diz que é uma maneira de a criança conhecer-se e enxergar-se como membro do grupo.
Fotos dos meninos e das meninas foram ampliadas e colocadas no chão, protegidas com adesivo transparente. “Afinal, é para baixo que os bebês mais olham quando engatinham”, explica Neide Solidade Igual, educadora da Maria Simoneti. Em classe, todos são chamados pelo nome e os objetos pessoais são identificados. O pátio central oferece brinquedos para livre escolha no horário das atividades externas. Os espelhos são muito importantes nesse processo. Eles estão presentes tanto nesse espaço quanto em sala de aula. É comum ver bebês que passam e voltam, só para se ver ? Cristina Rocha diz que é uma maneira de a criança conhecer-se e enxergar-se como membro do grupo.
Respeito é bom. E o bebê adora
Para ajudar as crianças nesse fascinante processo de construção da identidade, você deve:
- Estar atento a qualquer manifestação das crianças (atitudes, choros, caretas), pois essa é uma forma de elas se comunicarem, mesmo quando já sabem falar;
- Ser observador e sensível aos gostos e preferências individuais;
- Chamar sempre todos pelo nome.
Rotinas que funcionam
Incorporadas à rotina da creche, algumas atividades podem favorecer a construção da identidade dos bebês. Confira a seguir algumas delas:
- Levar a criança à frente de um espelho e nomeá-la, identificando características particulares e as partes do corpo;
- Expor na sala de aula a foto de todos os bebês com nome, para que eles possam se reconhecer mais facilmente;
- Montar um mural com fotografias dos aluninhos em que eles apareçam ao lado dos pais, irmãos ou amigos e, assim, cada um possa se diferenciar dos demais e perceber-se como membro de um grupo;
- Criar diferentes situações nas quais cada criança tenha a oportunidade de escolher a brincadeira de sua preferência. Dessa maneira ela começa a se colocar como um ser único, com desejos e características próprias;
- Sempre que possível, promover aprendizagem com crianças mais velhas, que possam servir de modelo na sala de aula.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA Aprender e Ensinar na Educação Infantil, Eulália Bassedas, Teresa Huguet, Isabel Solé, 357 págs., Ed. Artmed, tel. 0800 703-3444, 54 reais
Educação Infantil: Fundamentos e Métodos, Zilma Ramos de Oliveira, 255 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3864-0111, 31 reais
Educação Infantil: Fundamentos e Métodos, Zilma Ramos de Oliveira, 255 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3864-0111, 31 reais
FONTE: novaescola