Sequência Didática – “A bolsa ou o elefante”
Olá amigos e amigas do SÓ ESCOLA. Nesta postagem trago para vocês uma Sequência Didática para trabalhar crônica humorística – “A bolsa ou o elefante”.
Sequência Didática – “A bolsa ou o elefante” |
Preparei esta sequência didática para trabalhar com o 5° ano do ensino fundamental. Nesta sequência, você poderá trabalhar com os alunos uma divertida crônica.
A sequência apresenta:
- texto (crônica) para leitura: “A bolsa ou o elefante”
- Interpretação do texto – inferências e análise do textos – Trabalho com os descritores
- Ortografia – palavras com c, ç, ss, sc, x
- Adjetivo, verbo, substantivo simples e composto
- levantamento das característica do gênero – crônica de humor
- planejamento do texto
- produção textual
A bolsa ou o elefante
Começou a história com a senhora prometendo ao filhinho que levava para ver o elefante. Prometido é devido, a senhora foi para o Jardim Zoológico da Quinta da Boa Vista e parou diante do elefante. O garotinho achou o máximo e não reta dúvida que, pelo menos dessa vez, o explorado adjetivo estava bem empregado. Mas sabem como é criança, nem com o máximo se conforma:
– Mãe, eu quero ver o elefante de cima.
Taí um troço difícil: ver um elefante de cima. Mas se criança é criança, mãe é mãe. A senhora levantou o filho nos braços, na esperança de que ele se contentasse. Foi quando se deu o fato principal da história. A bolsa da senhora caiu perto da grade e o elefante […] botou a tromba para fora da jaula, apanhou a bolsa e comeu.
E agora? Tava tudo dentro da bolsa: chave do carro, dinheiro, carteira de identidade, maquilagem, enfim, essas coisas que as senhoras levam na bolsa. A senhora ficou muito chateada, principalmente porque não podia ficar ali assim… como direi?…ficar esperando que o elefante devolvesse por outras vias a bolsa que engolira.
Era uma senhora ponderada, do contrário, na sua raiva teria gritado:
– Prendam este elefante!
Pedido, de resto, inútil, porque o elefante já estava preso. Mas isso tudo ocorreu numa segunda- feira. Dias depois ela telefonou para o diretor do Jardim Zoológico, na esperança de que o elefante já tivesse completado o chamado ciclo alimentar.
Não tinha. Pelo menos em relação à bolsa, não tinha. O diretor é que estava com a bronca armada:
– O que é que a senhora tinha na bolsa? O elefante está passando mal – disse o diretor.
E a senhora começou a imaginar uma dor de barriga de elefante. É fogo…lá deviam estar diversos faxineiros de plantão.
– Se o elefante morrer, teremos grande prejuízo – garantia o diretor – não só com a morte do animal como também com o féretro. A Senhora já imaginou quanto está custando enterro de elefante?
A senhora imaginou, porque tinha contribuído para o enterramento de uma tia velha, dias antes. E a tia até que era mirradinha.
Deu-se então o inverso. Já não era ela que reclamava da bolsa, era o diretor que reclamava pela temeridade da refeição improvisada. Para que ele ficasse mais calmo, a dona da bolsa falou:
– Olha, na bolsa tinha um tubo de “Librium”, que é um tranquilizante.
Até agora o diretor não sabe (pois ela desligou) se a senhora falou no tranquilizante para explicar que não era preciso temer pela saúde do elefante, ou se para ele tomar quando a bolsa reaparecesse.
Stanislaw Ponte Preta. “A bolsa ou o elefante”. In: Febeapá 1,2 e 3. Rio de Janeiro: Agir, 2006. P. 120-121
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