Como melhorar a prática pedagógica em tempos de desvalorização do Ensino?
Como melhorar a prática pedagógica em tempos de desvalorização do Ensino? Quando dialogamos sobre o momento da Educação atual com amigos professores, logo pensamos nos problemas mais cotidianos presentes em nossa prática: indisciplina, desmotivação, carência estrutural, falta de apoio, reconhecimento de falhas em nossa formação, desvalorização social, etc.
Como melhorar a prática pedagógica em tempos de desvalorização do Ensino?
Algumas vezes chegamos a concluir que pouco podemos fazer diante das forças contrárias que desejam mesmo que nosso trabalho seja resumido a seguir as orientações de um livro didático ou de uma cartilha e, assim, vamos aos poucos, nos tornando objetos e não sujeitos. É visível essa desmotivação entre professoras e professores e é nítido que estamos convivendo tempos de um certo “mal-estar docente”. Um momento de introspecção e busca por sentido em ensinar estudantes que se recusam a aprender…
Apesar de todos esses assuntos nos incomodar muito nos últimos tempos, não podemos simplesmente acreditar que sempre será assim e que não há perspectivas para transformações na Educação. Enquanto houver educadores que tenham consciência de sua missão, haverá sempre a esperança de mudanças de perspectivas educacionais. Um primeiro passo nessa direção é buscar entender melhor os problemas que nos cercam para podermos também anunciar soluções ou, ao menos, reflexões importantes que promovam novos debates e se transformem em novas práticas pedagógicas à fim de buscar saídas possíveis para uma eficiente prática pedagógica em tempos de desvalorização do trabalho docente…
Os temas que orientaram esse pequeno artigo são fundamentais para promover transformações políticas, estruturais e pedagógicas nas escolas. O primeiro visa entender a concepção de conhecimento que as escolas desejam para a juventude atual. Com a questão: “Qual é a diferença entre uma cabeça bem cheia e bem feita?” Procuramos refletir sobre a importância de nós professores, pensarmos em propostas de mudanças paradigmáticas relacionadas ao nosso currículo. A imagem ao lado (do cartunista argentino Quino) ilustra esse diálogo:
Chegamos a concluir que os conteúdos curriculares, muitas vezes, estão distantes da vida de nossos estudantes e que o modelo tradicional de ensino se preocupou com métodos voltados à memorização mecânica e não com o aprendizado de habilidades e competências cerebrais para resolver problemas, tais como: criticidade, análise, síntese, associação, contextualização, etc. Dessa forma, entendemos que devemos levar nossos estudantes a pensar, interpretar e inferir. Para isso, devemos buscar a autonomia docente, com a perspectiva de criar nossos próprios materiais pedagógicos, promover novos tipos de exercícios escolares e, acima de tudo, dialogar mais com os jovens e viabilizar relações mais próximas e recíprocas.
O segundo tema “Relação professor e aluno: de caráter vertical ou horizontal?” leva-nos a dialogar sobre o tipo de relação que estabelecemos com os nossos estudantes. Sabemos que uma das queixas reinantes responsável pelo desgaste ocupacional dos docentes atualmente é a Indisciplina Escolar. Uma das principais causas da Indisciplina relaciona-se diretamente com a postura autoritária de alguns professores, mantendo ainda a tradição herdada dos tempos da Ditadura Militar, onde o professor era visto e reconhecido como um superior hierárquico. Hoje, devemos ter consciência que essa postura pode ser responsável pelos problemas de relacionamentos, muito comuns nas escolas brasileiras. O fim da indisciplina na escola está distante de acontecer, mas um caminho para melhor compreendê-la é reforçar os vínculos sociais entre as pessoas que convivem no espaço escolar. Veja a segunda imagem e reflita sobre a maneira que geralmente nos relacionamos com nossos estudantes:
Como terceiro tema de diálogo, pensamos na questão “Será que temos consciência do que nossos estudantes aprendem?” e conversamos sobre os sistemas de avaliação mais comuns e ainda praticados nas escolas atuais, como provas e trabalhos escolares sem a instrução devida por muitos professores. É comum ainda a direção lacônica de professores que pedem trabalhos escolhendo o tema e a data de entrega. Dessa forma, fazemos nossos estudantes nutrirem aversão à prática da pesquisa escolar. Temos que adquirir a consciência de quê a pesquisa deve fazer parte das rotinas escolares, onde professores e estudantes JUNTOS construam métodos de aprendizados que levem ambos a aprenderem continuamente. Uma dica é fazer pesquisa à partir dos gostos e ideias dos próprios estudantes. Por que não estudar a cultura do FUNK na periferia, por exemplo?
Para entender essa temática, exploramos essa tirinha que explicita a diferença entre CONTEÚDOS CURRICULARES e CONHECIMENTO PERTINENTE, veja:
O último tema de relevância a refletir pode ser intitulado como: “As novas tecnologias e a mudança de paradigma na educação atual”. Sabemos que as novas tecnologias informacionais e de comunicação em nosso tempo, nos apresenta uma nova maneira de lecionar. Não podemos nos acomodar, acreditando que a tradicional aula “giz, lousa e saliva” irá perdurar. Os nossos estudantes nos mostram dia-a-dia que o seu universo cultural está permeado pelas novas tecnologias. Os estudantes, inclusive, aprendem mais com a internet do que com os conteúdos curriculares transmitidos na escola. Dessa forma, devemos sempre incorporar novos equipamentos que modifiquem nossas aulas. Devemos ter um compromisso de tentar continuamente promover uma aula mais interessante para os nossos estudantes (nativos digitais), assim também transformaremos a escola num local mais agradável de convívio e aprendizado.
Todos esses assuntos guiaram minha prática de sala de aula nos últimos anos e sempre me faz refletir sobre mudanças significativas em nossa prática docente para se aproximar das novidades informacionais e tecnológicas de nosso tempo e, principalmente, dos estudantes do novo milênio. As teorias filosóficas de autores como: Paulo Freire, Edgar Morin, Marilena Chauí, Mario Sergio Cortella, Marcos Loriere e Antônio Joaquim Severino embasaram todos os temas desse diálogo e nos mostram que muitos educadores no passado, guiados pela curiosidade e pela vontade de transformar o seu tempo, criaram sistemas explicativos que nortearam os rumos da pedagogia e mudaram a realidade de muitas escolas.
Quem sabe, essas nossas discussões possam ser motivadoras de transformações em nosso tempo? Continuaremos acreditando…
Como melhorar a prática pedagógica em tempos de desvalorização do Ensino?
Texto por André Wagner Rodrigues
Fonte: http://www.ameninaquegostadefilosofar.com.br
O título da matéria me chamou a atenção, li até o fim, e estou refletindo sobre o assunto. Sou professora de inglês na rede pública e privada, tenho mais dificuldade com a rede pública, é muito difícil causar interesse nos alunos, eles não entendem, e eu compreendo, porque não têm conhecimento, é uma língua diferente e não tiveram a base necessária para tal. É meu primeiro ano em sala de aula, gosto da prossifão e fico orgulhosa quando noto interesse e aprendizado em dois ou três alunos numa sala com mais de trinta. Sei que a maioria não gosta de “inglês”, não gostam porque não entendem. Preciso de dicas para melhorar e não estacionar como grande parte dos educadores que conheço.