A música como ferramenta educacional indispensável

A música como ferramenta educacional indispensável: Artigo enviado pelo nosso parceiro “Professor Marcos L Souza – Pedagogo – Psicopedagogo – Educador musical – Historiador.

Veja também:

A música como ferramenta educacional indispensável

Segundo BEN & HENTSCHKE (2003), os benefícios de levar a música para o trabalho em sala de aula são:

  • Desenvolve a expressão;
  • Estimula a fala, a escrita e a linguística;
  • Estimula o raciocínio;
  • Estimula a criatividade;
  • Eleva a autoestima;

A música torna-se um grande aliado e estimulador na aprendizagem e desenvolvimento afetivo. Assim, ela contribui no resgate do sujeito como um ser construtor do seu conhecimento, que tem uma relação sadia com a sua aprendizagem e como integrante de um grupo onde circula o seu saber.

Conforme a visão de WEIGEL (1988), de um modo geral, a música visa incentivar o desenvolvimento da criança nos aspectos cognitivo, linguístico, psicomotor e sócio afetivo, ao mesmo tempo em que garante a aquisição de novos conhecimentos. Ela se configura como uma instância do processo de socialização da criança na sua escolarização.

Um dos objetivos é despertar e desenvolver o gosto pela música, estimulando e contribuindo com a formação global do ser humano. A musicalização é feita através de atividades lúdicas visando o desenvolvimento e aperfeiçoamento da percepção auditiva, imaginação, coordenação motora, memorização, socialização, expressividade, percepção espacial. O lúdico funciona como elemento motivador e de estímulo para o desenvolvimento da expressão musical onde a imitação, a percepção e a criação são os principais elementos deste processo.

A musicalização contribui com a aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento cognitivo/ linguístico, psicomotor e sócio afetivo da    criança.

Já GAINZA (1988) ressalta que: “A música e o som, enquanto energia estimulam o movimento interno e externo do homem; impulsionam-no a ação e promovem nele uma multiplicidade de condutas de diferentes qualidades e grau. ”

GAINZA (1988) afirma que as atividades musicais na escola podem ter objetivos profiláticos, nos seguintes aspectos:

  • Físico: oferecendo atividades capazes de promover o alívio de tensões devidas à instabilidade emocional e fadiga;
  • Psíquico: promovendo processos de expressão, comunicação e descarga emocional através do estímulo musical e sonoro;
  • Mental: proporcionando situações que possam contribuir para estimular e desenvolver o sentido da ordem, harmonia, organização e compreensão.

Conforme relata WEIGEL (1988), a música contribui para o  desenvolvimento global da criança, representando um inestimável benefício para a formação de todos os aspectos desse desenvolvimento e o equilíbrio da personalidade da criança. É o que ocorre, por exemplo, com o desenvolvimento cognitivo/linguístico. A fonte do conhecimento da criança é a própria variedade de situações que ela tem a oportunidade de experimentar no seu dia-a-dia. A riqueza  de estímulos que a criança recebe das diversas experiências musicais contribui para o desenvolvimento intelectual. O desenvolvimento da linguagem oral também é muito favorecido através das atividades musicais. No momento, por exemplo, em que se conversa sobre os conteúdos das cantigas e na hora do conto, exige-se a pronúncia correta da letra da música.

No que se refere ao desenvolvimento sócio afetivo, as experiências musicais coletivas ajudam a autoestima, bem como a socialização infantil, pelo ambiente de compreensão, participação e cooperação que podem proporcionar a socialização entre as crianças.

Quanto ao desenvolvimento psicomotor, as atividades musicais podem oferecer várias oportunidades para as crianças aprimorarem as suas habilidades motoras, controlarem os seus músculos e moverem-se com desenvoltura.

As atividades musicais ajudam a criança a dominar melhor o seu corpo, aprimorando a coordenação motora ampla (grandes movimentos) e a fina  (pequenos movimentos). Sempre que a coordenação motora se desenvolve melhora a expressividade rítmica.

O desenvolvimento rítmico prepara naturalmente a criança para a leitura e escrita, que fazem parte do seu processo de escolarização. A música representa uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e felicidade para a criança, assim como a sua utilização psicoterapêutica.

Thérèse Hirsch(1966), em seu livro Musique et Rééducation, relata um trabalho de musicoterapia realizado com crianças em adiantado grau de debilidade, atribuindo à música um papel fundamental no sentido de despertar a comunicação com o mundo.

Bréscia (2003) afirma que crianças mentalmente deficientes e autistas  reagem à música, quando tudo o mais falhou. A música é um veículo expressivo para o alívio da tensão emocional, superando dificuldades da fala e da linguagem. A terapia musical foi usada para melhorar a coordenação motora nos casos de paralisia cerebral e distrofia muscular. Também é usada para ensinar controle de respiração e da dicção nos casos em que existe distúrbio da fala.

Ainda segundo Bréscia (2003), a musicalização é o processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, a criatividade, a imaginação, a memória, a concentração, atenção, a autodisciplina, o respeito ao próximo e a socialização, contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação.

Na verdade, a música não é apenas entretenimento, deleite, convite ao devaneio. É também fonte de crescimento espiritual, enriquecimento da sensibilidade e fortalecimento do ego, condições fundamentais para a realização plena do ser humano na sua trajetória de vida. (BRÉSCIA, 2003. P.29)

Além dos diferentes aspectos do desenvolvimento psicológico da criança, conforme WEIGEL (1988)  ressalta,  também  ocorrem  etapas  de evolução  perante o contato com a música. Com aproximadamente 2 anos a criança consegue reproduzir canções com versos incompletos, geralmente fora de tom. A reação rítmica é bem acentuada.

Entre 03 e 04 anos a criança reproduz várias melodias pequenas e simples, reconhecendo algumas delas. Os instrumentos rítmicos as interessam. O controle da voz se torna cada vez mais perfeito e a linguagem vai se completando. Nessa idade, a criança aprecia dramatizar as canções. Participa com agrado dos jogos cantados e memoriza numerosos cânticos.

Ao longo dos 5 e 6 anos, a coordenação dos movimentos de mãos e pés com a música costuma ser feita de forma sincrônica. Na dança, a criança passa a revelar equilíbrio rítmico, o que influi na precisão dos movimentos. Com sua curiosidade intensa, experimenta com prazer todos os instrumentos da banda rítmica. A música é ritmo, harmonia e melodia que mobilizam todo ser humano, contribuindo ativamente para a formação da ordem mental do homem.

As vivências rítmicas e musicais, que possibilitam uma participação ativa quanto a ver, ouvir e tocar, também favorecem o desenvolvimento dos sentidos da criança. Através do aperfeiçoamento da acuidade auditiva, a criança não só ouve como passa a separar melhor os diversos tipos de som. Ao acompanhar os gestos do professor ou dos coleguinhas na regência musical, a visão está sendo utilizada com maior intensidade.

A criança passa a identificar as diferenças e semelhanças entre sons, instrumentos e grupos rítmicos, exercitando a sua compreensão e o seu raciocínio. Ao imitar o canto dos pássaros, por exemplo, as vozes dos animais ou outros sons existentes na natureza, a criança descobre seus próprios poderes e a sua relação  com o ambiente em que vive.

O vocabulário musical, que requer a pronúncia correta das letras da canção, ou a conversa sobre o conteúdo das cantigas de roda, propiciam o desenvolvimento da linguagem oral. Verifica-se que, a partir das experiências musicais, o pensamento da criança vai se organizando. E, quanto mais ela tem oportunidade de comparar as ações executadas e as sensações obtidas através da música, mais a sua inteligência, o seu conhecimento, vai se desenvolvendo.

A música, entre outras artes, tem sido reconhecida como parte fundamental da história da civilização e também como excelente ferramenta para o desenvolvimento de inúmeras capacidades humanas, entre elas o autoconhecimento e a auto expressão.

De acordo com BEN & HENTSCHKE (2003), é ainda reduzido o número de professores que conhecem e compreendem o valor da música no processo de educação da criança. Para que exista a inclusão e a valorização da  educação  musical nos currículos da educação básica, é necessário que haja um esforço não apenas pelo seu valor intrínseco, mas também por ser um elemento fundamental na formação de um indivíduo educado e consciente.

A iniciação musical na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental estimula áreas do cérebro da criança que vão beneficiar o desenvolvimento de outras linguagens. Além, é claro, de ser um grande barato! (GIRARDI, 2004 p.55 in Nova Escola)

Conforme BEN & HENTSCHKE, a música é arte e, no contexto dos anos iniciais deveria ser a base de toda a educação, pois a música representa uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e felicidade para a criança. A música então possibilita o acesso à arte, a novas oportunidades, a conhecer lugares diferente, mesmo que apenas através da própria fantasia, além disso, a criança aprender a relacionar-se e a trabalhar em grupo.

Cabe ao professor encontrar um meio de através do ritmo, do timbre musical e da melodia, fazer com que as crianças saiam de si mesmas, provocando o contato e o intercâmbio delas com os outros. Desenvolver um projeto com o envolvimento da música possibilita um espaço diferente, prazeroso, que traz orgulho aos alunos e a seus pais. Com isso, pode-se integrar escola, família e comunidade em torno de um objetivo maior: tornar a vida mais alegre através da música, liberando o potencial criativo nos humanos, melhorando a qualidade de vida destes.

A intenção é criar um espaço que oportunize as crianças a vivência de formas musicais, buscando o conhecimento de si mesmos, a descoberta do outro, e o domínio da linguagem sonora para expressar de forma concreta os sentimentos. Entre outros objetivos está o de estimular o hábito de trabalhar a melodia para ampliar o conhecimento musical, além de desenvolver a autoestima, a atenção, a percepção, o potencial de concentração e a desenvoltura. Visa, também, ampliar o convívio social dos alunos, com seus colegas e professores, auxiliando no processo educativo.

A música amplia as possibilidades cognitivas, leva os alunos a pensar, a experimentar e trocar informações através do lúdico. Possibilita também, o desenvolvimento, afetivo, social e criador, fato este determinante para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis pelo meio onde estão inseridos. A música molda o caráter, fortalece a alma e sacia o espírito. – Prof. Marcos L Souza.

A música é o instrumento educacional mais potente do que qualquer outro (Platão).

“A saúde é tão musical, que a doença não é outra coisa, senão uma dissonância; e esta dissonância pode ser resolvida pela música”. Boethius (480-524)

Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música.

Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes. – Rubem Alves


A música como ferramenta educacional indispensável em PDF

Sempre pensando em facilitar para vocês, resolvemos disponibilizar o artigo “A música como ferramenta educacional indispensável” mostrada acima para download em PDF. Confira o link a seguir e baixe em PDF: