Pressão Atmosférica
Pressão Atmosférica – No dia a dia ouvimos as pessoas usam com freqüência a seguinte expressão: “Estou sob pressão”.
Neste sentido, pressão significa estar muito assoberbado, muito atarefado. No entanto, para a ciência, pressão apresenta outro significado: é a relação entre uma força aplicada a uma dada superfície ou área. Ainda podemos dizer, para simplificar ainda mais seu sentido, que em termos matemáticos, a pressão é igual à força dividida pela área.
Sendo assim, quanto mais força, maior é a pressão, e quanto maior a área, menor é a pressão. É por isso que uma pessoa usando um sapato de salto alto exerce mais pressão sobre o chão do que um elefante. É claro que um elefante pesa muito mais que um ser humano, mas seus pés têm mais área de superfície do que o salto pontiagudo de um sapato. Sendo assim, o peso de um corpo, que á força exercida sobre o chão, está menos distribuído no caso do ser humano sobre o salto alto, do que no caso do elefante sobre suas quatro patas.
Outro exemplo de distribuição de força sobre uma área é a cama de pregos: se você pisar na ponta de um prego, seu pé vai exercer uma enorme pressão sobre a superfície pontiaguda. Como resultado, a ponta pode atravessar seu pé. Porém, uma cama de pregos tem muitas pontas juntas, assim existe uma grande superfície para o corpo cobrir. Centenas de pregos suportam o peso de seu corpo ao invés de apenas um único prego. Tipicamente, seu corpo não exerce grande pressão sobre qualquer um dos pregos a ponto de rasgar a pele. A força resultante é distribuída sobre todos os pregos; logo, você não ficará ferido.
Pensando agora em nossa atmosfera, já sabemos que estamos mergulhados em um oceano de ar. O ar, sendo uma mistura de gases, é um componente material e, portanto, possui peso. O peso do ar exerce força sobre as superfícies que se encontram imergidas nele. Esta força do ar exercida sobre as superfícies é chamada pressão atmosférica. Ela existe porque a Terra é recoberta por uma camada de ar com aproximadamente 900 km de espessura que exerce pressão sobre tudo que está no planeta. A chamada pressão atmosférica varia de acordo com a altitude, já a concentração de gases varia dentro da atmosfera. Essa camada modifica-se com a altitude e fica mais rarefeita em certos lugares, por exemplo, em regiões de grande altitude existe uma menor quantidade de partículas de ar por unidade de volume, sendo assim, a pressão sobre as superfícies diminui.
E por que esta pressão não esmaga o nosso corpo?
A resposta é simples: nosso corpo está cheio de ar, e a mesma pressão que atua de fora para dentro atua de dentro para fora. Estamos perfeitamente adaptados à enorme pressão externa, e não sentimos o seu efeito sobre o nosso corpo. Nosso corpo possui sensores que detectam muito melhor as pequenas variações de pressão que podem ocorrer na pressão externa, como o tato, por exemplo, do que a própria pressão externa. Por exemplo, sente-se uma pressão (na verdade uma pequena variação de pressão) na cavidade auditiva quando subimos ou descemos de alturas consideráveis rapidamente, como em estradas nas serras ou até mesmo em elevadores de prédios muito altos. Às vezes, nessas ocasiões, a passagem do ar é bloqueada por alguns instantes e a diferença de pressão entre o ar exterior e interior da cavidade auditiva pode provocar uma pequena deformação na membrana timpânica, devido ao efeito da diferença de pressão. A diferença de pressão entre dois compartimentos produz movimentação do ar do local onde a pressão é maior para onde a pressão é menor. Essa deformação do tímpano provoca alterações na audição e, em alguns casos, sensações dolorosas, que, no entanto, são rapidamente ajustadas pelo organismo.
Desta forma, podemos até reclamar que “estamos sob pressão”, mas não devemos colocar a culpa sobre a pressão atmosférica!