Devir: O que é? Significado

O devir é um conceito filosófico que tem origem na obra do filósofo francês Gilles Deleuze. Ele é utilizado para descrever um processo contínuo de transformação e mudança, tanto a nível individual quanto coletivo. Neste artigo, vamos explorar o significado do devir e como ele pode ser aplicado em diferentes áreas da vida.

O que é o devir?

O termo “devir” vem do verbo francês “devenir”, que significa “tornar-se”. Deleuze utiliza esse conceito para descrever um movimento constante de transformação e mudança. Segundo ele, tudo está em constante devir, ou seja, em constante processo de se tornar algo diferente do que era antes.

Para Deleuze, o devir é um conceito oposto ao ser. Enquanto o ser é estático e fixo, o devir é dinâmico e fluido. Ele não se refere a uma mudança de um estado A para um estado B, mas sim a um processo contínuo de transformação, no qual não há um ponto final definido.

Deleuze também destaca que o devir não é linear, ou seja, não segue uma progressão lógica e previsível. Ele pode ocorrer de forma imprevisível e não linear, envolvendo saltos e rupturas. O devir é um movimento caótico e imprevisível, que escapa às categorias e conceitos fixos.

O devir na filosofia

O conceito de devir tem sido amplamente explorado na filosofia, especialmente na filosofia pós-estruturalista e na filosofia da diferença. Filósofos como Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault têm utilizado o devir como uma ferramenta para pensar a multiplicidade, a diferença e a resistência.

De acordo com esses filósofos, o devir é uma forma de escapar das estruturas fixas e opressivas do poder. Ele permite que sejamos múltiplos, que nos tornemos outros, que escapemos das identidades e categorias pré-determinadas. O devir é um movimento de liberdade e resistência.

Além disso, o devir também está relacionado à ideia de que não há uma essência fixa e imutável por trás das coisas. Tudo é sempre em devir, em constante transformação. Não há uma verdade essencial, mas sim uma multiplicidade de verdades em constante transformação.

O devir na arte

O devir também tem sido explorado na arte, especialmente na arte contemporânea. Muitos artistas têm utilizado o devir como uma forma de questionar as categorias e conceitos fixos da arte, de romper com as fronteiras e limites estabelecidos.

Na arte do devir, o processo de criação é mais importante do que o produto final. O artista se torna um agente de transformação, um catalisador de devir. Ele não busca representar a realidade, mas sim criar novas realidades, novas formas de ver e experimentar o mundo.

O devir na arte também está relacionado à ideia de que a arte não é algo estático e imutável, mas sim algo em constante transformação. Ela não se limita a um objeto ou a uma forma fixa, mas sim a um processo contínuo de criação e transformação.

O devir na vida cotidiana

O devir não se limita à filosofia e à arte, mas também pode ser aplicado em diferentes áreas da vida cotidiana. Ele pode ser uma ferramenta para pensar a transformação pessoal, a mudança de hábitos, a superação de obstáculos e a busca por novas possibilidades.

Na vida cotidiana, o devir pode nos ajudar a questionar as identidades e papéis pré-determinados, a romper com as estruturas fixas e opressivas, a experimentar novas formas de ser e estar no mundo. Ele nos convida a nos tornarmos outros, a nos reinventarmos constantemente.

O devir também pode ser uma forma de resistência e de luta contra as estruturas de poder. Ele nos permite escapar das categorias e conceitos fixos, nos tornar múltiplos, nos recusar a sermos definidos e limitados por identidades pré-determinadas.

Conclusão

O devir é um conceito filosófico que nos convida a pensar a transformação e a mudança como processos contínuos e fluidos. Ele nos ajuda a questionar as estruturas fixas e opressivas, a experimentar novas formas de ser e estar no mundo.

O devir está presente na filosofia, na arte e na vida cotidiana. Ele nos convida a nos tornarmos outros, a nos reinventarmos constantemente, a escapar das identidades e categorias pré-determinadas.

Portanto, o devir é um convite para abraçarmos a incerteza, a imprevisibilidade e a multiplicidade. É um convite para nos tornarmos agentes de transformação, para criarmos novas realidades e novas formas de ver e experimentar o mundo.