Empirismo: O que é, significado

O que é o Empirismo?

O empirismo é uma corrente filosófica que surgiu no século XVII e se desenvolveu principalmente na Inglaterra. Essa corrente tem como base a ideia de que todo o conhecimento humano é adquirido através da experiência sensorial, ou seja, por meio dos sentidos. Dessa forma, o empirismo defende que não existem ideias inatas ou inerentes à mente humana, e que todas as nossas ideias e conceitos são formados a partir das percepções que temos do mundo ao nosso redor.

Para os empiristas, a mente humana é como uma “tábula rasa”, ou seja, uma folha em branco que vai sendo preenchida com informações e experiências ao longo da vida. Essas informações são obtidas através da observação, da experimentação e da interação com o mundo físico. Assim, o conhecimento é construído a partir da acumulação de experiências sensoriais, e não de princípios ou conceitos pré-estabelecidos.

Os principais representantes do Empirismo

O empirismo teve diversos representantes ao longo da história, mas três filósofos se destacam como os principais expoentes dessa corrente: John Locke, George Berkeley e David Hume.

John Locke foi um filósofo inglês que viveu no século XVII e é considerado um dos fundadores do empirismo. Ele defendia a ideia de que a mente humana é uma “tábula rasa” e que todo o conhecimento é adquirido através da experiência. Locke também desenvolveu a teoria da associação de ideias, que afirma que as ideias são formadas a partir da associação de percepções sensoriais semelhantes.

George Berkeley, também inglês, viveu no século XVIII e foi um crítico do materialismo e do ceticismo. Ele argumentava que o mundo físico não existe independentemente da mente humana, ou seja, que tudo o que percebemos é apenas uma ideia na nossa mente. Berkeley defendia a ideia de que a realidade é composta apenas por mentes e ideias, e que Deus é o responsável por manter a consistência e a ordem dessas ideias.

David Hume, escocês do século XVIII, foi um dos filósofos mais influentes do empirismo. Ele questionou a noção de causa e efeito, argumentando que não podemos ter certeza de que um evento é a causa de outro apenas com base na observação. Hume também desenvolveu a teoria do conhecimento baseada na experiência, afirmando que todas as nossas crenças são formadas a partir de impressões sensoriais e que não podemos ter conhecimento absoluto sobre o mundo.

As principais ideias do Empirismo

O empirismo possui algumas ideias centrais que são compartilhadas pelos seus representantes. Uma delas é a ideia de que todo o conhecimento é adquirido através da experiência sensorial. Isso significa que não existem ideias inatas ou inerentes à mente humana, e que todas as nossas ideias são formadas a partir das percepções que temos do mundo.

Outra ideia importante do empirismo é a teoria da associação de ideias. Segundo essa teoria, as ideias são formadas a partir da associação de percepções sensoriais semelhantes. Por exemplo, se vemos várias maçãs vermelhas ao longo da nossa vida, podemos formar a ideia geral de “maçã” a partir da associação dessas percepções sensoriais.

Além disso, o empirismo também defende que o conhecimento é limitado às nossas percepções sensoriais. Isso significa que não podemos ter conhecimento absoluto sobre o mundo, já que nossas percepções são limitadas e podem ser enganosas. Dessa forma, o conhecimento é sempre provisório e sujeito a revisões e correções.

Empirismo versus Racionalismo

O empirismo é frequentemente contrastado com outra corrente filosófica chamada racionalismo. Enquanto o empirismo defende que todo o conhecimento é adquirido através da experiência sensorial, o racionalismo argumenta que existem ideias inatas e que o conhecimento pode ser obtido através da razão e do pensamento lógico.

Para os racionalistas, a mente humana possui conhecimentos inatos que são independentes da experiência. Esses conhecimentos são considerados universais e necessários, ou seja, são válidos em todos os tempos e lugares. Além disso, o racionalismo defende que a razão e o pensamento lógico são capazes de descobrir verdades absolutas sobre o mundo.

Enquanto o empirismo valoriza a experiência sensorial como fonte de conhecimento, o racionalismo valoriza a razão e o pensamento lógico. Essas duas correntes filosóficas têm visões diferentes sobre a origem e a natureza do conhecimento humano, e essa divergência tem sido objeto de debates e discussões ao longo da história da filosofia.

A influência do Empirismo na ciência

O empirismo teve uma grande influência no desenvolvimento da ciência moderna. A ideia de que todo o conhecimento é adquirido através da experiência sensorial levou os cientistas a valorizarem a observação e a experimentação como métodos fundamentais para a obtenção de conhecimento.

Com base nessa visão empirista, os cientistas passaram a utilizar a observação e a experimentação como ferramentas para testar hipóteses e teorias. Através da observação cuidadosa dos fenômenos naturais e da realização de experimentos controlados, os cientistas foram capazes de formular leis e teorias que descrevem e explicam o funcionamento do mundo físico.

Além disso, o empirismo também influenciou a forma como os cientistas interpretam os resultados das suas pesquisas. Os empiristas defendem que o conhecimento é sempre provisório e sujeito a revisões e correções, o que significa que as teorias científicas estão sempre abertas a novas evidências e interpretações.

Críticas ao Empirismo

O empirismo também recebeu críticas ao longo da história da filosofia. Uma das principais críticas é a de que nem todo o conhecimento pode ser adquirido através da experiência sensorial. Existem conceitos e ideias que não podem ser reduzidos a percepções sensoriais, como os conceitos matemáticos e lógicos, por exemplo.

Outra crítica ao empirismo é a de que a experiência sensorial pode ser enganosa e limitada. Nossos sentidos podem nos enganar e nos levar a conclusões errôneas sobre o mundo. Além disso, existem fenômenos que não podem ser observados diretamente, como os processos mentais e as emoções, o que dificulta a aplicação do empirismo nesses casos.

Por fim, o empirismo também foi criticado por não oferecer uma explicação satisfatória para a origem das nossas percepções sensoriais. Como as percepções são formadas a partir da interação entre o sujeito e o objeto, surge a questão de como podemos ter certeza de que as nossas percepções correspondem à realidade externa.

Conclusão

O empirismo é uma corrente filosófica que defende que todo o conhecimento humano é adquirido através da experiência sensorial. Para os empiristas, a mente humana é uma “tábula rasa” que vai sendo preenchida com informações e experiências ao longo da vida. Essa corrente teve como principais representantes filósofos como John Locke, George Berkeley e David Hume.

O empirismo valoriza a observação e a experimentação como métodos fundamentais para a obtenção de conhecimento, e teve uma grande influência no desenvolvimento da ciência moderna. No entanto, o empirismo também recebeu críticas, principalmente em relação à limitação da experiência sensorial e à origem das nossas percepções.

Apesar das críticas, o empirismo continua sendo uma corrente filosófica importante e influente, e suas ideias continuam a ser discutidas e debatidas até os dias de hoje. O conhecimento humano é complexo e multifacetado, e diferentes correntes filosóficas oferecem diferentes perspectivas e abordagens para compreendê-lo.