Xiismo: O que é, significado.
O que é o Xiismo?
O Xiismo é uma das duas principais vertentes do Islã, juntamente com o Sunitismo. É uma das escolas de pensamento islâmico que se originou após a morte do Profeta Muhammad, em 632 d.C. Os xiitas acreditam que o sucessor legítimo do Profeta era seu genro, Ali ibn Abi Talib, e seus descendentes, conhecidos como Imames. Essa crença é a principal diferença entre os xiitas e os sunitas, que acreditam que o sucessor do Profeta deveria ser escolhido pela comunidade muçulmana.
Significado do Xiismo
O termo “xiismo” deriva da palavra árabe “Shi’a”, que significa “partido” ou “seguidores”. Os xiitas consideram-se os verdadeiros seguidores do Islã, mantendo a linhagem dos Imames como líderes espirituais e políticos legítimos. Eles acreditam que os Imames possuem conhecimento divino e são infalíveis, sendo capazes de interpretar corretamente os ensinamentos do Islã. O xiismo é uma parte significativa da identidade religiosa e cultural de muitos países, como Irã, Iraque, Líbano e Bahrein.
A História do Xiismo
A história do xiismo remonta ao período após a morte do Profeta Muhammad. Os xiitas acreditam que Ali, primo e genro do Profeta, foi designado como seu sucessor pelo próprio Muhammad. No entanto, a maioria dos muçulmanos sunitas escolheu Abu Bakr, um dos companheiros mais próximos do Profeta, como o primeiro califa. Essa divergência levou a uma divisão permanente entre os muçulmanos, com os xiitas formando sua própria comunidade.
Os primeiros Imames xiitas foram descendentes diretos de Ali e sua esposa, Fátima, filha do Profeta Muhammad. O último Imam reconhecido pelos xiitas é o Imam Mahdi, que desapareceu em 874 d.C. e é esperado retornar como o Messias. Durante a história, os xiitas enfrentaram perseguições e dificuldades, especialmente durante o período dos califas sunitas. No entanto, eles conseguiram manter sua identidade e crenças através de uma forte tradição oral e escrita.
Principais Crenças e Práticas Xiitas
Os xiitas compartilham muitas crenças e práticas comuns com os sunitas, como a crença em Allah como o único Deus e a aceitação do Alcorão como a palavra sagrada de Deus. No entanto, existem algumas diferenças significativas nas crenças e práticas xiitas em relação aos sunitas.
Uma das principais crenças xiitas é a infalibilidade dos Imames. Os xiitas acreditam que os Imames são seres humanos escolhidos por Deus e dotados de conhecimento divino. Eles são considerados infalíveis e incapazes de cometer erros ou pecados. Essa crença é baseada na ideia de que os Imames são os únicos capazes de interpretar corretamente os ensinamentos do Islã e guiar os fiéis.
Além disso, os xiitas têm uma forte devoção aos Imames e os consideram como intercessores entre os fiéis e Deus. Eles visitam os túmulos dos Imames e realizam peregrinações a locais sagrados associados a eles. Essas práticas devoção são uma parte importante da vida religiosa xiita e são consideradas uma forma de se aproximar de Deus.
Organização Religiosa Xiita
A organização religiosa xiita é baseada em uma hierarquia clerical. Os líderes religiosos xiitas são conhecidos como aiatolás e são considerados autoridades em questões religiosas e políticas. O mais alto cargo religioso xiita é o de Marja’ al-Taqlid, que é o líder supremo e é seguido por muitos xiitas em questões de fé e prática.
No topo da hierarquia xiita está o líder supremo do Irã, conhecido como o Aiatolá. Ele exerce uma influência significativa sobre a política e a sociedade iranianas, além de ser uma autoridade religiosa. Os aiatolás têm o poder de emitir decretos religiosos, conhecidos como fatwas, que são seguidos por muitos xiitas em todo o mundo.
Xiismo e Política
O xiismo desempenhou um papel importante na política de muitos países de maioria xiita. No Irã, por exemplo, o xiismo é a religião oficial e a maioria da população é xiita. O sistema político iraniano é baseado em uma teocracia, onde o líder supremo, um aiatolá, tem o poder final sobre assuntos religiosos e políticos.
Além do Irã, o xiismo também influencia a política em outros países, como o Iraque e o Líbano. No Iraque, a queda do regime de Saddam Hussein levou ao aumento da influência xiita no governo e na sociedade. No Líbano, o grupo político e militar Hezbollah é predominantemente xiita e exerce uma influência significativa na política do país.
Xiismo e Sunitismo
O xiismo e o sunitismo têm uma longa história de tensões e conflitos. As diferenças teológicas e políticas entre as duas vertentes do Islã levaram a divisões e hostilidades ao longo dos séculos. No entanto, também existem exemplos de cooperação e coexistência pacífica entre xiitas e sunitas em diferentes partes do mundo.
Atualmente, os conflitos sectários entre xiitas e sunitas são uma preocupação significativa em várias regiões, especialmente no Oriente Médio. A rivalidade entre o Irã xiita e a Arábia Saudita sunita é um exemplo proeminente dessa divisão sectária. Os conflitos no Iraque e na Síria também têm uma dimensão sectária, com grupos xiitas e sunitas lutando pelo poder e influência.
Conclusão
O xiismo é uma das principais vertentes do Islã, com uma rica história e tradição. Os xiitas acreditam na sucessão divina dos Imames e têm uma forte devoção a eles. O xiismo influencia a política e a sociedade em muitos países de maioria xiita, como o Irã e o Iraque. Embora existam tensões e conflitos entre xiitas e sunitas, também há exemplos de cooperação e coexistência pacífica. O xiismo continua a desempenhar um papel significativo no mundo muçulmano e além.