Por uma alfabetização até os oito anos de idade

Por uma alfabetização até os oito anos de idade
Por uma alfabetização até os oito anos de idade
Por uma alfabetização até os oito anos de idade: Na linguagem comum, e mesmo no discurso pedagógico, estar alfabetizado é saber ler e escrever. Mas essas duas competências, expressas simplesmente por esses verbos — ler, escrever — sem que se lhes atribua complementos (ler o quê? escrever o quê?), não são suficientes para que o indivíduo possa participar plenamente de sociedades grafo cêntricas, isto é, centradas na escrita. É necessário ter também as habilidades necessárias para fazer uso da leitura e da escrita, nas práticas sociais em que a língua escrita está envolvida: para além da alfabetização, o letramento. Uma pessoa está amplamente inserida em sociedades letradas quando não só sabe ler e escrever, mas sabe fazer uso adequado e bem sucedido da leitura e da escrita.

Com esses conceitos em mente, podemos dizer que o Todos Pela Educação, em sua Meta 2, busca garantir que toda criança esteja, até os 8 anos, alfabetizada e capaz de usar a leitura e a escrita nas situações que vivencia em sua vida escolar e social.
É inteiramente possível esperar que meninos e meninas, em sua escolarização até os 8 anos de idade, adquiram um domínio satisfatório, embora, evidentemente ainda não completo, do sistema ortográfico, e que, ao mesmo tempo, desenvolvam habilidades de leitura e escrita em situações pouco complexas, próprias da infância, tais como deixar um bilhete para a mãe, escrever um diário, registrar tarefas na agenda, contar e recontar histórias, entre outras.
No entanto muitos se perguntam se é possível se pretender que aos 8 anos
a criança esteja alfabetizada. Seria a Meta 2 ambiciosa demais? Três anos
de escolarização são suficientes para que essa Meta seja atingida?
Na verdade, em sociedades em que a escrita tem forte presença, a criança
inicia seu processo de alfabetização muito antes de chegar à escola: esse
processo tem início a partir do momento em que a criança começa a se
relacionar com o mundo à sua volta, imersa em um ambiente marcado pela
escrita, rodeada de pessoas que escrevem, que leem. Inicialmente, é um
processo de alfabetização e letramento informal, assistemático, mas que
já introduz a criança no mundo da escrita.

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Por: Magda Becker Soares