Jovem paraplégico e morador de abrigo passa no vestibular da UFRGS
Estudante de 21 anos que foi atingido por bala perdida vai estudar Ciência da Computação.
Adrian Torres, de 21 anos, enfrentou vários obstáculos até ver seu nome na lista de aprovados do curso de Ciência da Computação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Em 2013, ele foi atingido por uma bala perdida no pescoço, que acabou tirando seus movimentos do peito para baixo. Adrian estava no primeiro ano do ensino médio quando aconteceu o incidente. O rapaz passou três meses no hospital e teve que interromper os estudos.
Foi nessa época também que ele se mudou para o abrigo Cônego Paulo de Nadal, em Porto Alegre, onde receberia uma assistência adequada às suas necessidades. O local atende pessoas com diferentes tipos de deficiências motoras e cognitivas.
No ano seguinte, ele retomou os estudos e foi até o fim. “Foi bem difícil. Eu pensei que não ia mais mexer os braços. Nem sabia se ia poder voltar a estudar”, recorda Adrian, que precisa utilizar um adaptador para conseguir escrever.
Depois que concluiu o ensino médio, Adrian foi aprovado em duas faculdades com a nota tirada na prova do ENEM. Porém, seu grande objetivo era a vaga na UFRGS, que ele conquistou no vestibular deste ano. A concorrência era alta: 10,08 candidatos por vaga. Por isso, além de estudar por conta própria, Adrian cursou o pré-vestibular popular Dandara dos Palmares.
Em 41 anos de existência, essa é a primeira vez que um morador do abrigo Conego Paulo de Nadal vai para a universidade. O orgulho da instituição é tão grande, que os funcionários penduraram uma faixa parabenizando Adrian e exaltando sua conquista (foto abaixo).
As aulas na universidade começam só em março. Enquanto isso, Adrian concilia o tempo livre entre a correria para organizar a documentação necessária para fazer a matrícula, idas ao cinema e sessões de filme em casa. Ele ainda não sabe o que esperar das aulas, mas já decidiu a área onde quer trabalhar quando concluir o curso: TI (Tecnologia da Informação).
“Já fiz alguns cursos de informática, mas só o basicão. Vi que ia gostar da faculdade e que é um curso que tem futuro”, disse o futuro cientista da computação.
Com informações do site GAÚCHAZH e Razões para Acreditar