O exercício de soletração tem alguma utilidade na prática escolar?
O exercício de soletração tem alguma utilidade na prática escolar? A soletração não é uma atividade válida, pois hoje os alunos têm acesso a dicionários e podem usufruir do conforto oferecido pelos corretores ortográficos dos computadores. Por isso, o importante para escrever de acordo com a norma ortográfica vigente é compreender as regras e memorizar as palavras com irregularidades relevantes. Os estudantes devem aprender, por exemplo, que se acentuam o i e o u tônicos, seguidos ou não de s, quando são hiatos, como em saúde. E que os ditongos abertos são atualmente acentuados. O papel da escola, em vez de organizar exercícios de soletração, é ajudar os estudantes a compreender os casos de ortografia regular e a consultar os dicionários sempre que necessário. Essas duas competências nunca exigiram a capacidade de soletração. E mais: em lugar de promover competições para conferir quem sabe soletrar palavras raras ou pouco familiares, devem-se realizar práticas de leitura e de produção de textos que tenham sentido e colaborem para a ampliação do universo cultural e do senso estético das pessoas. Vale esclarecer que, nos Estados Unidos, os concursos de soletração são antigos e relacionados com a irregularidade nas relações entre som e grafia da língua inglesa, que tem menos regras sobre a escrita das palavras. Para eles, é importante saber soletrá-las.
Consultoria Artur Gomes de Morais, professor do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco.
O exercício de soletração tem alguma utilidade na prática escolar?
Por: Beatriz Vichessi, Veridiana Mercatelli – Fonte: Nova Escola