Jovem de BH que estudou em escola pública e aprendeu inglês sozinha consegue bolsa de estudos em Harvard, nos EUA
Sofia de Oliveira, de 18 anos, terá bolsa integral, que vai cobrir tudo: passagem, gastos pessoais e moradia no campus. Serão quatro anos de estudos e, no fim do segundo, ela vai poder escolher o curso.
A jovem de Belo Horizonte que estudava em escola pública e aprendeu inglês sozinha conseguiu bolsa integral de estudos na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Além da universidade mais famosa e consagrada da América, Sofia de Oliveira, de 18 anos, passou em outras duas universidades americanas.
Para conquistar este sonho de estudar fora, a jovem primeiramente conseguiu uma bolsa de estudos em um colégio particular tradicional de BH. No fim da formação, ela começou a tentar as universidades americanas.
“É um processo seletivo diferente porque, além da prova, tem que mandar currículo, carta de recomendação, carta falando das intenções no colégio”, contou.
Ela estudou muito, entre 8 e 10 horas por dia. Na parede do quatro dela tem lembretes de fórmulas e conteúdos, além de medalhas que ganhou em olimpíadas de estudo.
Sofia viaja dia 14 de agosto e terá todas as despesas (até as pessoais) pagas pela universidade. Serão quatro anos de estudos e, no fim do segundo, ela vai poder escolher o curso. No momento, a única dúvida é qual diploma ela vai levar para casa.
“No momento eu penso em cursar química e ciências sociais. Mas estou bem aberta a explorar outras opções”, disse.
Caça talentos na rede pública
O instituto social sem fins lucrativos que deu apoio financeiro para Sofia existe há 20 anos. Ele identifica jovens carentes com alto rendimento escolar que passam a fazer parte de aulas on-line ou presenciais com bolsas de estudos em escolas parceiras.
A seleção é feita todo ano em várias capitais.
“A gente acredita que o talento existe em todas as classes sociais. E o que a gente quer é identificar esse talento de baixa renda, oferecer condição, recurso e oportunidade”, disse Vanessa Alves, gerente de Seleção e Comunicação do Ismart.
Ao todo, 900 estudantes estão em universidades brasileiras pelo projeto. Nove foram para o exterior neste ano, 14 no ano passado.
Sofia está pronta pra voar com muito sonho na mala e um currículo de dar inveja.
“Muitos desafios principalmente para pessoas de origem humilde, mas a gente tem que se agarrar às oportunidades que aparecem, não é sempre que elas estarão ali, mas é fazer de tudo para transformar sonho em realidade”, disse a menina.