Ministro da Justiça pede exclusão de 270 contas em rede social com conteúdo relacionado a ataques contra escolas
Flávio Dino afirmou neste sábado (8) que Operação Escola Segura apreendeu 7 armas e prendeu um suspeito.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou neste sábado (8) que foi solicitada a exclusão de centenas de contas em redes sociais que fizeram publicações com hashtags relacionadas a ataques contra escolas.
A informação integra um balanço do oitavo dia da Operação Escola Segura. Segundo ele, houve:
- Solicitação de exclusão de 270 contas do Twitter.
- Conteúdos e autores de publicações relacionadas a ataques investigados.
- Busca e apreensão de 7 armas.
- Prisão de suspeito.
- Solicitação de remoção de duas contas do TikTok.
Na sexta-feira (7), Dino afirmou em entrevista à Globonews que o governo vai cobrar maior rigor das plataformas virtuais e redes sociais no combate à violência em escolas e creches.
Monitoramento das plataformas
Segundo o ministro, representantes do governo devem se reunir já na próxima segunda (10) com representantes das plataformas. A ideia é pedir que os sites apliquem a esses grupos que organizam e incentivam atos de violência o mesmo rigor que, hoje, já existe para crimes como pedofilia.
“Nós vamos nessa [próxima] semana conduzir reuniões para que as plataformas sejam chamadas a terem mais cuidado, chamado o dever de cuidar. Nós temos o debate no Congresso, nós acreditamos na responsabilidade ou na autorregulação”, disse ao Conexão Globonews.
Dino afirmou que as plataformas têm como estender ao crime de violência nas escolas a mesma firmeza que aplicam a outros crimes.
“Assim como as plataformas atuam de modo eficiente em relação ao combate à pedofilia, por exemplo, é essencial que eles também monitorem a circulação desses outros conteúdos criminosos”, disse.
O governo criou nesta semana um grupo com representantes de diversos ministérios para desenvolver ações de combate à violência nas escolas.
Massacres em escolas
A reunião entre governo e plataformas digitais foi convocada após os recentes casos de massacre em escolas em São Paulo (SP) e em Blumenau (SC).
Foram dois ataques com mortes em duas semanas.
Em 27 de março, um adolescente de 13 anos atacou professores e alunos na escola em que estudava, na zona oeste da capital paulista. Uma professora, Elisabete Tenreiro, de 71 anos, morreu.
Em 5 de abril, um homem de 25 anos invadiu uma creche em Blumenau (SC). Ele matou quatro crianças, com idades entre 4 e 7 anos, e feriu outras cinco.
Violência estimulada na internet
Na quinta (6), o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que além de ações “mais urgentes” como o reforço da segurança nas áreas escolares, é preciso adotar medidas para combater o estímulo à violência na internet.
“Discutimos hoje um tema que é seríssimo e que precisa ser enfrentado fortemente, com ações mais urgentes, que é um trabalho de inteligência nas redes sociais, principalmente na chamada ‘deep web’, essas redes que estimulam a violência, o armamento”, declarou.
Para o ministro, tem havido “estímulo ao ódio” em fóruns na internet. “É preciso discutir uma regulamentação das plataformas digitais hoje no Brasil, este é um debate que nós precisamos fazer”, defendeu.
Na mesma linha, o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo, afirmou que a internet tem feito “boas contribuições” para a sociedade, mas também tem “suas mazelas”.
“Sabemos que há grupos de pessoas que se alimentam desse tipo de situação. Vocês [jornalistas] podem ajudar não dando visibilidade para que esse cidadão possa influenciar outras pessoas a cometerem esse tipo de atrocidade. […] O papel da imprensa é fundamental”, afirmou o ministro.