Estudantes do ensino médio terão bolsa para permanecer na escola

Estudantes do ensino médio de baixo rendimento terão a oportunidade de receber uma bolsa para continuar seus estudos, além de uma conta poupança que poderão acessar após a conclusão desse nível educacional. Os detalhes do programa inovador, que está quase concluído, foram revelados na terça-feira (26) por Camilo Santana, o ministro da Educação. Os valores específicos da bolsa e da poupança ainda não foram compartilhados.

“Estamos na fase final de desenhar esse projeto, considerando os fundos disponíveis tanto no MEC quanto no Ministério de Desenvolvimento Social. Usaremos o CadÚnico e o Bolsa Família, em combinação com o Censo Escolar do Inep para sua implementação”, explicou Santana em uma entrevista coletiva onde esclareceu sobre o decreto que instaura a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas. Ele destacou que cerca de 7% dos estudantes do ensino médio desistem dos estudos, e com essa iniciativa, o governo espera mudar essa estatística.

“O objetivo é fornecer um suporte, especialmente porque quando o aluno atinge o ensino médio, geralmente aos 14 ou 15 anos, é quando devido a problemas financeiros familiares, sentem a necessidade de trabalhar. Como resultado, muitos desistem, faltam aulas e reprovam. A proposta é fornecer uma ajuda mensal e uma poupança que o aluno pode acessar ao final de cada ano do ensino médio”, ampliou o ministro da Educação. A bolsa se destina a auxiliar nas despesas cotidianas, enquanto a poupança pode ser utilizada para iniciativas pessoais, como iniciar um empreendimento ou financiar estudos superiores. Em ambos os cenários, Santana enfatizou a necessidade de compromissos por parte dos beneficiados, como a assiduidade escolar e a aprovação nas matérias.

Escolas Conectadas

Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ratificou o decreto para a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas. O plano é assegurar a conectividade de banda larga a todas as 138,4 mil instituições educacionais públicas até 2026, com um investimento de aproximadamente R$ 6,5 bilhões provenientes do Novo PAC, através de acordos com governos estaduais e municipais.

De acordo com informações do MEC, atualmente 40,1 mil escolas carecem de recursos tecnológicos para banda larga, enquanto 42,7 mil escolas enfrentam deficiências no acesso à internet. Surpreendentemente, mais de 4,6 mil escolas ainda não têm eletricidade. A solução proposta é fornecer energia a essas escolas usando painéis solares, em colaboração com o Ministério de Minas e Energia. Estima-se que 4,1 milhões de estudantes no Brasil não tenham acesso adequado à web em suas escolas. Uma vasta maioria, cerca de 80%, das instituições que carecem de infraestrutura adequada estão no Norte e Nordeste.

Camilo Santana, o ministro da Educação, enfatizou que o objetivo não é apenas proporcionar conectividade e equipamentos, como tablets e PCs, mas também alinhar-se à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para enfatizar a cidadania digital. A intenção é otimizar a conectividade para aprimorar as ferramentas pedagógicas e a qualidade do ensino, assim como a administração das instituições. Uma adição notável é que o programa busca fornecer acesso à internet não apenas para escolas, mas também para unidades básicas de saúde localizadas nas redondezas.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL EBC