Filho de auxiliar de serviços gerais e caminhoneiro comemora 980 pontos na redação do ENEM
Osman Laranjeira Júnior de 19 anos se dedicou aos estudos e nota passou de 780 na primeira prova em 2021 para 980 em 2022. Jovem pretende usar a nota para cursar medicina ou odontologia.
O jovem Osman Laranjeira Júnior, de 19 anos, morador da Serra, na Grande Vitória, estudante de escola pública, que alcançou 980 pontos na Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em sua segunda tentativa, disse que não vê a hora de usar a nota para ingressar no curso de Medicina ou Odontologia. As notas de 2022 do exame foram divulgadas na última quinta-feira (9).
Estudante de escola pública e filho de uma auxiliar de serviços gerais e um caminhoneiro aposentado, ele tem seis irmãos e contou ao g1 que, desde que tirou 780 pontos na primeira prova em 2021, quando ainda cursava o ensino médio, decidiu se dedicar aos estudos.
“Não fui tão bem porque não me dediquei tanto, mas na segunda prova me dediquei. Tirava um dia toda semana pra fazer redação. Fazia a primeira, corrigia e refazia a segunda. Ao todo acho que fiz umas 35, 40 redações “, contou o jovem.
Em 2022, durante alguns meses, o jovem conciliou a rotina de estudos, trabalho e cursinho, mas depois com o apoio da família, Osman pôde se dedicar exclusivamente aos estudos e melhorar seu desempenho no exame.
Por cerca de três meses o jovem também estudou em um cursinho popular e pagou mensalidade de R$ 230.
“Trabalhava no comércio, em uma ótica. No comércio era de segunda a sábado. Chegava mais ou menos umas 18h e ia para o cursinho. Algumas atividades fazia no cursinho e outras à noite ou no domingo, mas ficou muito pesado e perguntei a minha mãe se podia só me dedicar aos estudos. Valeu a pena”, disse Osman.
A escolha por um curso na área da saúde é um sonho que o jovem tem desde a infância.
“Desde pequeno sempre gostei da área da saúde. Fiquei entre os dois cursos e fisioterapia. Quero ser um profissional mais humanizado, que olhe mais de perto para os pacientes. Hoje em dia, às vezes o médicos nem olham pra você”, disse Osman.