O QUE A CONVERSA REPRESENTA NO UNIVERSO INFANTIL?

O QUE A CONVERSA REPRESENTA NO UNIVERSO INFANTIL
Não deixe de conversar com as crianças

Um tema como este só pode ser tratado a partir de um ponto de vista específico, que é o da escola que chamamos de “nova”, em que há uma visão democrática de educação e em que o aluno é visto como tendo muito a contribuir para a direção do processo de aprendizagem. Neste modelo, que segue o construtivismo e muitas das visões de Paulo Freire, a roda está presente como lugar de escuta e de fala, em que a criança exerce o papel de um ser ativo e construtor de conhecimento. 
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Além da visão de reconhecer a infância como o momento propício para a entrada na sociedade através da convivência na escola com seus primeiros pares, da mesma idade ou não; estes são seus primeiros “conhecidos” que não pertencem ao núcleo familiar.
De acordo com a visão explicitada, a escola é vista como lugar de construção de conhecimento e de troca, onde o diálogo é a forma em que esta construção acontece. A roda pode acontecer desde o menor grupo, de 1 a 2 anos, focando-se na comunicação baseada em relatos que os pais mandam e através de manifestações não verbais, e deve manter o lugar de importância em todos os níveis de educação posterior a este.
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Primeiro contato com a escola
O grupo que vou tomar como exemplo, por ser minha área de atuação há 08 anos, é a faixa etária de 03 a 04 anos de idade. Nesta idade, a fala das crianças já está começando a se estabelecer e o funcionamento e importância da roda também, caso a criança já esteja na escola anteriormente, mas, se não estiver, já há uma capacidade de compreensão sobre a importância da fala e da troca com os colegas que vai se construindo.
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Conversar é muito importante
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É em roda que as crianças se escutam e através dela, se identificam com seus colegas, criando laços de afinidade, pois passam a perceber o outro a partir de sua fala, com suas diferenças e semelhanças e podem se relacionar, formando vínculos cada vez mais fortes e profundos. É assim que um punhado de crianças que se conhece bem pode se tornar um grupo de fato, com uma intimidade maior.
A roda é o lugar de se olhar, de escutar, de falar e de ser ouvido. É onde os pequenos elaboram seu discurso, aprendendo a perguntar, a responder, a escutar a resposta e a pergunta do outro, podendo refletir e se colocar sempre que precisar.
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Quando compreendem que este é o espaço garantido que eles têm para se colocar, as crianças guardam suas “novidades” para contar no momento da roda, e trazem suas intimidades, eventos importantes que acontecem fora da escola para dividir com os amigos, demonstrando perceber exatamente a importância dela e do suporte que o grupo pode dar para que ele elabore e até valide ainda mais suas ideias e vivências mais intensas.
Artigo por Carolina de Souza Rodrigues Torres | recebemos por E-MAIL.